MACONHA - EFEITOS NOCIVOS À PESSOA
Edson Pereira Bueno Leal, dezembro de 2014.
O THC , presente na resina e na flor da planta, representa cerca de 10% das substâncias encontradas na maconha é é ele que promove o “barato” do cigarro da maconha.
Age no chamado sistema canabinoide, região que abrange o córtex, o sistema límbico , os gânglios da base e o hipocampo. Interfere na metabolização da anandamina , substância associada à regulação dos neurotransmissores dopamina, GABA e glutamato,.
O THC tende a ocupar o lugar da anandamina nos processos fisiológicos cerebrais. Por isso , interfere no funcionamento da química cerebral - inclusive em pessoas saudáveis. O efeito varia conforme a região do cérebro afetada:
No córtex, atua nos neurotransmissores glutamato e dopamina, alterando o raciocínio e a atenção.
No sistema límbico , atua na dopamina, deflagrando os efeitos psicotrópicos da droga.
Nos gânglios da base, atua na dopamina, comprometendo o sistema motor.
No hipocampo, age no glutamato, alterando a memória. ( Revista Veja, 17.09.2014, p.108) .
Um estudo publicado pela revista inglesa The Lancet, estabeleceu um ranking das drogas mais nocivas à saúde física e mental. Os critérios utilizados foram três: o grau de danos ao organismo, a capacidade de produzir dependência e o impacto do vício na vida social do indivíduo. A maconha ficou em oitavo lugar e em uma escala de 1 a 3 entre nenhum prejuízo e máximo prejuízo ficou em 1,0 em danos ao organismo e em torno de 1,5 nos outros dois quesitos. (Veja, 23.05.2007, p. 79)
O uso freqüente da maconha diminui a coordenação motora, altera a memória e a concentração. Pode levar o usuário a crises de ansiedade e depressão. Prejudica o sistema respiratório, pois é um cigarro que possui 480 componentes além do THC, alguns sendo cancerígenos como o alcatrão. Pode diminuir a produção de esperma e de hormônios como a testosterona no homem e estrógenos na mulher e provocar queda na imunidade do organismo.
Estudo feito por cientistas dos EUA e da Itália, publicado na edição de novembro de 2000 da revista Nature Neurociensce, demonstrou pela primeira vez que o princípio ativo da erva, o THC – delta-9-tetrahidrocanabinol tem o que os farmacologistas chamam de potencial aditivo, ou seja, ele pode viciar. Por observação clínica já se sabia que 10% das pessoas que experimentam a maconha acabam se viciando. O estudo foi feito com a colocação de micos de cheiro em câmaras de isolamento, alternando aplicações de soro fisiológico e THC em solução na dose de 2 a 4 microgramas por quilo de peso, o equivalente a um cigarro de maconha fumado por um humano. Quando a solução era soro fisiológico, os macacos se contentavam com quatro injeções por sessão, mas quando era THC, os animais chegavam a solicitar 30 injeções por sessão. O estudo não avaliou o quão forte é a dependência. (F S P, 16.10.2000, p. A-14).
Segundo o médico José Elias Murad, “na maconha já foram identificados cerca de 61 canabinóis, isto é, produtos químicos alucinógenos mais ativos”. Um milésimo de micrograma de THC pode afetar a hipófise diminuindo a atividade sexual. No homem como a produção de espermatozóides é contínua os efeitos desaparecem com a interrupção do consumo. Já na mulher o risco é maior, pois ela nasce com cerca de 400 mil óvulos e se eles são lesados não há como reverter e o THC tem uma elevada capacidade de se acumular nos ovários. (O Estado de São Paulo, 2.5.1982).
