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Artigos-->Drogas - A Conexão Havana -- 26/02/2013 - 11:45 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos







Conexão Havana



Carlos I.S. Azambuja em 16 de agosto de 2005



Resumo: Em uma ditadura como em Cuba, é impossível que entre droga no país sem o apoio ou consentimento de membros do governo.



© 2005 MidiaSemMascara.org



'O canal das Bahamas, por suas proximidades com as costas dos EUA, se converteu na zona preferida pelos narcotraficantes para fazer chegar seus carregamentos de drogas às costas desse país. Os aviões deixam cair suas cargas sobre as águas nas proximidades dessa rota, de onde são recolhidas por lanchas rápidas de três potentes motores que se movem a quase 100 quilômetros por hora. Operações similares se realizam entre embarcações de médio porte e as lanchas rápidas. As mesmas escapam, quase todas... Por isso, nos últimos tempos aumentaram as atividades do narcotráfico internacional nas águas dessa área... Cuba tem mais de 1.200 quilômetros de largura, localizada entre o canal de Yucatán e o estreito mar que a separa do Haiti. Este país é o único ponto de onde se podem controlar realmente as águas internacionais e suas próprias águas ao sul das ilhas das Bahamas que, por sua proximidade com as costas dos EUA, se prestam... à atividade dos narcotraficantes' (Fidel Castro, em discurso pronunciado em 26 de julho de 1999)



Aos olhos de milhares de pessoas em todo o mundo Cuba segue envolta em um ar místico. Havana evoca na imaginação coletiva praias paradisíacas, ruas coloniais, o Malecón, o calor da gente, o rum e a alegria do som...



Porém, essa cara amável de Cuba se desvanece e surge outra realidade mais sinistra. A Ilha ocupa um lugar privilegiado no mapa das rotas do narcotráfico e poucos sabem que a maior parte da cocaína procedente da Colômbia faz escala na Ilha antes de ser levada para a Europa e EUA. Essas operações dificilmente poderiam ser feitas sem o beneplácito de Fidel Castro, um homem obcecado com a segurança, a vigilância e a Inteligência.



Santiago Botello e Mauricio Ángulo, dois jornalistas espanhóis, se infiltraram nas máfias do narcotráfico, em Cuba, com uma câmera oculta, e demonstraram a implicação do regime castrista nas redes do narcotráfico internacional. O resultado foi o livro 'Conexión Habana', editado em Madri em janeiro de 2005 e em fevereiro de 2005, já em sua terceira edição. Abaixo um breve extrato de um dos capítulos desse livro.



A sombra do narcotráfico sempre esteve projetada sobre o governo cubano, porém nunca como em 1989. Acabavam de cair os regimes comunistas na Europa e a CIA acreditava ter cercado Fidel Castro, pois tinha provas da implicação no narcotráfico de alguns de seus chefes militares em Angola. E Cuba, graças à conivência de Fidel, havia se convertido em uma rota segura no negócio do narcotráfico internacional. A rota da cocaína fazia escala em suas águas, de onde os carregamentos eram protegidos pelas forças de segurança do Estado cubano.











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Ao tomar conhecimento desses informes em poder da CIA, Fidel reage e, imediatamente, monta um processo sem garantias a dois dos homens que durante anos gozaram de sua mais absoluta confiança: o comandante Antonio de la Guardia ('Tony') e o general Arnaldo Ochoa, um dos cinco oficiais cubanos condecorados como Heróis da República. O Estado os acusava de narcotráfico, venda ilegal de diamantes, marfim e outros produtos durante os anos que comandaram as tropas cubanas em Angola.



Depois de permanecerem incomunicáveis durante 23 dias, o general Arnaldo Ochoa e o coronel Antonio de la Guardia foram fuzilados em 13 de julho de 1989, juntamente com dois de seus mais estreitos colaboradores, os também militares Amado Padrón e Jorge Martínez Valdés. Esse foi o fim da Causa I, o processo em que Fidel Castro tentou colocar um paradeiro nas acusações de Washington.



