Frente a ti curvam-se os fortes, os bravos, os animais...
É calor ardente no deserto e floresces mesmo assim.
Florestas aquáticas conseguem percorrer todo o universo.
Rompendo rios, lagos, mares. Troncos que se vão...
Dos índios, as ubás, igarités...
Dos brancos, batelões, barcos, canoas, montarias...
Frente a ti curvam-se os poetas e te saúdam.
Percorrem o Brasil inteiro nas carrocerias dos caminhões, levados pelas mãos dos caminhoneiros...
Nas carroças atreladas aos cavalos que transportam cargas de menor porte.
Frente a ti curvam-se os heróis, os santos.
Do berço aos pequeninos, às paliçadas nas guerras, do teto às palafitas, lar...
És do homem amiga inseparável.
Frente a ti curva-se a mais poderosa arma inventada em nossa era, as motosserras que em questão de segundos, faz tombar qualquer uma...
Frente a ti, tuas flores, troncos, curvam-se os apaixonados, porque elas perfumam os primeiros sonhos num acalanto aos primeiros afetos...
Quantos corações apaixonados no tronco do Juazeiro...
Tuas folhas balançando ao vento...
Se os humanos fossem como as folhas que fornecem oxigênio à humanidade, purificando o ar que respiramos.
Tudo seria diferente.
Frente a ti curva-se a criança para apanhar teus frutos, ou num ato mais ousado ergue os pulsos e atira pedras em teus galhos para ver cair a fruta que lhe sacia a fome...
São as mangas, goiabas, jambos, abacates... Tão difícil nas grandes cidades.
O verde foi trocado pelos elevados de barro, cimento armado...
Em tua sombra curvam-se os viajantes, sacerdotes, monges, para elevarem suas preces ao senhor do universo.
Quantos homens foram mortos em teus galhos.
CRISTO chorou no Horto, no Monte das Oliveiras...
As árvores se associam ao homem, mesmo destruídas fornecem a ele o “húmus” que fertiliza a terra.
Por ele suga da terra a seixa que as nutre, o benfazejas, rumorejando aos ventos,
os mistérios da sua vida e as mágoas da sua sorte...
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Por ter sido agricultora no km. 82 da rodovia AM-010, hoje Município do Rio Preto da Eva, nos idos de 1974 a 1978, primeira professora da localidade, enfrentando a floresta para buscar alunos com mais de 2 km. De distância da escola, com uma espingarda nas mãos e duas crianças do lado. Posso declinar meus poemas frente à devastação diuturna de nossas florestas na Amazônia, no Amazonas. Só Deus com sua Força salva a floresta. Os governantes não.
Falta comprometimento. Acredita que as florestas se recuperam, mero engano. Árvores centenárias são tombadas e nunca mais voltarão a se recompor. Mas a natureza se rebela e as enchentes se mostram cada vez mais afoita, a chuva cai em abundância, as secas se fazem mostrar o poder da natureza. Meu Deus. (Manaus, 28.02.2009) Ana Zélia