Segundo a neurocientista e psiquiatra Nora Volkow , diretora do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, “há quem veja a maconha como uma droga inofensiva. Trata-se de um erro . Comprovadamente , a maconha tem efeitos bastante danosos . Ela pode bloquear receptores neurais muito importantes . Estudos feitos em animais mostraram que , expostos ao componente ativo da maconha , o tetraidrocanabinol (THC), eles deixam de produzir seus próprios canabinóides naturais (associados ao controle do apetite , memória e humor). Isso causa desde aumento da ansiedade até perda de memória e depressão . Claro que há pessoas que fumam maconha diariamente a vida sem que sofram conseqüências negativas, assim como há quem fume cigarros até os 100 anos de idade e não desenvolva câncer de pulmão . Mas até agora não temos como saber quem é tolerante À droga e quem não é . Então, a maconha , é, sim , perigosa” . (Veja, 31.03.2010, p. 20).
Um artigo escrito por autoridades do Nida ( Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos EUA), publicado na revista médica “New England Journal of Medicine”, relaciona o uso recreativo da maconha na adolescência a notas baixas e maior risco de evasão escolar e chama a atenção para os riscos de legalização da droga no país. No estudo, o uso da droga também foi ligado a problemas pulmonares e comportamento de adição. Segundo o trabalho, adultos que fumaram quando mais novos tinham uma conectividade neural deficiente em áreas do cérebro envolvendo memória e aprendizado. ( F S P , 7.6.2014, p. C-7) .
É um alerta para os irresponsáveis que defendem a legalização da maconha e isso inclui até profissionais da área médica que chegam a afirmar que a maconha não faz nenhum mal.
ATAQUE CARDÍACO
Pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, ligado à Universidade Harvard, concluíram que fumar maconha pode aumentar em quase cinco vezes o risco relativo de um ataque do coração, na hora seguinte às baforadas. O estudo foi feito com 3.882 vítimas do mal cardíaco com idades entre 20 e 92 anos. Em média, os adeptos da maconha tinham 44 anos e apresentaram mais probabilidade de ser obesos e de fumar cigarros. A droga acelera o ritmo do coração, embora ainda não esteja claro como serve de gatilho para o ataque. (Veja, 20.06.2001, p. 130).
“O uso frequente de maconha agride a parede interna das artérias e predispõe ao infarto do miocárdio, derrame cerebral e isquemias transitórias”. . ( Dráuzio Varella, F S P, 28.06.2014, p. E-8).
CÉREBRO DANO PERMANENTE
Segundo Ana Cristina Fraia, psicóloga da Clínica Maia Prime , em São Paulo, “ o bombardeio repetido da maconha sobre o cérebro cria uma marca neuronal indelével”.
A cocaína e o álcool causam efeitos sobre o cérebro que todavia se dissipam poucos dias depois de interrompido o consumo . A cannabis é diferente . Ela imita a ação de compostos naturalmente fabricados pelo organismo , os endocanabinóides. Essas substâncias são imprescindíveis na comunicação entre os neurônios , as sinapses . A maconha interfere caoticamente nas sinapses, levando ao comprometimento das funções cerebrais . Pesquisas sobre os endocanabinóides conduzidas pela Universidade Hebraica , em Jerusalém, revelaram que esses compostos estão espalhados por todo o cérebro, o que explica a ação difusa da maconha.
A maconha ocupa o lugar dos endocanabinóides nos receptores desses compostos nos neurônios. Dessa forma a comunicação neuronal ( sinapse) se torna ineficiente. Eventualmente pode haver até mesmo perda da função dos neurônios. A afinidade química da maconha com os receptores endocanabinóides é tamanha que basta um ano de uso contínuo ( pelo menos uma vez por semana) , para que os danos sinápticos possam vir a se tornar definitivo, sobretudo quando o consumo crônico começa na adolescência, quando o cérebro ainda está em formação e os mecanismos neurais estão mais vulneráveis. Esta conclusão assustadora coloca por terra o principal argumento dos usuários de maconha , a de que ela é inofensiva.
