Hoje me lembro criança,
acho que ainda sou,
o lápis na mão,
um carinho explícito no rosto,
meio envergonhado,
escrevia minha pequenas frases,
depois... ah!
Depois jogava fora.
Um dia me apaixonei,
construí muitos versos,
coloquei muitos carinhos no papel,
ela nem leu,
não sei poque,
acho mesmo que não estavam muito bons.
Ainda sou o mesmo menino escrevinhador,
faço, traço e rabisco minhas tardes,
sonho nas noites meus versos,
às vezes tortos,
escrevo meu amor, minhas razões,
até mesmo minhas tristezes,
acho que escrevo tudo tudo,
ainda não aprendi a escrever felidade,
uma que poderia distribuir por aí.
Hoje me vejo menino outra vez,
amando e feliz,
ainda tenho o mesmo amor,
a paixão criança
e os carinhos quase inocentes.
Estou outra vez apaixonado;
então, escrevo de novo,
passo a limpo minhas vontades,
o gosto do beijo,
o encontro da noite anterior,
o que vem depois... e o amor.
Ainda sou o menino que escreve,
que também desejou ser feliz,
o que sonha,
o menino dos rabiscos,
continuo escrevendo carinhos
em forma de letrinhas garranchadas,
agora e apesar de novos sonhos
sou o mesmo mesmo menino escrevinhador.
22 de Novembro de 2002
Copiado da orelha (esquerda) do livro "Letras de Um Poeta", Editora Scortecci, S. Paulo, Brasil
Avé Mátria Limiar
... Fulgor de pássaro,
velocidade de vento
trazendo espumas
Copacabana tão perto,
Princesinha do Mar!
...
Caio Lucas
Hoje escreveste FELICIDADE,
com todas as letras maiúculas
cintilando no meu coração!
Hoje como sempre,
menino escrevinhador,
recebo os teus sonhos
desta vez abertos
quais asas de borboletas
no côncavo das minhas mãos!
...
Pantanal ao pôr do sol
água estremecendo de sono,
cerrando as pálpebras
ao beijo do sol....
também aqui as águas se ajeitam
para adormecer
as mesmas, chamadas Tejo
que importam os nomes
se o berço é o mesmo,
e nele se embala
o coração do mundo?!
Beijos com indizível emoção, grata ternura,
da vossa amiga,
Maria
Almada, 27/4/2003