Delicada criatura, de longínquo lugar, teve tempo de escrever-me estas linhas:
Benedito, olha que lindo! Um encanto.
Bem que poderias reeditá-la a meu pedido.
[Trata-se do poema "Imagem", que gentilmente tanscreve abaixo.]
O poeta vive em seus sonhos. Antes mesmo de nos entregar a poesia, ela já tem nome, vida e endereços próprios.
Em suma: o poeta antevê situações, possibilidades.
Será que por isso o chamamos de sonhador? Será que a inspiração junto ao conhecimento nos permitem descobrir nossas verdades?
Entendo que, ao conhecer o trabalho literário de um autor, sinta-se uma empatia imediata (ou não), pois naquele exato momento você percebe seu reflexo onírico projetado nesse imenso espelho chamado poesia.
Escolho de seu livro "Estrada", p. 67, estes versos, dos quais gosto muito:
Imagem
Pequeno verso,
Que me consola,
segue a viola
E a cantiga sonora do universo.
À noite escuto
O mar bramindo,
E como é lindo
Ouvi-lo, nem que seja por um minuto.
Luar caindo
Nas turvas águas
Traz muitas fráguas,
Num delírio supremo, quase infindo.
É bom sonhar
Divinamente,
Mesmo que a gente
Saiba que cada um fica em seu lugar.
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(*) Brasília, DF, 16/03/2009. Recebido, nesta data, por e-mail, de jovem talentosa e capaz.