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Artigos-->O lado obscuro da criatividade -- 17/06/2002 - 18:15 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


O Brasil é um lugar de gente criativa. Se criatividade é um fundamento da publicidade, por silogismo, somos um país privilegiado nas artes publicitárias. Verdade, mas também temos abundância em pilantragem, desonestidade, cara-de-pau e descaramento no que é veiculado entre os programas.



Ao longo de décadas, ficamos acostumados com a qualidade técnica, a sensibilidade, o bom-humor, o desfile de efeitos especiais e o vanguardismo das peças publicitárias tupiniquins. Uma inércia positiva que, agora, produziu o que há de pior quando o assunto é criar.



Há meses, a agência W/Brasil conquistou o prêmio máximo do Clio Awards, premiação que escolhe as melhores peças e agências publicitárias do mundo, com "A semana", filme para veiculação em TV e cinema produzido para a Revista Época, da Globo. Foi justo. Muito Justo. Justíssimo.



A propaganda consiste em uma seqüência de imagens e frases que surgem e desaparecem na tela e, aos poucos, segue mostrando os diferentes pontos de vista em relação ao período de sete dias. Creio que poderíamos atribuir um valor à obra semelhante aos solos de guitarra criados por George Harrison em músicas dos Beatles, beiram a perfeição.



"A semana" emociona, toca profundamente, comove, convence. Por esses adjetivos a empresa de Washington Olivetto levou a publicidade brasileira ao Olimpo. Mas, como Newton bem disse, toda ação provoca uma reação. No Brasil, a mais nefasta.



Ironicamente, "semanas" depois do feito, proliferaram anúncios em TV recorrendo, descaradamente, à mesma estrutura da criação premiada. Tentaram se aproveitar do fato de a peça original ter sido veiculada por apenas um mês na TV brasileira e sessenta dias nos cinemas. Pouco tempo para gravar na memória dos brasileiros menos antenados.



Esses pseudo-publicitários demonstraram pura ausência de ética profissional em sua conduta. Estupraram a propriedade intelectual. Plagiaram. Copiaram. Tentaram (e sempre o farão) se apossar das sinopses alheias, reeditar o talento, clonar o objeto estético. Óbviamente, falharam.



O que eles dizem? "É uma tendência". Não! Tendências são mais subjetivas, abstratas, quase indefinidas. Aquilo não é seguir uma proposta, é como jogar a sujeira para debaixo do tapete, recauxutar um pneu novo e trocá-lo de nome, usurpar o talento brasileiro.



Aquela mesma criatividade nata verde-amarela, que desenvolve a melhor publicidade na opinião do mundo, se voltada para o "lado negro da força", sintetiza a publicidade do mal. A facção antiprofissional, amoral e anti-ética, produz momentos que, para o bem comum, terão vida breve e estão fadados ao esquecimento.

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