Por isso , Valentim Gentil Filho, doutor em psicofarmacologia clínica pela Universidade de Londres e um dos mais renomados psiquiatras do país afirma “Se fosse obrigado a escolher uma única droga a ser banida , seria a maconha, sem sombra de dúvida ..Drogas como heroína, cocaína e crack são devastadoras porque podem matar a curto ou curtíssimo prazo. Além disso, é difícil se livrar dessas substâncias pelo alto grau de dependência que apresentam. Os danos que elas causam ao cérebro, porém, cessam quando deixam de ser usadas. Ou seja, passado o período de abstinência as funções do organismo se restabelecem. Com a maconha a história é outra. É a única droga a interferir nas funções cerebrais de forma a causar psicoses definitivas, mesmo quando o seu uso é interrompido...O consumidor esporádico , aquele que fuma às vezes, está sujeito a sofrer estados psicóticos transitórios , como alucinação e paranoia , ataques de pânico e ansiedade. O efeito permanente nas conexões nervosas se dá no uso crônico. Ai,sim , absolutamente todos sofrem algum prejuízo”. ( Veja, 31.10.2012, p. 98-99)
O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, da Universidade Federal de São Paulo alerta “Encarar o uso da maconha com leniência é uma tese equivocada, arcaica e perigosa”. Revista Veja, 31.10.2012, p. 93).
A maconha afeta diversas áreas do cérebro: Córtex – área da cognição – causa falta de concentração, dificuldade de raciocínio e problemas de comunicação . Hipotálamo – área da sensação de saciedade – causa aumento do apetite. Hipocampo – área da memória – causa perda das lembranças , sobretudo as recentes e de longa duração . Núcleos da Base e Cerebelo – áreas dos movimentos co corpo – causa falta de coordenação motora e desequilíbrio . Amígdala – área do controle das emoções – causa aumento ou diminuição da ansiedade. Revista Veja, 31.10.2012, p. 94-95)
Pesquisa feita por Hans Breither, da Universidade Northwewestern e outros, publicada em abril de 2014, na revista científica “Journal of Neuroscience”, concluiu que jovens adultos que usaram a maconha apenas recreativamente mostraram anormalidades em duas regiões do cérebro que são importantes para a emoção e para a motivação, o núcleo cumbens e a amigdala. São estruturas fundamentais no cérebro e a formam a base de como as pessoas avaliam aspectos positivos e negativos sobre as coisas no ambiente e tomam decisões sobre elas.
Usando diferentes técnicas de neuroimagem , os cientistas examinaram as duas regiões e notaram as alterações que são maiores , quando mais cigarros de maconha a pessoa fuma. Portanto o estudo coloca por terra a ideia defendida pelos que apregoam a liberação da maconha, de que seu uso recreativo não leva a consequências ruins. A maconha foi liberada nos EUA e no Uruguai e estão querendo liberar no Brasil. Porta de entrada de outras drogas mais pesadas como a cocaína, anormalidades no cérebro, entre outras consequências negativas que são inúmeras. O que querem os defensores da maconha? Acabar com a nossa juventude? ( F S P , 16.04.2014, p. C-7) .
“Da fase pré-natal aos 21 anos de idade, o cérebro está em estado de desenvolvimento ativo, guiado pelas experiências. Nesse período fica mais vulnerável aos insultos ambientais e à exposição a drogas como o tetrahidrocanabinol (THC). Adultos que se tornaram usuários na adolescência apresentam menos conexões entre neurônios em áreas específicas do cérebro que controlam funções como aprendizado e memória ( hipocampo) , atenção e percepção consciente ( precúneo) , controle inibitório e tomada de decisões ( lobo pré-frontal) , hábitos e rotinas ( redes subcorticais) .Essas alterações podem explicar as dificuldades de aprendizado e o QI mais baixo dos adultos jovens que fumam desde a adolescência”.. ( Dráuzio Varella, F S P, 28.06.2014, p. E-8).
Publicada na PNAS uma das revistas de maior prestígio no meio científico, pesquisa da Faculdade de Comportamento da Universidade do Texas , nos EUA, coordenada pela neuro-cientista Francesca Filbey, fulmina de vez qualquer possibilidade de considerar a maconha uma droga inócua. É prejudicial ao organismo e muito prejudicial.
A pesquisa americana avaliou o cérebro de 110 homens e mulheres, 62 saudáveis e 48 usuários de maconha há, pelo menos, oito anos . Os voluntários foram submetidos a uma ressonância magnética funcional , exame capaz de flagrar o cérebro em funcionamento e os resultados são aterradores.
O trabalho comprovou que os prejuízos decorrentes do uso crônico de maconha ( quatro vezes por semana , ao longo de oito anos), não só alteram a arquitetura do cérebro como também comprometem o seu funcionamento. Podem causar redução da capacidade de decisão, perda do poder de crítica, aumento da impulsividade e diminuição da capacidade de organização , perda da memória, tudo isso de forma permanente e irreversível.
A droga reduz a densidade do tecido cerebral e aumenta a velocidade entre as sinapses ( comunicação entre os neurônios) . Apesar de mais ligeiras, as conexões desse tipo não tem a qualidade das sinapses de um cérebro saudável.
Esse desequilíbrio acontece sobretudo no córtex orbitofrontal , comprometendo a tomada de decisões e a motivação. O álcool produz efeito semelhante, mas não com tamanha intensidade. Diz o psiquiatra Ronaldo Laranjeira , da Universidade Federal de São Paulo: “ Seria necessário consumir, pelo menos três doses diárias de destilado, durante pelo menos quinze anos , para chegar ao tamanho estrago provocado pela maconha”.
Este desajuste estrutural do cérebro causado pelo uso crônico da maconha, pode ser a explicação para entender a estreita relação entre o consumo de maconha e o aumento do risco de doenças psiquiátricas.
Entre os consumidores crônicos, a depressão e o transtorno bipolar são duas vezes mais frequentes do que entre quem não usa maconha. No caso da esquizofrenia, a incidência é três vezes e meia maior. Todos esses distúrbios tem sua origem em um desequilíbrio nas conexões neurais.
O estudo foi feito com usuários com idade média de 29 anos e comprovou que os danos ocorrem também em idades mais avançadas, quando as conexões neuronais já estão consolidadas.
Em adolescentes, o efeito é pior ainda. Quando consumida nessa fase da vida , a maconha atrapalha um processo conhecido como poda neuronal, no qual o cérebro faz a triagem das conexões que devem ser eliminadas e das que devem ser preservadas ao longo da vida. As sinapses que deveriam se fortalecer se tornam débeis e as que deveriam desaparecer ganham força.
A ação destrutiva da maconha está associada ao tetrahidrocanabinol (THC), um dos 480 compostos da erva. O THC interfere na química cerebral de uma forma extremamente natural. O THC imita a ação de substâncias naturalmente fabricadas pelo organismo, os chamados endocanabinóides , imprescindíveis na comunicação entre os neurônios . A adaptação do THC é tão perfeita que , interrompido o seu consumo, o prejuízo permanece por muito mais tempo. Quando consumido na adolescência, quando o cérebro ainda está em formação, o malefício é irreversível. Os problemas cerebrais causados pelo álcool e pela cocaína, cessam dias depois de que eles deixam de ser usados. Para piorar, a quantidade de THC nos cigarros de maconha hoje, é o dobro em relação aos baseados dos anos 2.000.
O usuário crônico tem sua estrutura cerebral alterada. O que faz uso eventual a depender da tolerância do organismo e da propensão genética, está sujeito a sofrer estados psicóticos transitórios , como alucinação e paranoia , ataques de pânico e ansiedade. Ou seja, a maconha em qualquer caso é sempre uma droga e por incrível que possa parecer ainda tem aqueles que fazem passeatas defendendo o seu uso . ( Revista Veja, 17.12.2014, p. 110-111) .
