"Dedos saltitantes, em cima dos teclados, do computador, da máquina, seja onde for. Magros, rápidos, modernos, espertos, obedientes, dedos insistentes...yeah!"
Escreveu em inglês num papel qualquer: "Coward". Não sabia bem se era isso ou o contrário disso. Tinha a mesma sensação de uns dias atrás, que estava feliz hoje, mas tinha certeza de que daqui a duas horas ou mesmo dois minutos iria se decepcionar.
Passou pelo corredor frio e branco. "São muitas paredes para se olhar com apenas dois olhos..."
Sua cabeça constestava as aparências sociais. Descobriu que quase todo mundo fazia um teatro 24 horas. E quem era mais espontâneo? E quando somos mais espontâneos? Só Deus sabe. Se é na hora da bebida ou se é antes de beber? Se é quando dissemos o que pensamos ou o que deixamos subentender? "Talvez nem Deus sabe..."Suspirou.
Se encontrava na mesma situação de um mês antes."Se estou passando por isso denovo é porque cometi o mesmo erro duas vezes" Mas não pode se culpar por aquilo que fez ou que não fez. Sua cabeça está confusa.Achava que quando chegasse nessa idade iria saber de tudo, por isso a única pessoa que fazia idéia do que se passava, olhava para o seu controle descontrolado.
Então começou a escrever:
Goiânia, 28 de julho de 1993.
Queria que você fosse na minha casa. Queria que quizesse saber da minha família, do meu cachorro, da minha vida...