As manifestações populares que vêm ocorrendo desde a eleição do larápio Lula da Silva chegaram muito tarde, com 1 ano e 7 meses de atraso.
Essas manifestações, que hoje ocorrem em todo o Brasil, principalmente em frente a quartéis, deveriam ter sido feitas a partir do dia 15 de abril de 2021, quando o STF, por 8 votos a 3, "descondenou" o ex-presidiário para concorrer à presidência da República.
Naquela data, ocorreu um verdadeiro golpe contra a democracia, e ninguém tomou providência - nem o Presidente da República, Jair Bolsonaro, nem os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, que cometeram crime de prevaricação. Deveriam ter acionado as Forças Armadas, como prevê o Art. 142 da Constituição Federal, para Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que foram quebradas criminosamente por 8 togados do STF.
Suponho que o presidente Bolsonaro pensava que o melhor adversário para ele seria o ladravaz, apesar de pesquisas de opinião mostrarem que Lula tinha ainda enorme aceitação popular, especialmente junto aos mais pobres. Muito mal assessorado por fardas estreladas, ocorreu a Bolsonaro erro semelhante ao visto no ano de 2005, quando Lula balançava no poder devido ao Mensalão e FHC, que sempre foi o maior cabo eleitoral de Lula, convenceu o senador Jorge Bornhausen a não acionar o impeachment contra o Chefão do PT, dizendo que o "impeachment seria no voto". Deu no que deu. Lula foi reeleito em 2006 e ainda emplacou um laranja, Dilma Rousseff, duas vezes, em 2010 e 2014.
Manifestantes em frente ao Quartel-General do Exército, Brasília, DF.
Eu entendo a revolta dessas multidões que enfrentam temporais e lama, como em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, em não aceitar que um criminoso suba a rampa do Palácio do Planalto no dia 1º de janeiro de 2023. Agora Inês é morta e não há mais nada a fazer, senão enrolar a Bandeira Nacional e voltar para casa.
Resumo do resumo: um Poder da República cometeu um crime hediondo. Os outros dois Poderes da República cometeram crime de prevaricação, ao fazer vista grossa a um crime consumado. Em decorrência desses crimes contra o povo brasileiro, passamos a viver num regime de exceção, comandado pela Ditadura da Toga.
E a mídia? Com exceção da Jovem Pan News, aplaude o golpe com entusiasmo.