----- Presuma-se ou não que intento promover-me ao colo doutrém, como tantas vezes aqui estupidamente se insinua e afirma (quando se cita algo o que se estará de facto a fazer?), tomo expontâneo e exponho aqui (crendo que não faço abuso e por isso arrisco) seis magníficos versos (são-no deveras) de Olympia Salete Rodrigues, para, inspirado neles (e sem eles não teria fonte para inspirar-me) expor a minha vontade logo que a morte me dê enlace.
Se os sinos dobrarem,
pensa em mim com ternura
e não me ofendas com nenhuma prece...
Como vivi, quero morrer sem deus nenhum,
sem força alguma além da minha,
sem nada enganador além do amor
Olympia Salete Rodrigues
FINADO
Quando o silêncio total brotar de mim
Como nada saberei ou sentirei enfim
Faça-se pois tudo que a fazer houver...
Mas se porventura alguém tiver o sonho
De retirar à morte o seu véu medonho
Ponha-me de vela um Cão e uma Mulher!
---------------- Torre da Guia -------------------