 Casa do Espanto, um ralo sem fundo
Ao dizer que "Brasília é um cancro de corrupção e privilégio", o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub obviamente estava se referindo à burocracia governamental existente na capital, paquidérmica e perdulária, não aos cidadãos que aqui vivem.
Não foi o que ocorreu com a Casa do Espanto, vulgo Câmara Legislativa do Distrito Federal. Os deputados distritais, feridos em falsos brios, entenderam outra coisa, não sei se por ignorância ou má fé, e tornaram Weintraub "persona non grata" da Capital.
A mesma Casa do Espanto, perdulária até suas entranhas, anos atrás, durante o governo petista de Cristovam Buarque, se negou a conceder título de cidadão brasiliense a Pelé.
Um deputado passeou com a família na Disney, antes da pandemia da Covid-19, e assinou simultaneamente o ponto de presença na Câmara - um milagre de bilocação. Continua soltinho, lépido e fagueiro.
Outro deputado, em plena pandemia, com reuniões virtuais, gastou gasolina em um mês que daria para fazer uma viagem a Bogotá, na Colômbia. Outro, viagem a Buenos Aires, na Argentina. Anualmente, os deputados distritais gastam tanta gasolina que daria para fazer 8 voltas em redor da Terra. Uma viagem à Lua. Tudo por conta da rubrica "verba indenizatória".
Cada deputado distrital tem direito a uma verba mensal de R$ 184.000,00 só para contratar assessores - os tais "aspones".
Rachadinhas? As há, sem dúvida. Mas investigações não prosperam na Casa do Espanto, porque um lava a bunda suja do outro.
Se fosse fechada a Casa do Espanto, seria uma economia formidável ao DF.
É disso e da Esplanada dos Ministérios que Weintraub estava falando, não da população ordeira e trabalhadora do Distrito Federal, que está representada por essa elite política abusiva ao extremo.
Abraham Weintraub afirma que Brasília é um cancro de corrupção e privilégio
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