Diante do espetáculo apresentado ontem pelo Senado, como analisar o fato? De circense, seria ofender os palhaços e trapezistas; parque de diversões, seria ofender humildes trabalhadores; lupanário, seria ofender as prostitutas, que são mais autênticas; traficantes (de influências), seria ofender os marginais; falta de educação de berço, seria ofender seus genitores – portanto, só pode ser uma questão genética, de má formação embrionária. Por isto, analiso – “ Ninguém nasce mau, diz um velho ditado, / mas outro nos diz que o mau já nasce feito - / a qual se dar crédito quando o defeito / diante dos olhos nos salta malgrado ? // Debaixo de máscaras fica-se atado / e menos ainda poder, a despeito, / gritar a repulsa que traz-se no peito / causando-nos dano sem ser revelado.// E quando por tudo olho em volta, me abate / disfarces pintados em cada semblante, / iguais obras primas com todo arremate. // E no ar, fingimento velado diante / dos fatos, tragédias, mostrando o quilate / da máscara hipócrita já agonizante.”
