Exma.Sra. Heloísa Helena
Senadora da República e Presidente do PSOL
Na qualidade de seu eleitor, tomo a liberdade de dirigir-lhe a presente, para solicitar-lhe a fineza de rever a sua posição de não apoiar nenhum dos dois candidatos credenciados à disputa do segundo turno para a Presidência da República, em 29 do corrente.
É que, como brasileiro, não posso concordar com a continuação do atual governo cheio de escândalos, principalmente no que concerne ao chamado "dossiê Vedoin", envolvendo uma montanha de dineheiro que foi apreendido no Hotel Íbis, em São Paulo - SP, quando foram presos três membros do partido dos trabalhadores ligados ao presidente Lula (assunto amplamente divulgado pela imprensa).
Inclusive, concordo com os que acham que as fotografias dos reais e dos dólares apreendidos pela Polícia Federal, se tivessem sido mostrados no Debate da TV-Globo, a que o Lula não compareceu, talvez ele tivesse perdido o primeiro turno por maior diferença (o que, a rigor, daria no mesmo...).
Agora, a possíbilidade de inimagináveis maracutáias que levem o atual candidato à reeleição, irá deixar desapontada toda pessoa de bem, pois, vamos e venhamos, o candidato Geraldo Alckmin é um político sem envolvimento em atos de corrupção(nem cercado por corruptos!); e,portanto, merece nosso voto!
Por outro lado, ele era mais ligado ao saudoso político paulista Mário Covas e não ao Fernando Henrique Cardoso - a quem a Senhora também faz tantas restrições quanto ao Lula - máxime no que diz respeito às desapropriações (com cuja posição, aliás, concordamos plenamente).
Mas, nem tal presença, digamos, muito conveniente, justifica apoio ao presente governo cheio de escândalos e de "sujeiras debaixo do tapete", em que o "poderoso chefão" nunca viu, nem sabe de nada(?!)...
Pense, "data venia", ilustre Senadora, no que será melhor para o futuro do nosso Brasil: contribua com o seu prestígio no sentido da diminuição dos males que afligem o nosso pobre povo, que vive a mercê de uma "bolsa família" cujo maior mérito é de render votos aos seus doadores, com muitas crianças trabalhando - ou cheirando cola - nas cidades e nos campos, sem poder aprender o ABC...
