Dias atrás, participei de um evento, e em um dos stands, existia uma rocha chamada avalanche. Seu desenho era exótico, misterioso, uma mescla de marrons, cinzas, acobreados e brancos, que realmente lembravam um grande monte de gelo a mover-se.
Aquilo trazia ideia de movimento, e mexia com meu estômago e meus nervos, de uma forma intrigante.
Ontem me senti da mesma forma, quando fui respondida em uma solicitação de amizade que fiz a um ano atrás, exatamente.
Aquela pessoa, representou imensamente em meu passado, e me fazia borbulhar por dentro, e me cativava, e ao mesmo tempo me consumia.
É óbvio que o objetivo, não era outro, senão o retorno de algo que jamais voltaria, afinal, vasos de cristal quando se quebram, não aceitam reparo.
É claro que quando um homem procura uma mulher, dizendo em cada 10 palavras, que sente muita saudade, que morre de saudade, que sente falta, não precisa dizer muito mais, é só dar linha na pipa, ou como diz a plebe, dar condição, que a coisa volta a rolar, ou por sentimentos guardados e protegidos, ou por mera sacanagem mesmo, afinal, somos feitos de carne e osso, e como a carne ganha em percentual, quase sempre é ela quem domina.
Mas, existem quebras irreparáveis, momentos que não voltam, sentimentos que não se reparam. É um emaranhado muito louco pra se dominar racionalmente.
Voltar no passado não é fácil. As condições não são as mesmas, as idades não são as mesmas, e porque não dizer, os desejos, nem de longe se parecem com os do passado.
E assim vamos caminhando, sem dizer sim ao subliminarmente proposto, ou fingir-se de morta, aos apelos não pouco contundentes.
Isso faz parte da vida, e como todo o resto, precisamos lidar.
As avalanches são contínuas, diárias ou não, até que venha
o último suspiro. Nesse momento, todos os montes sossegam, todos os tsunamis interiores cessam, tudo acaba.