MEMÓRIA
Segundo pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, apresentada no 7º Congresso Anual de Cérebro, Comportamento e Emoções em Gramado (RS), o uso de maconha antes dos 15 anos - quando o cérebro ainda está em amadurecimento, prejudica a capacidade de recuperar as informações, reduzindo a memória dos usuários em até 30%%. Os danos são proporcionais à quantidade de droga usada: quanto mais se fuma maiores são os estragos e eles persistem mesmo se houver um período de abstinência de um mês. (F S P, 28.06.2011, p. C-6).
Estudo que acompanhou cerca de mil neozelandeses do nascimento até os 38 anos chegou à mesma conclusão. Adultos que se tornaram dependentes de maconha antes dos 18 anos tiveram resultados piores em testes de inteligência do que não usuários.
Durante este tempo, os participantes da pesquisa, realizada por cientistas da Universidade Duke (EUA), e do King’s College de Londres, foram submetidos a entrevistas periódicas, para dizer se estavam usando maconha e com que freqüência, e a testes de QI (Quociente de Inteligência) e outros exames de memória, raciocínio, processamento visual, entre outros.
Os usuários de maconha que já estavam dependentes antes dos 18 anos tiveram um declínio médio de QI de oito pontos entre os 13 e os 38 anos de idade. Entre os não usuários não houve declínio. Os usuários de maconha saíram-se mal também nos testes de memória, concentração e raciocínio rápido. Portanto a maconha provoca dano ao desempenho intelectual de adolescentes que mantiveram o hábito até a idade adulta.
Segundo Terrie Moffit, professora do King’s College, a longa duração do estudo dá segurança para afirmar o risco trazido pela maconha para jovens e a relativa segurança de uso com início na idade adulta. Antes dos 18 anos, o cérebro ainda está sendo remodelado para se tornar mais eficiente, por isso é mais vulnerável aos danos causados por drogas.
Segundo o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas, divulgado em agosto de 2012, dos oito milhões de brasileiros que já usaram maconha, 62% deles o fizeram pela primeira vez antes de completar 18 anos e 37% (1,5 milhão), são dependentes da droga. (F S P, 28.08.2012, p. C-7).
Segundo os estudos , todos os usuários , sem exceção, sofrem pelo menos um dos sintomas a seguir relacionados: 60% tem dificuldade com lembranças sobretudo as mais recentes; 40% tem dificuldade de ler textos longos e mais complexos, 40% tem dificuldade de planejar e executar tarefas de forma organizada e rápida , 40% vivem isolados socialmente , limitando a convivência com pessoas ao ambiente de trabalho ; 35% ocupam cargos aquém de sua capacidade devido ao baixo rendimento e à incapacidade de mudar sua situação. ( Revista Veja, 31.10.2012, p. 94-95) .
DISFUNÇÃO SEXUAL
Cerca de 50% dos homens e 40% das mulheres acham que as drogas melhoram o desempenho sexual. Em pequenas doses, realmente drogas como o álcool e o cigarro melhoram o desempenho na cama. Porém, o uso freqüente e abusivo começa a provoca alterações na função sexual e em longo prazo traz prejuízos importantes.
Segundo estudo conduzido pela unidade de pesquisa em álcool e droga da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), cerca de 47% dos dependentes de álcool e outras drogas tem alguma disfunção sexual. Na população em geral este percentual é de 18%, segundo o Estudo da Vida Sexual do Brasileiro que ouviu mais de 7.000 pessoas em 2004.
Os principais problemas levantados foram ejaculação precoce, (39%), diminuição do desejo sexual (19%), dificuldade de ereção (12%), retardo na ejaculação (8%), e dor durante a relação sexual (4%).
As drogas causam alterações nos neurotransmissores no cérebro, envolvidos no controle da ejaculação. O álcool e a nicotina causam alterações vasculares que dificultam a ereção. A cocaína e maconha, se usadas em altas doses, derrubam a libido. Também esse é o efeito de drogas sintéticas como o ecstasy e o LSD. (F S P, 2.6.2010, p. C-7).
