Usina de Letras
Usina de Letras
22 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63136 )
Cartas ( 21349)
Contos (13299)
Cordel (10355)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10647)
Erótico (13588)
Frases (51615)
Humor (20167)
Infantil (5584)
Infanto Juvenil (4928)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141264)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6344)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Nietzsche, Dostoiévski e a compaixão pelos animais -- 09/01/2016 - 10:34 (Georgina Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



 













Duas fortes passagens, ambas relacionadas à compaixão, levam-nos a Dostoiévski e Nietzsche. É sabido que o filósofo alemão muito admirava o grande russo. Pois bem... No livro "Crime e Castigo", do Dostoiévski, o personagem principal sonha que, acompanhado pelo pai, assiste a uma tremenda covardia contra uma pobre égua. Homens bêbados passam a golpeá-la e chicoteá-la incessantemente, inclusive nos olhos. O dono é o mais perverso e alega que, por lhe pertencer, poderia dispor do seu corpo. E autoriza a rapaziada: " Nos focinhos, nos olhos, dêem nos olhos!". E de tanto apanhar, a égua "estende o focinho, respira c/ dificuldade e morre".






O personagem, então menino, não compreende a passividade do pai (teríamos leituras outras por aí, mas o contexto é a compaixão). Então, "abre caminho por entre as pessoas e se aproxima da égua, pega-lhe no focinho morto, ensangüentado, e beija-a nos olhos e nos lábios". E "arrebatado de furor, lança-se com os pequenos punhos contra" o dono do animal.






Agora, voltemos ao Nietzsche, admirador confesso do Dostoiévski. O fato a ser mencionado não se restringe à esfera literária, mas realmente ocorreu em Turim. Vemos que guarda semelhança c/ o sentimento acima narrado. Aqui vai: o filósofo avistou um cavalo sendo violentamente espancado pelo cocheiro. Revoltou-se e, aos berros, correu em direção ao animal. Abraçou-lhe então o pescoço, chorando copiosamente. Muito desesperado, dizia-lhe algo. Talvez pedisse perdão pela humanidade, que tanto o decepcionava.






Curiosamente, isso ocorreu no mesmo ano em que a loucura de Nietzsche foi diagnosticada. Alguns dizem que em ápice da sífilis. Evidentemente, a dispersão na época era bem menor do que dos nossos tempos. Imagino como deve ter se entregue às obras de Dostoiévski, sorvendo cada uma de suas palavras, imagens e significados. Inteligências raras. E entre as suas convergências, sem dúvida estava a compaixão.
















 
















 


Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui