A inviolabilidade dos Dragões
General Paulo Chagas
Caros amigos
Ao longo da carreira militar aprendi muitas coisas que, quando da minha despedida do serviço ativo, há dez anos, procurei relatar como forma de agradecimento a Deus e a todos que para isto contribuíram.
Está registrado em minha mensagem que, quando Tenente, fui Dragão, e que, no “1º de Cavalaria”, aprendi, o que é, de fato, ser um Oficial do Exército de Caxias. Devo isto aos exemplos, aos ensinamentos e às exigências dos meus comandantes de Regimento e de Esquadrão, Cel Armando Luiz Mallan de Paiva Chaves e Cap Ariel Rocha De Cunto, com quem aprendi que ser nobre não é a ostentação de títulos, mas a retidão de caráter, a vida regrada, a disciplina, a elegância de atitudes e a dedicação integral ao serviço da Pátria, sem dela nada exigir.
Registrei que considero a função de Comandante do 1º Regimento de Cavalaria de Guardas a maior comenda posta à ambição de um Oficial da minha Arma e aprendi, por tantas vezes que me emocionei enquanto a exercia, que nada na carreira se compara ao privilégio de comandar os Dragões da Independência!
Não omiti sentimentos ao declarar que durante aquele tempo, não houve jornada em que, pelo menos por um momento, meus olhos não se tivessem marejado, ou minha garganta não se tivesse embargado na intimidade dos meus pensamentos, motivado pelo prazer de assistir os Dragões vibrarem e superarem-se no exercício de importantes e dignificantes tarefas ou nas simples atividades de rotina, onde a dedicação pessoal e espontânea era fator decisivo para manter-nos em parceria com o sucesso!
Ao finalizar a despedida, atribui a Deus a benção de realizá-la no quartel do Regimento de Dragões da Independência, cenário dos melhores momentos de minha carreira e única missão que gostaria de repetir!
Dito isto, deixo à imaginação de cada um os adjetivos que atribui à imagem dos dois Dragões que enobrecem a rampa do Palácio do Planalto com a simbologia da sua presença em uniforme da Imperial Guarda de Honra de D. Pedro I, tendo como pano de fundo bandeiras da CUT, da UNE e de outros movimentos mercenários e apátridas que dão suporte ao governo incompetente, corrupto, traiçoeiro, dissimulado e mentiroso que, em breve, será despejado daquele imóvel!
Foi repugnante, para todo e qualquer Dragão, assistir àquela cena na véspera do dia do nascimento do Patrono da Cavalaria, Marechal Manuel Luis Osorio, e na semana em que o “1º de Cavalaria” completa 208 anos de sua criação.
Dilma Rousseff é ainda, infelizmente, a “Comandanta” em Chefe das FFAA. Todos sabemos que pouco aprendeu no tempo em que se dedicou a destruir o Brasil, mas não custava nada aos bons soldados que a protegem ensiná-la que há limites para o exercício da autoridade, tanto para cima quanto para baixo.
Assim como é crime a prepotência e o seu abuso - motivo mestre do processo que a tirará de onde nunca deveria ter estado -, é crime também a promiscuidade caracterizada pela conivência na invasão do Palácio do Planalto, pelo comportamento inadequado da ralé que a apóia em seus momentos derradeiros e pela utilização da sede do poder executivo para manifestações irresponsáveis, assembleias de sindicatos e para o incentivo à violência e ao desrespeito à ordem jurídica e aos procedimentos legais.
Não menos grave é o crime de desrespeito à inviolabilidade física e moral das Sentinelas da Hora, neste caso, à dos dois Dragões cuja imagem, difundida por todas as mídias, é a prova e o símbolo desse desrespeito e da promiscuidade praticados pela "governanta" em seus últimos dias de desgoverno!
Se, como Comandante, por vibrar com os meus comandados, marejei os olhos e embarguei a garganta, confesso que, desta vez, foi por revolta!
Gen Bda Paulo Chagas
(Pena Branca – 1996/97)
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