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Cartas-->Uma carta para os Kabeças Azuis (Kazul) -- 19/03/2002 - 20:58 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 19/03/02

Carta: "Uma carta para os Kabeças Azuis (Kazul)"

Lembro-me como se fosse ontem. Eu ainda adolescente sentado na esquina da Ruinha (famosa esquina entre a rua João Penteado e a rua Arnaldo Cintra), tocando violão e vocês ainda jovens, na pré-adolescência, achando que eu tocava bem (vocês estavam de sacanagem comigo, falem a verdade??). Depois resolveram estudar música e montar uma banda de rock. Se não me engano, a primeira formação da banda foi composta por 4 integrantes: Zóio tocando baixo e fazendo o vocal, Felipe tocando guitarra, Willian (Rato para os mais chegados) ajudando no vocal e também tocando guitarra, além de Dú na bateria.

O esforço de cada um era visível. Todos os dias eu sempre topava na rua com algum dos integrantes da banda voltando da escola de música, sempre com um caderno e um livro debaixo do braço. Sem contar que todas as vezes que eu passava pela Rua do Tatuapé, se ouvia da janela do quarto do Dú (guspe) o som ensurdecedor de sua bateria. Na época parecia um monte de panelas batendo, hoje até que está melhorzinho... Brincadeira!!

O tempo foi passando e a banda precisava ter um nome. Isso realmente era difícil, pois já participei de grupo de samba e me lembro que foi um saco arrumar um nome. Lembro-me de Felipe procurando nomes no dicionário para descobrir um nome para a banda, até que um dia apareceu e o primeiro nome batizado foi Aerolitos. Para quem não sabe, aerolitos era o nome dado para os meteoros que caiam no cenário precário do seriado Chapolin Colorado no SBT. Confesso que gostava deste nome, eu achava bastante simpático.

Ainda na fase do Aerolitos, houve algumas mudanças na banda. Rato deixou a banda para dar lugar ao Bruno, conhecido também como Juca, e continuar a saga dos guitarristas. Foi nesta época que fiz uma participação especial, ou melhor dizendo, fiz eles pagarem um "mico" especial na quermesse do bairro. Fui convidado - sou agradecido por isso até hoje - para fazer o vocal em duas músicas que a banda iria tocar. As músicas eram "Meu Erro" dos Paralamas do Sucesso e "Zóio de Lula" do Charlie Brow Jr.

Fizemos alguns ensaios para não fazer feio em cima do palco e o resultado foi muito, mas muito divertido. Começou o show e eles tocaram umas 2 ou 3 músicas, não me lembro, e depois disso foi feito uma pausa e o Zóio me chamou ao palco para cantar. Eu tinha uma responsabilidade muito grande, afinal era a primeira apresentação dos Aerolitos em público e não seria eu quem iria manchar a ótima apresentação que eles vinham fazendo até aquele momento.

Graças à Deus tudo deu certo e consegui cantar direitinho. Consegui até agitar um pouco a galera que estava assistindo, cantando junto comigo os versos das músicas. Foi um dos dias mais legais da minha vida. Me senti um pop-star.

Depois desta fase, muitas mudanças aconteceram comigo. Comecei a namorar sério e a trabalhar bastante e por isso não podia mais acompanhar meus amigos do Aerolitos em seus ensaios. Aos poucos a banda foi crescendo e músicas próprias foram sendo criadas. Não sei se foi nesta época, mas ainda teve um festival que eles tocaram, se não me engano foi na Vila Matilde (me perdoem se eu falei merda), porém agora, com um novo integrante somente para a performance de vocal (esqueci o nome dele, por isso colocarei o nome fictício de Twister).

Durante um bom tempo, fiquei sem um contato com o pessoal da banda. Neste período a banda mudou de nome para Blue Head (cabeça azul) até chegar ao atual nome Kazul.

Em 2001, ouvi uma gravação de algumas músicas deles gravadas em estúdio. Felipe me trouxe o Cd em casa e pediu para que eu ouvisse para saber se estava legal. Fiquei contente por eles quererem saber a minha opinião sobre o som que estavam fazendo.

Um tempo depois veio a primeira aparição em público, mas agora não era mais para os moradores do bairro, mas sim para jurados, pessoas que prestigiavam música e vários espectadores. Eles haviam sido selecionados para tocarem no festival da Sprite Sounds, que seria disputado no Parque do Ibirapuera, com cobertura da galera da MTV. Só o fato de serem selecionados entre as 10 melhores bandas de SP, que haviam enviado uma gravação "demo" para a organização do festival, já era uma vitória.