PULMÃO
Estudo financiado pelo governo americano concluiu que o consumo regular de maconha, mesmo durante muitos anos, não afeta as funções pulmonares. Os pesquisadores acompanharam 5.100 pessoas durante mais de duas décadas e verificaram que fumar até um baseado por dia, ao longo de sete anos, não teve impacto sobre o teste de desempenho da função pulmonar. No curto prazo, fumar maconha irrita as vias aéreas e pode causar tosse, redução de atenção e menor motivação e aumenta o risco de acidentes. Ao longo de dias ou semanas, o uso crônico pode levar a problemas com a aprendizagem e memória. O estudo foi publicado no “Journal of the American Medical Association”. (F S P, 13.01.2012, p. C-6).
Porém , devido às tragadas longas, sem filtro, quem fuma maconha consumo quatro vezes mais alcatrão do que se fumasse um cigarro de tabaco e cinco vezes mais monóxido de carbono, substâncias diretamente associadas ao câncer de pulmão . Revista Veja, 31.10.2012, p. 96)
Pesquisadores canadenses, liderados por David Moir, compararam a fumaça da Cannabis com a do tabaco e descobriram que a fumaça da maconha contém mais substâncias tóxicas, algumas cancerígenas. Foi constatada uma quantia de amônia igual à de 20 cigarros. Os níveis de cianeto de hidrogeno e de óxido nítrico apareceram em concentrações três a cinco vezes superiores, no total 20 substâncias tóxicas, conhecidos carcinogênicos e outros produtos químicos ligados a doenças respiratórias, concluindo-se que a maconha é tão ou mais prejudicial à saúde que o cigarro.
Os pesquisadores também testaram a fumaça que sai diretamente da brasa e é inalada por quem está perto do fumante. Nela também foram encontradas amônia e outras substâncias, porém em quantidade menor do que a fumaça inalada, porque nesta o calor interfere nas reações químicas. (F S P, 20.12.2007, p. A-19).
Estudos mais recentes mostram que o risco de contrair câncer de pulmão é menor do que aquele associado ao fumo. “Por outro lado, fumar maconha com regularidade, durante anos, provoca inflamação das vias aéreas , aumenta a resistência á passagem do ar pelos brônquios e diminui a elasticidade do tecido pulmonar , alterações associadas ao enfisema pulmonar. Não há demonstração que o uso ocasional cause esses malefícios”. . ( Dráuzio Varella, F S P, 28.06.2014, p. E-8).
TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS
“O uso regular aumenta o risco de crises de ansiedade, depressão e psicoses, em pessoas com vulnerabilidade genética. Uso frequente , em doses elevadas, durante mais tempo, modificam o curso da esquizofrenia e reduzem de 2 a 6 anos o tempo para a ocorrência do primeiro surto”. . ( Dráuzio Varella, F S P, 28.06.2014, p. E-8).
ESQUIZOFRENIA
Fumar maconha pode adiantar em quase três anos o aparecimento de esquizofrenia e de outros quadros psicóticos. A conclusão é de uma revisão de 83 estudos científicos já publicados sobre a relação entre o consumo dessa erva e o transtorno, divulgada no periódico médico “Archives of General Psychiatry”. No total os pesquisadores das universidades de New South Wales, Austrália, e Emory, EUA, avaliaram mais de 22 mil portadores de distúrbios psicóticos - sendo 8.167 deles usuários de maconha. A doença aparecia em média 2,7 anos antes entre quem consumia a era do que nos membros do grupo de controle. (F S P, 11.02.2011, p. C-8).
