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Cartas-->POR QUE SOU DIFERENTE -- 08/06/2003 - 10:47 (Discípulo de Zaratustr@ >>>>>) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POR QUE SOU DIFERENTE

Desde pequeno, eu ficava insatisfeito com as repostas para as minhas inquirições. Nunca aceitei respostas fáceis, para satisfazer crianças impertinentes. Minhas primeiras interrogações foram: De onde vim? O que estou fazendo aqui? Por que sou assim? E tantas outras desse tipo.
O que mais me irritava era quando eu fazia uma dessas perguntas e respondiam-me: porque sim; isso não é coisa para menino de sua idade; não incomode, estou ocupado. Muitas vezes eu virava as costas desapontando sem as devidas explicações. Isso, porém, só aguçava mais e mais minha curiosidade.
Ainda era um menino, não tinha bagagem e conhecimento para minhas dúvidas; mas sabia prestar atenção nas pessoas e fazer comparações. O mundo podia não ter sentido algum e era-me incompreensível; porém, isso não me desanimava. Não me contentava principalmente com a explicação absurda que muitas vezes fui obrigado a escutar: “Porque Deus quis assim”.
Contrariado, eu freqüentava a igreja todos os domingos com meus pais. Não me sentia bem naquele lugar. Tudo cheirava a falsidade, a algo que não condizia com a existência humana.
Por que precisamos de um Deus? Só porque não temos respostas a certas perguntas! Só porque precisamos acreditar em algo superior a nós? Eu me questionava. Eu não sei a resposta para muitas coisas, e nem por isso eu me contento com uma explicação divina. Essas dúvidas, eu as tinha quando ainda era um menino de onze anos.
Eu reparava que quanto menor o conhecimento, mais simples e sujeita ao sofrimento uma pessoa estivesse maior era sua crença. Eu não poderia saber se essa premissa poderia ser aplicada a todas as demais pessoas; mas àquelas com as quais havia um convívio maior, a lógica prevalecia. E isso me intrigava de tal forma que aos doze anos passei a devorar livros e mais livros em busca de algo satisfatório. Era-me inconcebível a existência de um deus que passava todo o tempo traçando o destino de nossas vidas. Quem era ela para decidir o que serei ou o que me acontecerá daqui a alguns anos? Se formos obra Dele e Ele permite que alguns tenham de tudo e outros nada, que alguns sejam saudáveis e outros enfermos por toda a vida; então não passamos de atores num grande palco; então não passamos de brinquedo para que esse Deus possa se divertir as nossas custas?
Quanto mais crescia, mais observador eu me tornava e mais respostas eu encontrava. Muitas ainda continuavam sem explicação e tantas outras surgiam; mas eu nunca ficava satisfeito com explicações divinas. Isso não era explicação, era mais desculpa para não se dar ao trabalho de buscá-las. Eu não me contentava com isso. E isso fazia de mim um homem diferente; um homem que incomodava; um homem que não tinha amigos porque eu achava que eles não estavam a minha altura. Aqueles que poderiam ser meus amigos também não se sentiam bem ao meu lado. Isso porém não me abalava.
Ainda hoje eu sou assim. Tenho respostas às muitas perguntas que não tinha antes. Por exemplo, sei que Deus é uma invenção do homem para justificar aquilo que não sabe e para justificar a própria inutilidade da vida. Deus é uma forma de dizer: preciso acreditar que a minha existência não é destituída de sentido e que a minha morte não é um fim, mas um começo de uma nova vida supraterrena. Quando na verdade o homem deveria dizer: minha vida é um acaso e minha morte o fim desse acaso.
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