Ao usineiro e Anticristo de mentirinha, esta pequena missiva, para comentar o conteúdo, bem intencionado, é certo, de sua carta, que nos dá, a nós homens, a impressão de que somos privilegiados, em relação aos males do fumo.
Em que pese a validade da pesquisa, na qual o amigo teria calcado suas informações, no sentido de que o mal maior, para as mulheres, relativamente ao péssimo e condenável hábito de fumar, traria maiores males do que aos homens, entendo que a propaganda é enganosa.
Como o assunto é bastante sério, gostaria de dizer-lhe que a questão de quantidade, quando se trata de câncer, não agrega valor ao seu nobre propósito de alerta contra este mal do século.
Ficar sujeito a um câncer, com maior ou menor intensidade, sem que se possa, a rigor, estabelecer percentuais e parâmetros confiáveis de grupo de risco, em nada ajuda à prevenção e ao combate. Ao contrário: haverá homens que, depois dessa informação, ficarão mais à vontade para acender mais um cigarrinho.
Esse jogo de palavras, na verdade, de forma subliminar, tem sua origem na propaganda disfarçada da indústria do tabaco. Uma maneira sutil de dizer que o cigarro, nem sempre, é tão prejudicial como dizem.
Temos que ser firmes: O CIGARRO, INDEPENDENTE DO SEXO, IDADE, COR OU RELIGIÃO, MATA. E MATA COM MUITO SOFRIMENTO. SÓ PARA LEMBRAR: O EFIZEMA, UM DOS SEUS INÚMEROS MALES, ASSEMLHA-SE A MORTE POR ASFIXIA. É COMO SE A PESSOA MORRESE AFOGADO EM SECO. FALTA-LHE O AR. ATÉ A MORTE.
Melhor seria dizer às mulheres: Sejam homens, e deixem de fumar. Há coisas mais interessantes para se fazer na vida. Procure ajuda. É difícil. Mas é altamente compensador. Há, hoje em dia, em quase todas as cidades, grupos de apoio que ajudam as pessoas a deixarem esse pésimo hábito.