Deus pode até ser brasileiro. E tem dado mostras disso. O pai de família, operário, que sobrevive com o salário de R$240 reais, é bom exemplo de milagre e da ajuda dos céus. Mas não podemos abusar. Os deputados distritais cometem heresia, ao apresentarem emendas ao orçamento do GDF, destinando dinheiro do povo para templos e igrejas de crenças diversas. As questões de ordem religiosa não se misturam às questões de Estado. Mesmo que alguns parlamentares queiram ser gratos pelo apoio às suas eleições. Não se pode transformar em dízimos o dinheiro suado do povo; que tem outras necessidades.
Ademais, salvo melhor juízo, a medida contraria a Constituição Federal. Ou, quando menos, não guarda sintonia com razões de ordem ética e moral.
Lembremos, por oportuno, que a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém sugere coerência e fidelidade às nossas crenças, “para que os nossos propósitos não sejam luz que brilha momentaneamente e logo se apaga”. “Bendito o que vem em nome do Senhor”, o que, aliás, não parece ser o caso.
Se a moda pega, em todos os Estados, e em todas as cÂmaras de vereadores, imaginemos o estrago.