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Cartas-->Ah, Ciganinha... -- 25/06/2003 - 00:31 (Nildson) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minha, sempre minha bela, Ciganinha,

Você não pode imaginar como é bom saber que ainda se recorda de mim. E como é bom recordar você...
Em espírito, sei que nós nunca nos separamos, há algo em nós que transcende o sexual, que vai além dos prazeres mundanos e das paixões compulsivas. Ê uma relação ao mesmo tempo: fraterna, erótica, colegial, enfim, uma intimidade sem fronteiras quando juntos; e um respeito às individualidades, quando a eternidade da separação se faz presente. È uma amizade, um amor, um companheirismo sem cobranças de ambos os lados, sem julgamentos e sem ciúmes; talvez por isso, tenha sobrevivido por todos esses anos.
Nossa conversa, nossos anseios nossas confidências, tudo continua maravilhoso em minha lembrança. È muito bom relacionar-me com você.
Mas, como ser humano e nascido nesta terra, sinto saudades... E, quando a saudade aperta, lanço mão dos meus sonhos, não somente os que tenho, quando estou adormecido e a mercê de meu subconsciente, mas também aqueles nos quais minhas mãos e meu corpo substituem tuas mãos e teu inesquecível, morno, macio e acariciante corpo, lembrando-me quando roçavas meus lábios com os teus abrasadores lábios e te enroscavas em meu corpo, vestida apenas com a maciez de tua acetinada pele, que minhas mãos percorriam milímetro a milímetro, parando ora em um seio ora em outro, ora em um ouvido ora em outro, disputando espaço com minha língua e minha boca, umedecendo teu desejo e lubrificando o caminho para minha suave invasão.
Inevitavelmente, ocorre uma explosão dentro de mim, e jatos de mim são lançados ao meu redor escorrendo como mel por minhas mãos e salpicando minha pele; provindos da parte de mim que desejaria estar dentro de ti... No mais profundo de ti, com as vibrações, com as idas e vindas compassadas e cada vez mais ofegantes, com nossos fluidos se misturando na química que ocorre em momentos como este, colando nossos corpos num êxtase que só termina com a inundação final, culminando com uma paz e um retorno delicioso à consciência e à realidade.
Obrigado por tê-la conhecido.
Obrigado por conhecê-a na sua intimidade e no frescor de seus 24 anos. Jamais vou esquecer este corpo sinuoso exalando aroma de amêndoas.
Mas ainda a desejo, mesmo que seja apenas em sonho, acordado ou não...

Teu, M.B. (será que ainda sou?).
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