Na data do fuzilamento, Ileana de la Guardia, filha de 'Tony' e sobrinha de Patrício de la Guardia, também processado e condenado à prisão na Causa I, abandonou Cuba juntamente com seu marido, Jorge Masseti (Jorge Masseti, nascido na Argentina, é filho de Ricardo Masseti, jornalista argentino que chegou a Cuba em 8 de janeiro de 1960, com sua mulher e filho, então um menino, no mesmo dia em que Fidel Castro entrava em Havana à frente de seus guerrilheiros. Nesse mesmo ano Ricardo Masseti fundou a agência de notícias 'Prensa Latina', que existe até hoje. Tornou-se amigo de Che Guevara e, em 1965, foi mandado chefiar um grupo guerrilheiro em Salta, Argentina, onde foi morto) ex-agente dos serviços secretos do Ministério do Interior. Em 2004, 15 anos depois dos fatos, Ileana e Jorge continuam defendendo que tudo não passou de uma operação política em que Fidel Castro, além de desfazer-se de um de seus principais rivais nas Forças Armadas - general Arnaldo Ochoa, considerado um herói por seus comandados -, simulou ter cortado pela raiz a cooperação de seu governo com os cartéis colombianos.



Os autores de 'Conexão Havana' conversaram com Ileana e Jorge Masseti em Miami. Masseti recorda que a televisão difundia todos os dias a sessão de julgamento do dia anterior. Os acusados foram submetidos a uma tortura branca sistemática. Não para que a verdade fosse obtida, mas para garantir a mentira. Uma carta de Patrício de la Guardia, enviada clandestinamente da prisão, datada de 05 de outubro de 1991, em poder de Jorge Masseti, diz o seguinte: 'Do dia 12 de junho até o dia 15 de julho, não me permitiram dormir, pois a cada 20 ou 30 minutos me despertavam (...). Durante todo esse tempo em que permaneci encarcerado, sem nenhum assessoramento por parte de um advogado, me sentia idiotizado, com a mente embotada, como um zumbi. Tinha que ler os documentos três ou quatro vezes para compreender o que diziam. Caí em um estado depressivo muito profundo. Um dia me tiraram da cela pela manhã e me disseram que devia convencer minha família a não buscarem um advogado e não recorrerem à Comissão de Direitos Humanos, pois isso nos prejudicaria e que a Revolução nos defenderia como revolucionários que éramos'.



Os irmãos de la Guardia eram filhos da burguesia cubana, dois gêmeos amantes do esporte e da aventura. Em 1959, apesar de terem estudado nos EUA, optaram pela Revolução e por Castro, mais por romantismo do que por convicções ideológicas. Em poucos anos se converteram em personalidades importantes. Diz Ileana: 'Meu pai, depois de criar as Tropas Especiais, desempenharia um triplo papel. Conforme as conveniências, seria um homem de negócios, representante dos interesses cubanos, outras vezes atuaria como militar, e outras como político, negociador'.



'Tony - prossegue Ileana - chegou a converter-se no máximo responsável pelo MC. O escritório MC é um departamento ministerial cuja sigla significa Moedas Convertíveis, e seu objetivo era conseguir divisas para uma Cuba estrangulada pela pressão internacional. O MC, popular e oficiosamente, era conhecido como `marihuana-cocaínaÁ. Essa era a ocupação de meu pai. Conseguir divisas para a Cuba que os Castro estão arruinando. Foi ele quem levou a Genebra os milhões de dólares extorquidos pelos Montoneros argentinos a uns industriais através de sequestros, e quem tirou do Líbano jóias e dinheiro com destino a Praga. Em 1979, quando Somoza foi derrubado, meu pai estava em Manágua. Meu pai era um homem que havia efetuado mais de 100 saltos de pára-quedas e se mantinha em plena forma aos 50 anos. Porém, ele nunca traficou drogas, embora tenha ajudado aos narcotraficantes dando-lhes apoio logístico, com o conhecimento das mais altas instâncias cubanas, cobrando em dólares para o Estado cubano. O mais ridículo do processo em que foi acusado de narcotráfico e que se fale de dinheiro, foi o fato de ninguém lhe perguntar onde foi parar esse dinheiro, e que nem a Polícia e nem a Justiça tenham se preocupado em demonstrar que Ochoa ou meu pai tenham metido dinheiro no bolso'.



