Troquemos de elogios. Rasguemos nossas sedas. Elogias é preciso. Você também anda sumido. A sua inteligência, aliado ao seu conhecimento e seu gosto pela literatura, fazem-nos muita falta. Seu tom conciliatório e sempre oportuno tem evitado que as discussões saiam dos trilhos do bom senso e descarrilhem sobre os dormentes do destempero e da paixão desmedida.
Precisamos de sua intervenção. Há pessoas que estão pensando que estas eleições serão as últimas. E que o eleito poderá resolver, num passe de mágica, todos os nossos problemas. Sabemos que não é bem assim. E não podemos, por isso, misturar simpatia e amizade, na escolha de nosso candidato. O momento é de cautela.
Nosso processo político, por falta de reformas, e , paradoxalmente, por falta de vontade política, ultrapassou todos os limites da lógica. É chegada a hora, creio, de um grande pacto nacional. De reformulação de partidos. De posições e ideologias. De rearranjo de objetivos e propósitos. De perdão e de conciliação geral. Utopia? Não creio. Um sonho, talvez. Mas perfeitamente realizável.
Não podemos continuar a fazer da política como se estivéssemos numa Copa do Mundo. Onde os partidos são os clubes que adoramos. E os candidatos, nossos ídolos e artilheiros. Na verdade, sem a bola da razão, não haverá jogo. E nem gols. Qualquer que seja o juiz. Obrigado pelas palavras gentis que me foram nominalmente dirigidas.