O caixa 2 do PT
Jornal Zero hora
O Rio Grande do Sul surpreendeu o Brasil com as revelações contidas na gravação das falas do tesoureiro do PT, senhor Jairo Carneiro, que, mesmo desmentidas, foram confirmadas com outra gravação do tesoureiro ad hoc, senhor Diógenes de Oliveira. O PT instalou no Estado o chamado “caixa 2”, uma “lavanderia” para limpar dinheiro sujo conseguido com achaques a bicheiros empresários, com o pomposo nome de Clube da Cidadania. As revelações mostram o comportamento do PT gaúcho idêntico ao procedimento de PC Farias, famoso por extorquir dinheiro para o ex-presidente Collor, cuja descoberta resultou em seu impeachment.
Os gaúchos eram acostumados a ver escândalos, falcatruas, etc., no centro, no norte e nordeste do país e sempre envolvendo partidos da direita, Jader Barbalho, Luiz Estevão, Lalau, ACM, etc... Jamais esperavam que isso ocorresse aqui no sul e com integrantes de um partido da esquerda.Tudo isso foi materiae imobilizsede do partido com dinheiro
Surpreende mais ainda o fato de que o PT dizia que vivia da contribuição dos filiados, da venda de bandeiras, de botons, etc... e não de empresários burgueses, quando na verdade por debaixo dos panos não só arrecadou da burguesia para a campanha eleitoral, como continuou a arrecadar após as eleições e ainda mantinha uma relação promíscua e de achaque com aqueles que exploravam o jogo do bicho. E o que é pior, tudo isso foi materializado e imobilizado com a compra da sede do partido com dinheiro sujo.
O PT nacional deve estar envergonhado e possivelmente indignado, uma vez que tudo isso irá respingar na candidatura de Lula a presidente exatamente no Estado que por duas vezes votou majoritariamente nele.
Com as gravações sendo reconhecidas verdadeiras pelo “PC do PT”, senhor Diógenes de Oliveira, réu confesso no caso, só se questiona se houve ou não as participações da cúpula do partido e do próprio governador ou se o senhor Diógenes realmente deu o tal “carteiraço”, o que será esclarecido nesta ou noutra CPI. Entretanto uma coisa já está provado, de que houve a extorsão dos empresários e dos controladores do jogo do bicho no Estado e que o dinheiro sujo serviu para adquirir a sede do PT, ou será que eles não sabiam de onde vinha toda esta dinheirama?
Assim como se quer que Jader Barbalho devolva o dinheiro do Banpará, o senador Luiz Estevão e o juiz Lalau devolvam o dinheiro do TRT, espera-se que no mínimo o PT devolva a sede partidária que adquiriu com dinheiro mal havido, sob pena de perder a moral de cobrar daqueles o que ele não faz, afinal a sede do PT foi comprada com o caixa 2, travestido de Clube de Seguros da Cidadania, uma entidade que é laranja do partido.
Agora ao PT não cabe simplesmente descartar o senhor Diógenes de Oliveira, até porque se ele não tinha a autoridade que dizia ter junto ao governador para extorquir, se não era o dirigente autorizado para arrecadar, como se gabava, uma coisa é definitiva: o dinheiro que ele achacou foi para o PT, e terá que ser devolvido, ou então o PT, os seus dirigentes e o próprio governador Olívio Dutra serão marcados na paleta com o carimbo de corruptos, envergonhado seus militantes e eleitores, por um escândalo sem precedentes na história da política gaúcha.
Comentário
Mas esta situação não me surpreende pois, de longa data, observo as falcatruas que também envolvem o PT, transvestido em vestal da moralidade pública.
Há mais de uma década, havia uma quadrilha que assaltava bancos. Num destes assaltos eles foram presos. Os meliantes eram nada menos que membros proeminentes do PT, um deles ex-sargento da Aeronáutica, cujo nome não me recordo.
Quando a polícia localizou o esconderijo dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, logo apareceu a figura impar do cardeal Arnz, como intermediário. No esconderijo foi encontrada grande quantidade de material de propaganda do PT, que se apressou a negar seu envolvimento. Mas foi o PT que se desdobrou para conseguir a libertação dos sequestradores.
Quando o petista Paulo de Tarso levantou acusações de favorecimento a empresas que contribuiam para o PT, o expulsaram do partido e não apuraram absolutamente nada.
Quando a Benedita era vereadora, no Rio de Janeiro, ela colocou todos os seus filhos em cargos bem remunerados, a custa de diplomas falsos. Levantada a questão, simularam pedidos de demissão, que jamais foram apresentados.
Quando a mesma Bené recebeu um imóvel, a que tinha direito como Senadora, ela apresentou uma conta em torno de R$75 mil, pela reforma do apartamento. Valor que quase daria para construir um novo.
O Sapo Barbudo comprou um apartamento de cobertura, em S. Paulo, pela ínfima quantia de R$150 mil, tendo pago parte com um cheque que se apurou havia sido dado, como propina, por um empresário em troca de benesses. Aliás o terreno em que foi construído o prédio havia sido desapropriado e a desapropriação foi levantada por gestão do PT.
Se formos mexer, vamos encontrar muita coisa. Eles não se diferem dos demais senão na retórica.
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