De Costas para a sociedade
(por Domingos Oliveira Medeiros)
“De costas para sociedade”, no meu modo de ver, andam alguns jornalistas, quando resolvem engrossar o exército daqueles que, por motivos escusos, tomam partido nas questões mal resolvidas de um governo sabidamente perdido no mar de vaidades e de arrogâncias infundadas. Parcialidade e desinformação, no meu modo de ver, não combinam com liberdade de imprensa e responsailidade profissional.
Criticar o Judiciário, por defender pontos questionáveis, insertos na proposta de reforma da Previdência é, no mínimo, acreditar que toda a população brasileira seja ignorante.
A colunista Dora Kramer está equivocada. Quem está se distanciando da sociedade não é a Justiça, mas o Poder Executivo e o Legislativo, que insistem em impor suas vontades, a despeito de ferir a própria Constituição.
“Semideuses”, na verdade, são os parlamentares.
Juízes não têm a prerrogativa de aumentar seus próprios salários. E não custam cerca de R$ 80 mil reais aos cofres públicos, entre salários e demais vantagens.
Depender da Justiça, para dirimir conflitos, ao contrário do que sugere a colunista, é saudável para todos. Devemos dar graças a Deus por existir o Judiciário. Evitando o avanço da ditadura econôica que avança à cada dia.
Se é verdade que dia menos dia qualquer cidadão defrontar-se-á com o Judiciário, não menos verídico é o fato de que, todos os dias, estamos enfrentando as mazelas oriundas do Executivo e do Legislativo. Que nada têm feito em favor da população brasileira. Embora uma pquena minoria esteja tentando.
Quem está precisando de óculos é o governo; que insiste num protótipo de reforma, que visa, tão somente, resolver questões de ordem fiscal dos gastadores deste país: os governadores. De olho no apoio do Congresso Nacional, e , quiçá, nas próximas eleições.
Uma reforma séria, para dizer o mínimo, começaria pela cobrança dos devedores, prisão dos ladrões, venda de imóveis inservíveis do INSS, recadastramento de contribuintes, reorganização e informatização geral do Sistema, além da criação de instrumentos mais eficazes de controle, de modo a evitar o desvio de recursos para outras finalidades.
E não, repetindo a inconstitucionalidade de sempre: taxar, novamente, inativos, e entregar aos bancos a parte rentável do sistema, para fins de complementação de aposentadoria.
A cegueira da Justiça é de imparcialidade. E não de comprometimento com interesses menores, em flagrante desrespeito ao ordenamento jurídico vigente.