A 'Tony', o acusaram de ter organizado 17 operações relacionadas com drogas desde 1987, em território cubano; e ao general Ochoa, de ter estabelecido contato com o narcotraficante colombiano Pablo Escobar. Como seria possível imaginar que essas idas e vindas de embarcações e aviões tenham podido durar três anos, desde as costas cubanas, sem que o Ministério das Forças Armadas e as mais altas autoridades do Estado não tenham sabido de nada? Pelo menos, teria que existir um acordo tácito do narcotráfico com o governo.



Uma exigência estranha dos que processaram Ochoa e 'Tony' foi a de que jamais se pronunciasse o nome do Ministro do Interior, general José Abrantes Fernandez ('Pepe Abrantes'), pois de seu ministério dependia diretamente o departamento MC. Durante o processo, nem 'Tony' e nem nenhum dos 14 militares julgados mencionaram seu nome. Foi a Lei do Silêncio, imperante nas máfias de todo o mundo.



'Tony' recebeu Fidel Castro, em sua cela, durante 3 horas, que lhe pediu que não fizesse referências a qualquer superior em suas audiências. Tudo deveria ficar em família... Ninguém fez referência a 'Pepe Abrantes', Ministro do Interior, e nem sugeriu qualquer responsabilidade sua. Todavia, sabe-se que, naqueles dias, Fidel, Raúl e 'Pepe' acompanhavam as audiências de um compartimento anexo, através de um falso espelho. A um determinado comentário feito por Fidel, 'Pepe Abrantes' lhe recordou que ele - Fidel - sempre estivera informado de tudo, o que provocou a ira de Fidel e de Raúl e precipitou a queda de 'Pepe Abrantes'. Abrantes, então, foi detido e julgado a portas fechadas, sendo condenado por 'haver ocultado informações vitais para o Estado e pela utilização abusiva de fundos'. Pouco tempo depois, segundo a versão oficial, ele, que ainda não tinha 50 anos de idade, morreria no cárcere, de infarto...



Fidel, Raúl e 'Pepe' formavam um trio formidável e havia um grande afeto entre eles. 'Pepe Abrantes', Ministro do Interior e chefe dos Serviços de Inteligência cubanos era considerado a figura mais chegada a Fidel Castro. Eram inseparáveis. 'Pepe' era seu confidente e chefe de sua guarda pessoal. Pela manhã, tomavam café juntos e 'Pepe' sempre levava os medicamentos utilizados por Castro.



Mortos Abrantes e de la Guardia, baixou o moral do MININT. Desde então, alguns dos mais ferozes inimigos de Fidel Castro e de sua Revolução são os antigos membros do MININT. Alguns agentes, que operaram naquela época, asseguram que Fidel Castro estava a par dos negócios de Ochoa e de la Guardia. Um desses agentes é Dariel Alarcón Ramírez, conhecido como 'comandante Benigno', companheiro de Che Guevara na Bolívia.



'Tony' era um dos poucos autorizados a permanecer nas dependências privadas de Fidel Castro enquanto ele se vestia ou se banhava, e tinha o poder de tomar decisões em nome de Fidel. Decisões que Fidel ratificava rotineiramente. Recorda o 'comandante Benigno' que 'Tony' tinha acesso livre a Fidel Castro. Chamava Fidel de 'Uno', da mesma forma que Fidel era chamado de 'El Caballo' por Ochoa.



No entanto, segundo o 'comandante Benigno', quando o processo teve início, Fidel perguntava com frequência: 'Quem são esses irmãos de la Guardia?'



O processo, ante o Tribunal de Honra, teve início dia 30 de junho; desde 03 de julho o 'Granma' publicava cada dia um informe. Depois disso, no processo ante o Tribunal Especial: em 05 de julho, requisição do Juiz; 07 de julho, veredicto do Tribunal Especial; 08 de julho, a confirmação pelo Tribunal Supremo das quatro penas de morte contra Ochoa, de la Guardia, Amado Padrón e Martínez Valdés; 09 de julho, confirmação pelo Conselho de Estado; e dia 13 ... -Ileana não conseguiu continuar...



