O Brasil é mesmo um país marsupial, o país-canguru com suas variadas bolsas. Há bolsa para tudo, só falta aprovar a bolsa-maconha do deputado Fernando Gabeira.
No Distrito Federal, o ex-governador Cristóvam Buarque diz ser o pai brasileiro da Bolsa-Escola, embora tal iniciativa tenha vindo primeiro de um prefeito de Campinas. Nesta semana, o Brasil conheceu o mais novo tipo de bolsa: a bolsa-eleição, a mais nova cria do PT (Partido dos Talibãs).
Essa bolsa-eleição explodiu como uma bomba no colo dos petistas locais, como se fosse um novo Riocentro: durante a campanha política de 1998, alguns políticos de esquerda, a maioria do PT, teriam recebido da Associação Assistencial da Fundação Educacional (Asefe) entre R$ 75.000,00 e R$ 200.000,00. Segundo a denúncia, o total dos recursos desviados são da ordem de R$ 20 milhões.
A maracutaia foi gravada em uma fita por Marcos Pato, ex-diretor do Sindicato dos Professores (Sinpro), a pedido do atual Diretor Financeiro da Asefe, Jorge Eduardo Rodrigues, também do PT, na qual o ex-presidente da Asefe, Firmino Pereira, dá detalhes das irregularidades cometidas.
Os políticos acusados de terem recebido dinheiro do “caixa-dois” são:
- ex-governador Cristóvam Buarque (não se elegeu);
- ex-deputado Chico Vigilante (não se elegeu);
- deputados distritais Wasny de Roure e Lúcia Carvalho (eleitos em 1998).
Além dos petistas acima citados, teriam participado da maracutaia o deputado federal Agnelo Queiroz (PCdoB) e o presidente regional do PCB, Trajano Jardim.
Coincidência ou não, Sueli de Roure, irmã de Wasny, é hoje diretora da Asefe. Embora ela seja vista apenas no gabinete do irmão, na Câmara Distrital, recebe R$ 3.300,00 por mês daquela Associação.
Além das irregularidades já citadas, a grande “famiglia” Asefe-PT-PCdoB-PCB teria surrupiado dinheiro do cofre da Associação, no final de 2000, para financiar uma farra da diretoria da Asefe e suas famílias em “merecidas férias” no Recife, durante uma semana. Farra essa – vale lembrar – financiada pelos associados da Asefe, não por sua diretoria.
Como sempre digo, no Brasil, quando se trata de políticos e de seus partidos, “é tudo japonês”.
Com a palavra Ayrosa Off e outras “virgenes vestales”, do PT ou não, que desfilam com Lula-laite em Usina de Letras, para explicar mais essa maracutaia. Já falam em CPI, mas será que alguém vai querer saber mesmo o que contém essa caixa preta, melhor dizendo, essa caixa vermelha da canhota do DF? Até as eleições de outubro muitas pedras vão rolar (talvez cabeças, também), e certamente esta será apenas mais uma das tantas denúncias que neste País smpre caem no vazio.