Conquista eu sou..eu sou.
Tantas vezes pergunto-me, onde me perdi nas minhas caminhadas nessa vida? E também corajosamente busco dentro de mim os pedaços perdidos. Não é fácil seguir a caminhada
solitária, tive que buscar força onde nunca imaginei existir.Teria sido cômodo desistir da
luta e perder a pessoa que eu precisava ser:não fragmentada, menos sofrida e equilibrada
nos opostos de mim mesma.Gente humana: sensível, bruta, feia, bonita, nobre, desprezível,
complexa, como toda gente é.Ainda me vejo engatinhado como uma criança desamparada,
até inocente como aquele menino que encontrei na praia a quem chamei de: “O sorriso de Deus” nos seus lábios havia a mais sublime expressão,e nos olhos a pureza que só os anjos tem.
Amadurecer não é muito fácil, ver o tempo escapar das minhas mãos rapidamente para cumprir a lei universal da vida, sem me perder,e como objetivo conhecer a mim mesma, olhar no espelho interno e ver se no interior, na psique, há harmonia, dessa frágil criatura que nas vezes sou.
Missão conquistada, e digo: na caminhada solitária do autoconhecimento. Se hoje sou
feliz, não sei!A felicidade é momentânea. Aprendi: se a condicionamos, no outro, nos desejos materiais, sentimentais, dificilmente seremos totalmente felizes.Restou-me aprender a catar pedaços de mim mesma, cada vez que se foi necessário reconstruir alguma parte quebrada ou perdida da minha vida.Não desisti jamais, e acreditei na força impulsionadora que há em todos nós para seguir.Fiz como um pequeno bambu numa grande ventania: segue o curso do vento para não ser quebrado. Deixei minha alma ser maleável: às vezes contorcida, mexida, quase quebrada na dor, mas, nunca totalmente abatida, dentro do meu corpo finito.Sabendo ela que é infinita.
Sabendo, aceitando, vivendo o meu dia-a dia, sou uma pessoa mais leve, comprometida,
como as pequenas coisas da vida. Eu até posso, ao correr na areia da praia todos os dias,
encontrar o sorriso de Deus nos lábios de uma criança.
Eu sou...Eu sou.