Segundo Masseti, 'que tivessem morto `TonyÁ no Líbano, no Chile, em Miami, em qualquer dos lugares onde cumpriu missões secretas; que Ochoa tivesse sido morto em Angola, Venezuela, Nicarágua ou na Eritréia, se concebia e era o curso natural da História. Porém, que encontrassem uma morte violenta em Cuba estava acima de tudo que pudesse imaginar. O Conselho de Estado exerceria o seu direito de graça. Porém, em 09 de julho, reunido em sessão extraordinária, ratificou o veredicto. Por unanimidade. Seus membros desfilaram, um por um, pronunciando-se a favor da pena de morte. Parecia um desfile fúnebre celebrado por veteranos da Revolução, companheiros de armas dos condenados. Ao final, Fidel apontou o polegar para baixo'.



Diz Ileana que no dia 13 de julho, às 5 da manhã, tomou conhecimento, pelo rádio, de que a sentença havia sido executada. 'Minha mãe recebeu um cartão no qual informavam que o corpo de seu marido estava enterrado no cemitério Colón, em uma tumba sem nome, sob a matrícula 46.427, junto a outras três tumbas anônimas. Eram as sepulturas dos quatro revolucionários'.



No entanto, segundo fontes da oposição castrista, os fuzilamentos dos implicados no caso Ochoa não fizeram cessar as operações de narcotráfico de Cuba.











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O escritor Norberto Fuentes, antes mimado pela Revolução e agora odiado, diz saber que as operações de narcotráfico continuam. Fuentes foi amigo de Fidel e de Raúl e movimentava-se com tranquilidade nos círculos dos altos comandos militares. Serviu em Angola em 1981 e 1982 e foi condecorado por Fidel com duas medalhas por seus serviços como combatente. Ao estourar o caso Ochoa, foi posto sob vigilância pelos Serviços de Segurança, junto com outros amigos de 'Tony' de la Guardia. Conseguiu abandonar a Ilha graças a Gabriel García Marques, ilegalmente, em um avião particular. Agora, no exílio, confirma a associação do governo com os narcotraficantes colombianos. Diz que Cuba 'facilitava as águas territoriais e, em alguns casos, permitia que aviões carregados, pousassem em Cuba para reabastecimento, pois são aviões DC-3 e DC-4 que consomem muito combustível. A técnica utilizada era a do bombardeio, lançando ao mar seus carregamentos, recuperados por lanchas, e regressavam à Colômbia'.



Finalmente, segundo o médico Miguel Ángel Garcia Puñales, diretor do Centro de Informação de Estudos Cubanos, 'em Cuba, está claro que há drogas, pois existem os drogaditos, marginalizados em hospitais especiais. E, está claro que em uma ditadura como em Cuba, é impossível que entre droga no país sem o apoio ou consentimento de membros do governo. Segundo as informações que eu tenho, as guerrilhas e os traficantes de drogas se associaram. E os narcotraficantes disseram: Se vocês nos dão acesso à Flórida, por Cuba, parte do pagamento poderá ser feito em armas para as guerrilhas'.





ff6600;FONT-SIZE:22pt">Conexão Havana - Final





Carlos I.S. Azambuja em 19 de agosto de 2005



Resumo: Apesar de Cuba ter assinado o programa para a Fiscalização Internacional de Drogas, de acordo com um projeto de ajuda contra o narcotráfico, os escândalos de narcotráfico continuam salpicando a Ilha.



© 2005 MidiaSemMascara.org



Os poderosos cartéis de Cali e Medellín são coisa do passado. As máfias dos grandes "capos" da droga, de cabelos engomados, caríssimos trajes sob medida e pulseiras de ouro, acabaram. Os "experts" consideram superada a fase em que os narcotraficantes atuavam de forma coordenada e dentro de uma espécie de famiglia, para atuar agora em organizações menores, menos detectáveis e mais difíceis de combater.



Com os grandes clãs desaparecidos, agora quem inunda os EUA e a Europa de cocaína é uma confederação de pequenos cartéis, integrados por narcos de uma segunda geração que têm um perfil muito diferente dos "capos" de toda a vida. Já não têm a intenção de ostentar-se e nem de exibir sua riqueza; são homens e mulheres cujas idades em poucas ocasiões superam os 40 anos, que procuram manter-se no anonimato, sobretudo nas grandes cidades.



