Junho, Mais uma Sexta-Feira 13 em Montalegre
Mês de Junho em Montalegre o início de tempo festivo na região, logo começam as tão esperadas festas religiosas, a festa do colégio, o meu irmão Vitor anda lá por Coimbra todo animado a convencer todos os integrantes do coral “ Cantares do Zeca” de Coimbra, ele é um dos cantores do coral e quer que todos vão participar da festa do colégio, tomara que consiga, pelos vídeos que me chegam aqui, é mesmo um coral bem estruturado e a ficar famoso em Coimbra. E para completar estas festividades temos mais uma sexta-feira treze. Isto é um bom sinal: muitos imigrantes vão antecipar as suas férias em Portugal para participarem destas festas que são sem dúvida o ponto alto da vida social da região. Aqui do Brasil faço votos para seja um mês muito agradável para todos. Sexta-feira treze, um dia em que Montalegre está na boca de todos, muitos se deslocam para lá, outros sentem vontade de estar aí também. Montalegre neste dia revive o mundo medieval, a própria vila é o palco perfeito para se mostrar ao mundo o que era a época medieval, Casas de pedra, mesmo quem as reforma cuida para manter a velha tradição. Assim é Montalegre. É o mundo rural a preservar a vida como por ali acontecia. E no dia das bruxas, toda a sexta-feira treze então toda a vila se transforma em um palco perfeito para uma festa medieval.
Ruas estreitas que geralmente terminam em uma pracinha onde um palco se transforma em uma festa típica do mundo medieval. Gaitas de fole, instrumento musical da época, acompanham trovadores vestidos a caráter a cantar suas trovas: Cantigas de amor, de maldizer e cenários a recriar o teatro medieval.
O ponto alto da festa ocorre à noite nas cercanias do Castelo que neste dia se transforma no palco perfeito do mundo medieval: das ameias castelo e do telhado saem bruxas, bem amarradas em fios invisíveis, que percorrem a vila espalhando feitiços e bruxarias, algumas levam bilhas de barro para borrifar aquela gente com gotículas de mezinhas: receitas caseiras para curar diversas maleitas.
Enquanto nas cercanias do Castelo um grande palco é erguido e ali se recriam festas palacianas do mundo medieval, realmente o ponto alto da festa. Atores da Espanha e de Portugal se esmeram em recriar este ambiente medieval tal qual.
A noite termina com o esconjuro do Padre Fontes, o autor de tudo isto, quando mais jovem com voz possante, e agora um pouco mais fraca , esconjura todo o mal que paira sobre a vila e sobre todos que vieram para a festa .
Já vai longo demais este artigo. Vou deixar o esconjuro do Padre Fontes que é mesmo um capítulo à parte para ser editado em outra modalidade. E a festa termina com a distribuição da queimada: em uma grande panela de barro, Padre Fontes mistura água, aguardente e ervas medicinais a ferver sobre uma grande fogueira, bem ao estilo medieval e todos se deliciam com esta queimada servida enquanto padre Fontes faz o famoso esconjuro e se vão certos de que todo o mal de seus corpos, de sua vida se foi com a força daquela bebida servida ao som do esconjuro do Padre Fontes.
Bem haja Padre fontes e todos aqueles que proporcionam este espetáculo imperdível que em Montalegre acontece em toda a sexta feira treze.
Lita Moniz
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