No dia do festival, o sol forte prometia muita felicidade. Fui assistir acompanhado por minha namorada, que até então não havia assistido a nenhum show deles. Foi justamente neste dia, com a apresentação impecável que eles haviam feito, que tive a certeza que estavam no caminho certo. Quando subiram no palco, ouvi muitos comentários no meio do público dizendo que eram uma banda de moleques, que ali era lugar para músicos de verdade. Porém, o mais legal de tudo isso, foi ver essas mesmas pessoas pulando ao som da banda e ainda no final da apresentação, aplaudindo, pedindo que tocassem mais uma. Confesso que senti um enorme orgulho e uma imensa vontade de chorar, assim como todos os amigos e parentes que estavam por ali.

Depois disso, perdi novamente um pouco do contato. Fiquei sabendo que o Dú (guspe) havia saído da banda, pois achava que "Twister" (o vocalista) não combinava com o estilo de "som" que ele idealizava. Soube também, que a banda havia conseguido um outro baterista para tocar, mas que não deu muito certo e acabaram encontrando apenas uma solução.

Conversaram com "Twister" e explicaram a situação. Por decisão da banda, "Twister" saiu e Dú (guspe) retornou. Senti que muitos amigos apoiaram a atitude da banda, que agora precisava encontrar um novo vocalista.

Anunciaram em classificados para encontrar um novo vocal. Dú me disse que muitos interessados apareceram, mas que infelizmente nenhum se encaixou ao perfil da banda. Foi então que convidaram um um amigo do Bruno, o Cabelo (coloquei o apelido de Cabelo porque eu também não sei o nome do novo vocalista, e como ele tem os cabelos compridos, achei o apelido apropriado).

Mal o Cabelo chegou e já participou de um novo festival. Desta vez foi em um sábado muito quente, na casa Projeto Equilíbrio no bairro de Pinheiros. Local que é muito conhecido pelos "forrozeiros", já que todas as noites a casa dança ao som do forró. O festival iria durar o dia inteiro, mas eu só fui para assistir a apresentação do Kazul. Cheguei e ouvi uma banda que tocara antes deles. Por sinal, não parecia oferecer perigo para o resultado final do festival. Logo depois eles subiram ao palco e fizeram novamente uma belíssima performance. Não pude ver direito, pois estava filmando o show, mas pude sentir a galera animada e pulando ao som do Kazul.

Terminado ao show, fui logo embora. Estava satisfeito com a apresentação que haviam feito. Para mim o importante é que eles sempre se apresentem bem e como tudo correra conforme o imaginado, minha cabeça estava tranqüila. No dia seguinte, encontrei com o Bruno, que me deu uma péssima notícia. Ele me disse que quando voltavam de ônibus para casa, depois do término do festival, eles haviam sidos roubados. Levaram filmadora, celular, carteira...

A notícia corria triste em meus ouvidos. Para mudar de assunto e pensar em algo mais alegre, perguntei ao Bruno sobre o resultado do festival. Ele então me informou que o resultado somente sairia na segunda-feira e teríamos que ficar na expectativa. Para consolar, disse que eles ganhariam, justamente para compensar as perdas materiais.

Na segunda-feira, durante a tarde, sou surpreendido por um e-mail de meu amigo Márcio, que também estava no festival realizado no Projeto Equilíbrio. No título do e-mail, vinha a frase: "Boa notícia". Logo de primeira pensei ser aquelas correntes de internet, mas em seguida lembrei-me do festival.

Realmente era uma boa notícia, ou melhor, uma ótima, excelente e maravilhosa notícia. O e-mail informava a vitória da banda Kazul no festival. Vibrei de alegria. Imediatamente passei o e-mail para a minha namorada (que desde o Sprite Sounds virou fã também da banda), que ficou também muito feliz com a notícia.

Parece que foi ontem que tudo começou para vocês e vejam aonde já estão. Desejo para todos vocês, Zóio, Bruno, Dú (guspe), Felipe e o Cabelo, muita paz e muita felicidade. Continuem trabalhando e estudando muito. Mantenham sempre esta determinação que vocês demonstram desde quando resolveram montar a banda. E o mais importante! Que vocês estejam sempre juntos para o que der e vier, que sejam como uma família unida. Nem preciso falar o quanto que considero todos vocês e que torço muito para que alcancem o ápice do sucesso.

Parabéns pela apresentação no Projeto Equilíbrio!!


OBS: Este texto é totalmente dedicado para os músicos da Banda Kazul.
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