Atuam através de pequenos departamentos clandestinos que chamam de butiques, porém fazem parte do grupo significativo de organizações independentes que operam por todo o mundo. Não são cartéis propriamente ditos e sim, um numeroso grupo de pequenas organizações que se unem para realizar grandes operações, e que se caracterizam por suas especializações: um clã controla os precursores; outro, a produção; outro, a distribuição e outro mais, as rotas.



A cocaína negociada em Havana é plantada, com toda a probabilidade, no Peru ou Bolívia, onde a venda e o consumo da coca são legais, para ser, depois, "cozinhada" na Colômbia ou Equador, países que encabeçam a lista de manufatureiros ilegais. Aqueles que conhecem o negócio asseguram que na Colômbia se produz uma cocaína "excelsa", de alta qualidade e um grau de pureza de até 99%. Ali, o quilo é vendido a 1,5 mil euros. Em Miami, esse mesmo quilo é cotado a 10 mil euros. Em Nova York a 15 mil, e na Europa, a 25 mil. De acordo com esses preços e tendo em conta que os narcotraficantes exportam da Colômbia cerca de mil toneladas por ano, é evidente que o negócio está igual ou melhor do que antes.



Com esses dados, não é estranho que a cada dia mais pessoas entrem no negócio. Para as autoridades, hoje em dia, um cartel é uma rede de departamentos onde trabalham, sem conhecer-se, centenas de pessoas. Isso assegura ao "capo" que sua organização está protegida das delações e traições que tão amiúde ocorriam no mundo da máfia. Em definitivo, uma pessoa que trabalha como "cozinheiro" jamais conhecerá a um que trabalha no escritório de contabilidade.



Somente no processo de produção da droga são utilizados fornecedores de sementes, cultivadores, "raspachines" (camponeses que cultivam a coca ou a papoula), "cozinheiros", empacotadores, transportadores e vigilantes.



De maneira independente, os especialistas em produtos químicos aprovisionam os centros de produção. Depois estão os colaboradores financeiros e administrativos, que se encarregam de que nada falte aos produtores, de cobrar e pagar as remessas de drogas.



Logo a seguir, estão aqueles que dominam as rotas terrestres, aéreas e marítimas. Hoje em dia se sabe que são mais de 50 estruturas que realizam esse trabalho.



Essa cadeia, ademais, é integrada pelos colaboradores que lavam o dinheiro e manejam os investimentos lícitos, mais conhecidos como testas-de-ferro, contadores, advogados, contrabandistas, pilotos, assessores financeiros e, por último, o grupo de seguranças especializados e assassinos profissionais recrutados da delinquência comum, que se encarregam de executar os trabalhos de convencimento, controle interno e ajustes de contas.



Porém, o futuro desse negócio, como o de quase todos, está na distribuição. As relações de poder mudaram já que, diferente de anos atrás, agora são eles e não os produtores os que controlam a parte final do negócio que é a mais rentável: a exportação para a Europa e EUA. Os grandes cartéis da máfia são os encarregados de receber a droga e introduzi-la no mercado norte-americano. Nesse crescente mercado, Cuba é um dos pontos estratégicos para qualquer organização que se preze, já que se encontra num local geográfico propício.



Segundo Roberto, um narcotraficante que cumpre pena na Andaluzia, Espanha, "se a opção é transportar a cocaína por mar, Cuba é uma passagem obrigatória. O Caribe está muito vigiado, porém o Atlântico é ideal, é muito mais extenso e não é possível exercer um controle tão estrito. Os cubanos se encarregam de recolher a droga em suas costas e controlar a sua viagem até os EUA e Europa. Por isso os pagamos com 50% do investimento. Isto é, se exportamos 10 toneladas, 5 são nossas e 5 deles".



Quando Roberto fala de "eles", se refere à organização denominada "conexión cuba". O narcotráfico, o segundo negócio mais afortunado do mundo depois do sexo, desordenou a aparentemente estável sociedade cubana. O Cartel de Havana surgiu nos anos 80 graças aos fundos procedentes do Cartel de Medellin.



Apesar de Cuba ter assinado o programa para a Fiscalização Internacional de Drogas, de acordo com um projeto de ajuda contra o narcotráfico, graças ao qual a ONU coopera com 1.275.300 dólares em assessoria técnica ao governo cubano, os escândalos de narcotráfico continuam salpicando a Ilha.



