Tempo e Temperatura
(por Domingos Oliveira Medeiros)
Tempos de crises. O serviço de meteorologia informa. A previsão, no mundo da economia, é de tempo nublado. Nuvens carregadas, com pancadas de chuvas ocasionais e localizadas. A temperatura continua altíssima: a taxa básica (Selic) é de 26,5% ao ano. Aumenta o número de empresários e industriais passando mal com o forte calor. Enquanto isso, a informação é a de não há previsão para a queda de temperatura.
Explica, o chefe daquele serviço, que o tempo quente ( juros altos ) funcionam como um guarda-chuva contra os repasses de custos para os preços.
O governo espera fechar o ano com inflação em torno de 8,5%. No entanto, alguns meteorologistas dizem que tudo não passa de mentiras ou fanfarrices. Eles afirmam que os juros reais, descontados a inflação, se projetados para os próximos doze meses, situar-se-ão em torno de 16%.
Uma frente fria, vinda do exterior, contribuiu para a queda de temperatura do dólar. A moeda americana, hoje, está valendo, teoricamente, R$2,9450 (comercial). Ou seja: dois reais, noventa e quatro centavos, e cinqüenta (?) não se sabe o quê.
Na região serrana, a chamada poupança, está nevando bastante. E fazendo muito frio. A temperatura continua abaixo de 1%. Em compensação, faz muito calor nas regiões de cartões de crédito e de cheques especiais.
Relâmpagos e trovões causam pânico e medo e aumentam o risco Brasil. A umidade continua baixa. Caem os índices das bolsas de valores. Há menos oxigênio na praça. E muita gente com falta de ar. Apenas os banqueiros respiram sem o auxílio de instrumentos.