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Cartas-->PARA CONTRERA-DIVERSAS FORMAS DE VER O FATO -- 29/10/2001 - 15:12 (denison) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu caro Contrera,

Temos que perceber que, irrepreensivelmente, existem várias formas de abordar um mesmo assunto ou fato. Dependendo do aspecto relevado pela intenção de cada interpretador, podemos colecionar n visões de um simples acontecimento. E acredito que esta deve ser a nobre missão da educação (colecionar visões). Toda discussão divergente é válida, pois enriquece a visão dos concorrentes ( no caso, eu e você...e de quem mais está acompanhando).Vou provar o que estou falando agora ao mostrar algumas formas diferentes de ver a História Geral – mas atenção, uma visão não esmaga a outra, apenas enriquece o todo, criando uma visão mais ampla, mais global.

Bem, a História Geral pode ser contada relevando um aspecto apenas e negando outro, um ponto de vista ou outro. Um dos pontos que merecem uma atenção especial é o conceito (ou preconceito) de Idade Média. Como você sabe, a historiografia tradicional procedeu à divisão do período histórico (após o surgimento da escrita) em quatro idades: Antiga, Média, Moderna e Contemporânea. Muitos historiadores não concordam com esta periodização, pois, dentre outras razões, esta divisão da História Geral, ao lado de apresentar períodos de duração totalmente desiguais, é uma periodização ocidental, isto é, aplica-se apenas à história européia. Esta é apenas uma forma de ver a História; existem outras...cabe ao educando buscar outras formas de ver os acontecimentos; qual a saída? Muita pesquisa, meu caro!

Continuemos...inicialmente, esta divisão da História Geral apresentava apenas três períodos: Antiga, Média e Moderna. A origem dos termos utilizados é filológica (ligada ao estudo da língua) e não histórica. 0 humanismo renascentista do século XV dividiu o latim em três categorias: o latim clássico, o latim bárbaro e o latim dos humanistas. Isso significa dizer que, entre o latim clássico e a sua redescoberta na Renascença, houve um período de existência de um latim que fugia dos padrões da Antiguidade Clássica (foi "distorcido" pelos dialetos "bárbaros"). Ele foi denominado de latinitas media. Em pouco tempo, a expressão “medieval” passou a designar todo o período compreendido entre os séculos V e XV, tornando-se comum a sua utilização entre os humanistas. Percebe-se neste ponto que a Filologia foi o aspecto relevado para criar tais rótulos históricos.

No século XX, tivemos novas concepções reformulando a História. Em 1929, na França, os historiadores Marc Bloch e Lucien Febvre criaram uma revista (Anais da História Econômica e Social) que foi o ponto de partida de urna das mais importantes reformulações da historiografia. 0 objetivo principal destes historiadores era combater a velha História, a História erudita do século passado que privilegiava as biografias dos grandes homens (gênios) e destacava a ação das elites. A "História Nova" voltou-se para a participação do povo na História e aproximou-se das outras ciências do homem, como a Geografia, a Economia, a Psicologia e a Sociologia. A sua forma de ver os gênios está mais próxima dessa filosofia francesa “voltada para o povo”, que não valoriza os grandes feitos dos Reis e Imperadores e nem a arte em geral.
Ao combater e abandonar a História centrada nos grandes personagens e nos episódios da vida política das nações, a História Nova passou a ter outras preocupações (visões). Ela saiu em busca de explicações para os fenômenos que se propagam no tempo, um tempo muito longo, no qual ocorrem transformações muito lentas na sociedade. Surgiram então, por exemplo, a História dos Costumes, a História das Crenças, a História das Festas e das Colheitas, a História da Vida Cotidiana, etc.

Contrera, recentemente, um grupo de historiadores franceses passou a se dedicar mais ao estudo da maneira de pensar dos homens. Foi a redescoberta da História das Mentalidades, uma corrente da História que havia recebido pouca atenção durante os anos 50 do século XX. Essa forma de rever as coisas, em termos de genialidade, é onde minha visão se insere.
A minha forma de ver as coisas é estética, artística, considera mais o intelecto e a espiritualidade, pois sou um amante das artes, você parece preferir o social...tudo bem...eu soube tirar proveito de sua forma de abordar a situação da fotografia e de Salgado...espero que você tenha se enriquecido também com a minha inusitada forma de escrever e de pensar aqui no Usina, enaltecendo ora o que há de mais humano em cada homem, como em “Artigo sobre o peido” ora enaltecendo a genialidade, a liberdade no pensar e o heroismo, como em “Orlando”.

Obrigado pela atenção.

Denison – Prof. História da Arte
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