A suspeita de que o Estado facilita o trânsito de narcóticos por suas águas e por seu espaço aéreo está latente desde muito tempo. A DEA tem acompanhado durante anos os supostos negócios de narcotráfico que se realizam na Ilha e suas águas jurisdicionais, circunstância que Fidel Castro negou reiteradamente até o caso da prisão e fuzilamento do general Ochoa. Porém, esse não foi o único caso.



Recorde-se que o general da Força Aérea Rafael del Pino, que desertou de Cuba em 1987, assegurou em uma entrevista concedida naqueles dias que todos os aviões que voam sobre a Ilha, fora dos corredores aéreos aprovados para as aeronaves comerciais e privadas, têm que pedir autorização ao ministério das Forças Armadas Revolucionárias, cujo ministro é Raúl Castro. Ou seja, Raúl Castro é o comandante das forças que permitem ou não que os narcotraficantes utilizem os aeroportos de Cuba, lhes oferecendo assistência de radar e infra-estrutura.



Ocorreram mais casos em que as autoridades cubanas estiveram envolvidas no tráfico de drogas.



Até que, em janeiro de 2003 o regime cubano declara oficialmente guerra à droga. Um editorial do jornal "Granma" assegura que o narcotráfico havia tecido suas redes na sociedade socialista cubana. Durante 44 anos os cubanos nunca tinham visto tantas operações executadas, quase simultaneamente, na capital e cidades de província, como Holguin, Santiago de Cuba, Camaguey e outras.



Com o nome de "Operação Coraza", agentes da polícia, da Direção Nacional Anti-drogas e da Segurança do Estado entraram em casas usadas para esconder ou vender cocaína, crack e marihuana. O "combate pela morte do narcotráfico" foi classificado como um assunto do interesse da segurança nacional. Os meios de comunicações locais optaram por guardar silêncio sobre essas inéditas operações policiais e por isso se desconhece se as pessoas presas são dezenas ou centenas.



Conforme o já citado editorial do "Granma", o mercado de venda e consumo de drogas é incipiente, sobretudo se comparado com o de outros países da região. Porém, também reconhece que ultimamente o uso indevido de drogas mostra índices crescentes. Fidel Castro, ao contrário, tem expressado em recentes discursos que Cuba tem a possibilidade de ser um país livre do flagelo da droga e o principal lema para conseguir esse objetivo é que "não haverá impunidade para ninguém" (essa frase é conhecida...).



Todas as operações policiais são atemorizadoras. Quando os agentes invadem as casas de traficantes ou vendedores de drogas, além de prender o presumível culpado, apreendem equipamentos eletros-domésticos, móveis e tudo aquilo que não tenha sido adquirido com dinheiro obtido legalmente.



Porém, de todas as medidas coercitivas, a que mais estimula o medo, como uma epidemia, é a lei que regulamenta que toda família onde os agentes encontrem provas do delito de drogas, desde a avó até o gato, serão considerados ocupantes ilegais e desterrados para um albergue. Essa lei radical se aplica também às pessoas que pratiquem atos de corrupção, prostituição, proxenetismo, pornografia e corrupção de menores e, da mesma forma, àqueles que usem suas casas como discotecas, videotecas clandestinas ou para encontro de casais.



Durante o ano de 2003, segundo o "Granma" publicou no início de 2004, as autoridades cubanas apreenderam mais de 5 toneladas e meia de drogas. Em sua edição de 28 de janeiro de 2004, o "Granma" assinalou que "mais de seiscentas causas foram apresentadas ante os tribunais em decorrência da ‘Operação Coraza’, e que 35% das sentenças oscila entre os 10 e 16 anos de cárcere para os acusados de participar de atividades de narcotráfico".



Entretanto, o governo continua sem reconhecer que em Cuba operam clãs de narcotraficantes organizados.



"Conexión Habana" consegue demonstrar que em um país com uma estrutura governamental como a de Cuba, que não permite a livre movimentação de nada, se movimenta de forma organizada todo o tipo de drogas. Os clãs existentes em Havana são capazes de colocar a "mercadoria", burlando os controles dos aeroportos mais importantes do mundo. O livro demonstra também que a Revolução, hoje em dia, não é como a de antigamente, e no que diz respeito ao crime funciona como qualquer Estado capitalista do resto do mundo. A única diferença é que em Cuba o governo não é capaz de reconhecer que seu sistema não é perfeito.