O risco de desenvolver Depressão é 2 vezes maior, o de Transtorno Bipolar é 3,5 vezes maior e o de Transtorno de Ansiedade 5 vezes maior . ( Veja, 31.10.2012, p. 94-95)
PSICOSE
Pesquisa feita com 3.801 homens e mulheres de 26 a 29 anos publicada no periódico “Archives of General Psychiatry” mostrou que entre jovens que fumam maconha há seis anos ou mais, o risco de apresentar episódios de alucinação ou delírios pode chegar a ser o dobro do verificado entre as pessoas que nunca consumiram a droga. Quanto maior a duração do uso da maconha, maior o risco de se manifestarem os sintomas da psicose.
A pesquisa também avaliou 228 pares de irmãos, o que sugere que fatores genéticos ou ambientais, tem menos chance de serem responsáveis pela psicose e pelas alucinações. (F S P, 3.3.2010, p. C-5).
Outra pesquisa conduzida na Holanda avaliou o comportamento de oitenta usuários da droga - 42 deles portadores de distúrbios psicóticos como a esquizofrenia e nos usuários com psicoses, os efeitos colaterais da maconha, como as alucinações, continuaram a se manifestar e até se intensificaram após - e não apenas durante – o período ativo da droga. Por isso o estudo conclui que os pacientes esquizofrênicos são mais sensíveis aos efeitos da maconha e concordando com um estudo americano, o consumo de maconha antecipa a manifestação de esquizofrenia. (Veja, 4.8.2010, p. 125).
Pesquisa feita pelo Instituto de Saúde Pública da Suécia avaliou um grupo de 50.000 voluntários durante 35 anos e que consumiram maconha na adolescência . Os suecos demonstraram que o risco de um usuário de maconha sem antecedentes genéticos vir a desenvolver esquizofrenia ou depressão é muito mais alto do que o da população em geral. Entre os usuários de maconha , surgiram 3,5 mais casos de esquizofrenia do que a média da população. No que se refere à depressão , o número de casos clínicos foi o dobro.( Veja, 31.10.2012, p. 92-100).
PERFORMACE ESCOLAR
Na fase de intoxicação aguda , o THC interfere com funções cognitivas críticas , efeito que se mantém por alguns dias. O fato de a ação do sistema nervoso central persistir mesmo depois da eliminação do THC, faz supor que o uso continuado em doses elevadas, provoque deficiências cognitivas duradouras, que afetam a memória e a atenção , funções essenciais para o aprendizado”. . ( Dráuzio Varella, F S P, 28.06.2014, p. E-8).
ACIDENTES
A exposição ao RHC compromete a habilidade de dirigir. Há uma relação direta entre as concentrações de THC na corrente sanguínea e a probabilidade de acidentes de trânsito. Nos EUA , o conteúdo de THC na maconha aprendida aumentou de 3% nos anos 1980, para 12% em 2012. Ou seja, os riscos de acidentes aumentaram com a mesma quantidade fumada. . ( Dráuzio Varella, F S P, 28.06.2014, p. E-8).
DEPENDÊNCIA CRUZADA
No Rio de Janeiro em 2008 uma nova droga começou a ganhar adeptos. É o zirrê, mistura de maconha com crack, também chamada de mesclado ou craconha. O próprio consumidor pode preparar o zirrê, depois de comprar, separadamente, a maconha e o crack. Segundo o psiquiatra Jairo Werner, “o crack causa mais euforia quando fumado junto com a maconha do que inalado”. Ele entra em contato com o sangue rapidamente, logo no primeiro minuto.
Entre os sintomas dos usuários estão: aumento da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, baixa da temperatura, aumento da pupila, face avermelhada e diminuição do apetite. “Os pacientes aparecem com quadros de esquizofrenia, paranóicos, com manias de perseguição e medos sem motivo aparente”.
O uso combinado de drogas causa o que se chama de “dependência cruzada”, ou seja, uma potencializa o efeito da outra. Mais receptores cerebrais são estimulados ao mesmo tempo e por conseqüência os efeitos são mais devastadores. (F S P, 27.07.2008, p. C-5). |