Você é daquelas pessoas que, por desinformação, estão do lado errado.
O seu artigo está cheio de mentiras e falsas premissas. Quando agente se dispõe a escrever sobre algo importante, tem-se que checar os dados, em respeito aos leitores.
Quando você argumenta que “as pessoas estão vivendo cada vez mais”, no pressuposto de justificar o aumento da idade para fins de aposentadoria, você comete um grave engano contra as pessoas que estão morrendo antes do tempo, por falta de assistência médica e de condições básicas de saneamento. Visite os sertões do nosso país, e você ficará sabendo que há trabalhadores na zona rural, que aparentam ter sessenta anos de idade, quando, na realidade, não passam de trinta, trinta e cinco. Sem falar nas crianças que morrem antes do tempo, por desnutrição, diarréia e outras doenças fáceis de curar.
Você, sem querer, está entrando no jogo demagógico dos governos incompetentes.
O seu raciocínio de que “quanto mais pessoas contribuindo e mais se beneficiando, os gastos ficam maiores”, estaria correto se a assertiva fosse verdadeira. Mas não é. A verdade é que cada vez mais, menos pessoas contribuem, por causa do desemprego, que é crescente, e, também, por causa do subemprego, de pessoas que se sujeitam a trabalhar sem a carteira assinada, pois os patrões alegam que não podem suportar a elevada carga tributária, os altos encargos trabalhistas e os juros altos praticados pelo governo para agradar os agiotas e o FMI.
Quanto a referência sobre as aposentadorias milionárias, lembro ao colega que elas existem, de fato, e são imorais, é bem verdade, mas não representam nem um por cento da folha de pagamento de todo o serviço público. E, vale o registro, de que elas acontecem mais no âmbito do Poder Legislativo, Federal e Estadual, que não está sendo objeto de reforma. Você está nos devendo esta informação. Quantas aposentadorias milionárias você acha que existe no Poder Executivo e no Judiciário?
Outra inverdade: “os aposentados da iniciativa privada, que trabalham muito mais, ganham uma miséria”. Não é bem assim. A miséria a que você se refere, é por conta do ridículo salário mínimo que o governo adotou para a exploração dos trabalhadores. Realmente, pagar R$240 para um pai de família, é uma vergonha. Mas, por outro lado, o que não pode é querer comparar o salário de um Membro do Judiciário, com um operário sem qualquer qualificação profissional. Isto é pura demagogia. De outra parte, nem todo trabalhador da iniciativa privada ganha pouco. Procure inteirar-se dos salários dos gerentes de bancos, diretores de financeiras, executivos de multinacionais, apresentadores de jornais de televisão, e você vai ficar assustado de ver que todos eles ganham muito mais do que o maior salário do serviço público que é de R$17 mil,atualmente, para uma minoria de Presidentes de Tribunais Superiores. Procure saber quanto ganha o Boris Casoy, por exemplo, que tanto fala mal da reforma.
Finalmente, lembro ao amigo que esta estratégia de jogar uma classe de trabalhadores contra outra, não é a melhor forma de se resolver um problema.
O que o governo deveria fazer era melhorar a aposentadoria de todos os trabalhadores, e não piorar a dos servidores; melhorar o salário mínimo e criar os empregos necessários para tirar o país do atoleiro. Eles querem entregar a Previdência aos Bancos, E cobrir os rombos dos Estados, por conta dos desvios de anos, que foram feitos contra os cofres da Previdência.
Não podemos pagar pela sujeira dos outros. Um abraço.