Não somente a droga, como também o jogo e a prostituição estão presentes em forma organizada, minando a dignidade de um povo lutador e sem recursos. O governo é o patrão desses "negócios". Os controla e lucra com eles. Sugestivamente, a União de Bancos Suíços, ao ser investigada, revelou que havia processado 3 bilhões e 900 milhões de dólares procedentes do governo cubano.



A pergunta lógica é a seguinte: de onde saíram esses bilhões de dólares depositados em bancos suíços por funcionários cubanos? Não saíram, com certeza, dos únicos produtos exportáveis que podem gerar divisas: a safra de açúcar, o rum e o tabaco, uma vez que os restantes (biotecnologia, serviços técnicos e profissionais, entre outros) não são pagos com moeda corrente, pois fazem parte de convênios nos quais não há transações monetárias diretas e sim transferências de fundos ou intercâmbios de outros tipos. Resta o turismo, incapaz de gerar todo esse dinheiro, pois os visitantes ao chegarem à Ilha já têm tudo, ou quase tudo, pré-pago, através dos pacotes de turismo e, em Cuba, só lhes resta gastar com souvenires, cigarros ou bebidas. Por tudo isso, é difícil imaginar que o Estado cubano possa juntar essa quantidade enorme de dinheiro por essas vias.


"Definitivamente, não valeu a pena fazer essa Revolução", concluem os autores de "Conexión Habana".






font-family:Verdana">Adquira o livro de Yoani Sánchez, De Cuba, Com Carinho, clicando no link abaixo:



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Entrevista de Yoani Sánchez no Canal Livre da Band (24/02/2013):



http://noticias.band.uol.com.br/mundo/noticia/?id=100000577548



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TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 1



TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 2

TODAS AS PESSOAS MORTAS POR TERRORISTAS DE ESQUERDA 3



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Para conhecer o terrorismo biológico de petistas contra plantações de cacau no Sul da Bahia clique em



http://veja.abril.com.br/210606/p_060.html



Leia sobre o Movimento Militar de 31 de Março de 1964: O Cruzeiro - 10 de abril de 1964 - Edição extra



Leia sobre os antecedentes do Movimento de 1964 em Guerrilha comunista no Brasil e Apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro



Leia Julgamentos da Contrarrevolução de 1964 - Rachel de Queiroz, Roberto Marinho, Editorial do JB e Luiz Inácio Lula da Silva



Faça o download do ORVIL - Tentativas de Tomada do Poder: http://www.averdadesufocada.com/images/orvil/orvil_completo.pdf (já disponível em livro - http://www.editoraschoba.com.br/detalhe-livro.php?id=281)





16.0pt;font-family:Verdana"> Ainda:





A nação que se salvou a si mesma



Artigo especial escaneado da Revista Reader&
39;s Digest de Novembro de 1964



Clarence W. Hall - Redator do The Reader&
39;s Digest



http://www.club33.com.br/v3/us/arquivos/A%20Na%C3%A7%C3%A3o%20Que%20Se%20Salvou%20a%20Si%20Mesma.pdf





Os discursos de celebração da Revolução de 1964



Artigo de Lucileide Costa Cardoso (2011)



http://www.scielo.br/pdf/rbh/v31n62/a08v31n62.pdf





A nação que se salvou a si mesma



Entre Memória e História, a Campanha da Mulher pela Democracia (1962-1974)



Dissertação de Janaina Martins Cordeiro (2008)



http://www.bdtd.ndc.uff.br/tde_arquivos/6/TDE-2009-03-16T130859Z-1881/Publico/Dissert-2008_CORDEIRO_Janaina_Martins-S.pdf





Leia os textos de Félix Maier acessando o blog e sites abaixo:



PIRACEMA - Nadando contra a corrente



Mídia Sem Máscara



Netsaber



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Para conhecer a história do terrorismo esquerdista no Brasil, acesse:



Wikipédia do Terrorismo no Brasil


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2672EC">'Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades'
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2672EC">(Benjamin Franklin).







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