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Acompanhei a repressão em Porto Seguro o ano passado, pois estava lá em excursão, produzindo posteriormente um vídeo e uma exposição sobre o tema ( atualmente no Sindicato do Ramo Químico e Petroleiro ), lançando também em 4 de maio do ano passado na Livraria Sabor dos Saberes, no Pelourinho, o livro Vinte Dois de Abril nas Costas do Brasil, mostrando os índios nas comemorações dos 500 anos, cuja capa tráz a foto, tirada por mim, enfrentando a tropa de choque da Policia Militar, denunciando a agressão do Governo Federal contra o povo.
Um ano depois acontecimentos de Porto Seguro se repetem impedindo as manifestações populares nas ruas de Salvador, e o que é pior, nos campos universitários da UFBA, no Vale do Canela, onde a Polícia destilou brutalidade lançando bombas de efeito ( i ) moral e ferindo estudantes desarmados. O tamanho do absurdo foi maior ao assistir, na tv, declarações da secretária da ( in ) segurança pública Kátia Alves dizendo que a Policia não invadiu dependências da UFBA e que apenas reagiu às agressões estudantis. Não só as lembranças de quem estava lá a desmentem, como os registros televisivos, também.
E agora, em sua volta para Salvador, depois de renunciar ao Senado, ACM "arrastou" dezenas de ônibus do interior da Bahia e seus cordeiros-prefeitos até o centro histórico ( tudo comprado e combinado ) e mais uma vez a Polícia impediu que manifestantes anti-carlistas passassem para o Pelourinho. Inclusive eu fui impedido de ir ao Pelô, ao meu costumeiro Charuto Cafe, na Praça da Sé. Isso me lembrou os anos 60; isso é Ditadura pesada!!!
Ontem contra os índios, negros e sem-terras; hoje contra os estudantes e populares. A Polícia deveria refletir e olhar nos olhos desta elite, que defende com tanto afinco,e que lhe paga tão pouco, assistindo comodamente das sacadas do poder suas patéticas performances trombonistas e imaginar o orgulho que, com certeza, eles também sentiriam ao ver seus filhos escrevendo, com ímpeto, a nobreza e a rebeldia dos seus corações e a História do Brasil.