Que deliciosa emoção, ao ler o teu poema "Desencontro"... dedicado a mim, pois me usaste como musa de tua inspiração poética.
Um grato amigo meu (gratíssimo) disse-me uma vez: "Falar do belo é maculá-lo com palavras"... E ele tinha razão, pois constato que por muito que eu queira te dizer, não encontro as palavras adequadas para fazê-lo. Por isso, resolvi dedicar-te esta cartinha.
É evidente que eu fui apenas um "subterfúgio" para a tua inspiração poética em determinado momento. E, para mim, único... pois, sempre te disseste meu ardoroso fã, o que muito me orgulha, por seres um cara que dignifica o nosso idioma. Escreves de maneira sóbria e com uma correção gramatical invejável. Parabéns. Tens um estilo um tanto arrojado e mórbido, mas de um valor literário incrível. Quem ainda não te leu, nem imagina o que está perdendo...
Mostrei o teu poema ao meu marido e ele, após ler a primeira vez, sem dar muita atenção, leu então mais atento e disse, torcendo diafarçadamente o nariz: "Eh! Mullher... andas dilacerando corações pela Internet, agora? Serei um "corno virtual" e nem sabia disso?" Rimos os dois, pois ele sabe perfeitamente separar o meu "EU" real do meu artístico, por assim dizer.
E foi isso o que eu tentei demonstrar, na minha coluna quinzenal "Encontro com a palavra", site da: Vânia Diniz http://www.vaniadiniz.pro.br/
onde já publiquei três trabalhos: "Expressão Poética", "Eu-lírico ou Eu-poético" e "Nas Asas da Poesia".
No segundo encontro "Eu-lírico ou Eu-poético", falo do sentimento que o poeta expressa em seus textos, sem contudo, ter necessariamente de "vivê-los", a não ser num lapso de tempo, por ele mesmo criado, para conviver com a sua inspiração poética. E como é prazeroso isso, Maguinho amado, flutuar no vasto sentido das palavras... "divina arte"... e vesti-las com todos os sons e cores que nos permitem as conotações poéticas da linguagem...
Eu escrevo com o coração e a mente aflorados... Não sinto a razão a servir de bloqueio aos meus anseios poético-expressivos. Pois na poesia tudo é lícito... nada é pecaminoso, a não ser nas mentes onde a malícia já faz morada por excelência.
Como disse o eterno Rui barbosa, em Oração aos moços: "Há no coração, mais que um assombro fisiológico: um prodígio moral. É o órgão da fé, o orgão da esperança, órgão do ideal. Vê, por isso, com os olhos da alma o que não vêem os do corpo..."
Que sabedoria nas palavras deste mestre, tão esquecido pela ingratidão de alguns... O nobre baiano falava do que muitos andam longe de saber: O ESSENCIAL É INVISÍVEL PARA OS OLHOS...
Por isso, amigo querido, eu te saúdo, nesta manhã de outono, com o coração cheio de alegria e com o meu pedido de desculpas, por só ter visto agora o teu poema, que amei "de montão"... e que copio, abaixo, para causar inveja às menininhas... e ciúmes aos meninos...*risos*
Com muito carinho
Milene
Poesias
Desencontro -- 04/04/2001 - 15:38 (Magno Antonio Correia de Mello)
O mundo de cabeça pra baixo
é essa distância
que não cansa
de aumentar.
São teus lábios
cada vez mais impossíveis
pros meus.
É esse adeus.
Que estará sempre aqui
a me lembrar
de que eu não sou mais eu
e nem mesmo percebi.
