Esse é um exemplo dos grandes mal-entendidos da comunicação. Como já dizia o saudoso Abelardo Barbosa, o nosso Chacrinha, “quem não se comunica se estrumbica”.
Muitas vezes as falhas estão na forma como colocamos as questões ou como as entendemos. Isso é uma das maiores causas de erros em provas: os estudantes não lêem direito, interpretam errado a pergunta e não sabem responder certo. Algumas questões também são mal formuladas e induzem a erros. Normalmente essas últimas são anuladas.
O “Barão” estava certo, pois, conhecedor da língua pátria, dotado de inteligência aguçada e gozador nato, não poderia perder a oportunidade de dar uma lição no professor. Se este fosse menos arrogante veria a situação de forma pedagógica, uma oportunidade de aprender e de se aprimorar.
Às vezes damos ordens de forma equivocada ou incompleta e esperamos que o nosso ouvinte entenda além do que transmitimos. Esperamos a perfeição alheia, mas pecamos na simples transmissão da mensagem.
Lembra-se daquela passagem do Pequeno Príncipe, em que o rei de um planetóide fala com o menino acerca de sua soberania sobre seus súditos? Mas, sábio, ele diz: “devo ter cuidado, pois se eu pedir a um dos meus súditos para se transformar em uma águia e ele não o fizer de quem é a culpa: dele, que me desobedeceu, ou minha, que dei uma ordem impossível de ser cumprida?”
É, meu caro, como diriam os ingleses it’s not mole não!
Cordialmente,
Jorge
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(*) Considerações do meu amigo Jorge, engenheiro, intelectual e apreciador da língua pátria.