Desabafo,
Nesta noite quente de lua clara e de estrelas, eu sozinha da minha varanda, vejo lá longe um refletor como uma luz forte, como se iluminasse o placo de cena teatral. Eu vejo cena de minha vida solitária:Eu com minha cigarrilha acesa, quero sentir o cheiro do fumo,que
me faz reportar a lembrança do ultimo macho que eu tive, e que deixou na pele cicatrizes.
Sinto que quero manter na minha vida solitária sua presença.Cada lembrança sentir
profundo de quem tem na alma raízes da paixão e da entrega. E ter em outras noites de lua e
de estrelas, o cheiro do fumo de minha cigarrilha; e de alguém para lembrar.
Ele se foi, mas deixou o cheiro do álcool e do fumo, que me faz sentir abraçada por ele,
beijada por sua boca molhada como gosto da sua saliva quente.Que faz marcada de vida a minha existência de mulher. Sublimar jamais meus sentimentos.Eu os quero na integra como foram vividos na carne, no suor, na pele, e a minha alma.
Deixar resplandecer de luz,calor a minha vida.
Amor bandido, que traiu na pior das traições. Não teve a coragem de dizer-me adeus, não
deixou nada para que eu chorasse sua perda .Pura covardia do fraco que não aprendeu a
amar.Que sua alma um dia descubra sentimento de amor e se arrependa de ter me perdido.
A vida é mesmo assim, somos levados a conhecer pessoas como ele, que passam e não deixam quase nada. A não ser o cheiro na pele, que vem da fumaça do fumo, e do álcool.
Ele foi como um vagão de um trem que passou na estação, e nunca mais foi o mesmo a passar no mesmo dia,e na mesma hora, e no mesmo lugar.