Este é o título de uma peça teatral infantil que li há muitos anos. Contava de um arco-íris que não podia se arquear na majestade de todas suas cores porque faltava cair uma última gotinha de chuva. E essa tal estava presa na casinha onde morava a velha do arco, conhecida como o Arco da Velha. Juntaram-se a Garoa, o Vento, a Geada e não sei mais quem, para irem resgatar a Gotinha da prisão da Velha do Arco. Muito jeitosa, a Garoa ainda tentou convencer a bruxa em soltar a Gotinha sem maiores problemas. Mas a teimosa não atendeu ao amável convite e mais se trancou na casa. Pra quê... Todos os elementos se reuniram, e acabaram logo com aquela história: o vento levantou o telhado, a garoa choveu lá dentro, veio o chuvisco paulista que ajudou também, enquanto a geada congelava a velha. Enquanto isto, não me lembro quem, encontrou a Gotinha e a salvou. Daí ela partiu para uma nuvem e de lá desceu pra terra. Foi só assim que o Arco-íris conseguiu todo se arquear, com todas suas multicores. --- E a velha? Chorava de dar pena. Queria apenas ter companhia. Com tanto dinheiro no seu pote de ouro, não tinha com quem conversar. Pensou que a Gotinha seria sua salvação. Mas a Garoa, tão boazinha, prometeu que a visitaria, etc e tal. E tudo acabou bem. Menos mal.
Esta história me veio à memória porque hoje choveu no meu bairro. Choveu com a hierarquia dessa pecinha infantil: primeiro uma garoa, depois o chuvisco, logo o vento e, à noite, uma geada finíssima.
E o arco-íris? Não deu tempo de ele vestir-se com suas cores. Veio a noite.
E termino aqui minha croniquinha (ou, se preferirem, croniqueta ), feita para um dia de chuva.
