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Cartas-->Gosto de garanhões que se matam por mim. -- 04/09/2002 - 22:16 (Aline Dremir) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Gosto de garanhões que se matam por mim.


O meu corpo te precisa
Como Fada no paraíso
É um corpo de mulher
Qualquer príncipe deseja,
Ou um macho qualquer
Que me devore vorazmente
E me sirva à delícia da vida.
Confio no meu corpo de fêmea
Como o padre confia no altar,
Quero ser a única entre os homens;
E que acima de tudo seja amada,
Na carne na cama e no espírito.

Meu corpo é minha gruta
Minha cova é minha luta
O meu útero se retrai
Ao toque na entrada
Uma aurora que abre o mundo.

Sou bela e sou moça
Ontem era menina
Sou novilha no apogeu
Sou coelha peregrina.
Na vida de utopias
Conto meus contos de fada
Não divido meu amor
Nem com minha melhor amiga.

A beleza do meu corpo
É penacho de pavão
É o reflexo da luz
É uma ótica de ilusão,
Não respeite meu silêncio
Nessa luz misteriosa,
Sou fértil e atrevida
Minhas cópulas são galopes
Gosto de garanhões
Que se matam por mim.


Aline Dremir
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