A poesia está na alma, no fundo do mar, no oceano
Num livro, aberto ou fechado, em todo e qualquer lugar
Sempre que se fala de amor, sempre que há desengano
Não é preciso ter medo, não é preciso inventar
Em casa de Ferreira, já vimos, o espeto de pau vai fazendo
O acabamento, é preciso, do nó que dá na madeira
Mas sem o artesanato de ferro, do ferro que está fervendo
Escrita se faz caminhando, subindo e descendo a ladeira
Na serralheria da vida, a refundição que se promete
É o caminho do João, por onde ele pisa e transita
No fundo do mar, no oceano, a alma também habita
É puro amor, sem retoques, é assim que pensa a Janete
Na briga de João e Janete, qualquer dos dois tem razão
Mas a pendenga promete, escute o que estou lhe dizendo
Pois ambos estão misturando, artesanato e emoção,
E nós aqui da usina, ficamos todos torcendo
Pela poesia sem volta, sem atropelo ou sem rima
Não sem sentir de primeira, com muito amor e paixão
Ainda que depois se retoque, um pouco por baixo ou por cima
Enquanto se aguarda a certeza, de qual dos dois tem razão