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Cartas-->Carta do Taleban Resourt Alah Hotel - Part. 2 -- 06/02/2002 - 15:40 (Marcel Agarie) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Autor: Marcel Agarie
Data: 06/02/02

Crônica: “Carta do Taleban Resourt Alah Hotel – Part. 2”

Cabul, 06 de Fevereiro de 2002


Olá amigos !! Foi difícil mas cheguei. Cheguei ontem às 11 horas, horário local, e já estou em terra firme, dentro de umas cavernas onde meu amigo Osama se hospedou. A viagem de Trax foi cansativa, mas com eu havia dito, bastante confortável. Logo que terminei de escrever a carta anterior no Laptop do meu companheiro de viagem, ele resolveu também escrever para os seus familiares, mas não foi possível, pois a bateria acabou e ele ficou me xingando a viagem toda. Puta cara chato!! Porém o importante é que eu consegui escrever para vocês.
Hoje consegui me arranjar no computador da recepção do hotel. A recepcionista muito simpática, deixou-me digitar a carta que havia escrito no punho e passar para vocês por e-mail. Ela está usando uma burca azul e tem uma voz grossa. Eu estou um pouco desconfiado que está recepcionista é um “travecão”, mas como não dá ver o seu rosto, deixa na desconfiança mesmo, pois não quero conferir para ter certeza.
Agora deixa eu falar como foi a viagem. O serviço de bordo foi magnífico! As traxmoças (assim como as aeromoças) serviram um tipo de vitamina com nome de super-herói feminino. Não me lembro bem, mas era algo parecido com tubaína, acho que era heroína. Não aceitei, pois achei que era desnecessário e inconveniente tomar vitaminas sem a prévia consulta dos meus médicos.
Como a única amizade que havia feito eu perdi durante a viagem (o cara o laptop), fui à procura de novas amizades aqui no hotel. Conheci um casal de russos que passeavam pelos labirintos que existiam dentro das montanhas. Eles diziam ser anti-americanos e estavam lá para participar de um grupo de manifestantes local, o Al-Qaeda, que rebelavam-se contra as atitudes americanas. Me convidaram para conversar na caverna onde estavam hospedados e conversamos (através de gestos, desenhos e sinais) a madrugada toda de ontem para hoje. Falamos de guerra, futebol, desenho animado, bebidas e tomamos 1 garrafa e meia de vodka (direto da Moscou) na sacada da caverna, até eu não agüentar mais e ir embora. Mesmo eles insistindo para eu ficar, fui para a minha caverna dormir com a cabeça latejando de tanto beber.
Acordei era umas 10:30 da manhã com barulho de bombas. Era o curso de homens bombas que estava tendo no fundo do hotel. O som é ensurdecedor e impossibilita qualquer um de dormir, por isso resolvi levantar – na maior ressaca – para tomar o café da manhã. Abri a porta da minha caverna e tinha um saco plástico, cheio de poeira, com uma bandeira dos EUA estampada, com uma inscrição em inglês: “Alimentos enviados pelo governo americano”. Fiquei sem entender, pois eu sabia que ali existiam muitos que não simpatizavam com os americanos, mas mesmo assim eles importavam alimentos dos EUA. Dentro do saco tinha um pouco de arroz e feijão, pasta de amêndoa, carne de soja e alguns outros alimentos não perecíveis. Que café mais esquisito, não acham? Comi porque estava morrendo de fome, senão iria esperar até a hora do almoço.
Logo eles servirão o almoço e depois irei participar das atividades daqui do Hotel. Se depois das atividades eu não estiver muito cansado, contarei sobre as novidades ainda hoje à noite.
Preciso encerrar este e-mail, antes que a recepcionista ache que estou abusando de sua boa vontade e não deixe mais enviar-lhes e-mails do único computador que vi aqui no hotel.
Um enorme abraço para todos vocês !!!
Marcel Agarie
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