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Artigos-->ETANOL PESQUISAS NO BRASIL -- 25/02/2013 - 11:02 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos








PESQUISAS DE ETANOL NO BRASIL



Edson Pereira Bueno Leal, fevereiro de 2013.





PRODUTIVIDADE CANA E MILHO





Um comparativo entre o etanol de cana de açúcar brasileiro e o etanol de milho americano mostra a grande vantagem para o produto brasileiro. A energia necessária para produzir um litro de etanol é de 1.518 kcal e de 6.597 kcal. As fontes de energia utilizadas no processo de fabricação são hidroelétrica e bagaço de cana e carvão, óleo combustível e gás natural.





Segundo Marcos Jank, o balanço energético favorece a cana que produz 8,3 unidades de energia renovável para cada unidade de energia fóssil utilizada para produzi-la, e o milho apenas 1,3 unidades. (F s P, 12.09.2007, p. B-6).





A cana captura CO2 em seu crescimento, gerando um balanço neutro considerando a produção e o consumo, portanto do ponto de vista ambiental é mais adequado que o álcool de milho.





Com um hectare de terra se produz 7.500 litros de etanol. No caso do biodiesel de soja, obtém-se 600 litros por hectare. O etanol já é competitivo com o petróleo a US$ 35 o barril. No caso do milho um hectare produz apenas 3.000 litros.





Na redução de gases causadores do efeito estufa em substituição à gasolina o álcool de cana tem eficiência de 90% e o milho 35%.





O etanol brasileiro não tem nenhum subsídio, e o americano tem um subsídio de US$ 14 por litro, valor que chega a US$ 35 bilhões em 2007.





O custo de produção do álcool brasileiro é 30% menor. Ao contrário, para entrar no mercado americano, o etanol brasileiro é taxado em 46%%. A Europa também impõe pesadas barreiras ao etanol brasileiro.





O custo de produção por litro é de US$ 28 e 45. A quantidade de Co2 liberada na produção de 1 litro é de 500 gramas e 790 gramas.





Com melhoramento genético e a hidrólise (extração do etanol também das folhas e do bagaço) podem ser obtidos ganhos de produtividade de 50%%.





Na Ásia, o etanol vem do óleo de palma, cuja expansão tem promovido o desmatamento florestal dada à escassez de terra. Na Europa o etanol sai do óleo de canola, que tem os mesmos problemas do milho americano, é pouco produtivo, subsidiado e coberto por medidas protecionistas.





Em dez anos a produtividade agrícola dos canaviais brasileiros cresceu cerca de 30%, e colhe-se, em média, 70 toneladas por hectare. No Estado de São Paulo, a média é de 80 toneladas, mas o CPC espera ainda nos próximos 15 anos um aumento de até 40% na produtividade da cultura, com incremento médio de 3% ao ano. (Estudo Exame Etanol, 24.03.2010, p. 21).





Pesquisa desenvolvida por uma série de universidades públicas brasileiras permitiu triplicar o número de variedades de cana-de-açúcar disponíveis para cultivo. Cerca de 60% das variedades de cana-de-açúcar plantadas no país vêm da pesquisa coordenada pela Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro). Em 2010 a rede apresentou 13 novas variedades, o que elevou para 59 o leque de espécies desenvolvidas para a lavoura desde a fundação da Ridesa em 1990. Com isso, por hectare a produção passou de 60 toneladas de cana para 90 e até 100 toneladas em 2010. Essas novas variedades tem a expectativa de chegar a 65% a 70% da lavoura brasileira dentro de cinco a sete anos. (F s P, 27.05.2010, p. B-7).







CTC





O Centro de Tecnologia Canavieira CTC criado em 1969 como um laboratório da Copersucar e bancado desde 2004 por 175 empresas do setor tornou-se uma espécie de Embrapa da iniciativa privada. No início dos anos 1980 o CTC criou a primeira variedade comercial brasileira de cana cultivada em larga escala para abastecer o Proálcool. Das 100 variedades cultivadas no país, 60 foram desenvolvidas na empresa em Piracicaba ou em outras das 12 unidades do CTC espalhadas pelo país, com isso, um hectare de cana que produzia 3.000 litros de álcool em 1975, em 2007 produz 7.000. Seus técnicos também foram responsáveis por melhorias no processo de fermentação que aumentaram o rendimento da produção de álcool e por técnicas de cogeração que tornaram as usinas brasileiras autossustentáveis em energia elétrica. Nos últimos anos, projetaram máquinas como a plantadeira de cana que facilitou a mecanização e a expansão da cultura para fora da região Centro-Sul do país. Um núcleo de oito pesquisadores trabalha para produzir álcool de celulose e a expectativa é por em operação uma usina piloto até 2010. Com essa tecnologia o álcool poderá ser extraído da celulose de qualquer resíduo vegetal, desde pedaços de madeira até grama, passando pelo bagaço da cana-de-açúcar. (Exame, 21.05.2008, p. 39).





O CTC firmou em 2009 um acordo de cooperação com a Novozymes , da Dinamarca , para utilizar as enzimas da empresa em seus testes, realizados desde junho de 2009 em uma pequena usina piloto . O CTC espera tornar real a utilização comercial de etanol celulósico até 2012. ( Estudo Exame Etanol, 24.03.2010, p. 19) .





Pesquisam ainda o etanol de celulose a Petrobrás e um conjunto de três empresas da Votorantim Novos Negócios : a Canaviallis , que desenvolve variedades de cana , a Allelyx , dedicada à biotecnologia e a Biocell , criada para estudar formas de produzir etanol celulósico . A Allelyx tem pesquisas avançadas para desenvolver variedades transgênicas de cana mais produtivas ou capazes de gerar mais açúcar .





A norte-americana Monsanto anunciou em três de novembro de 2008 a compra da Allelyx e da Canaviallis pelo preço de US$ 290 milhões. As duas empresas tinham acordos com a Monsanto em 2007, para desenvolvimento de cana resistente ao herbicida glifosato (Rondoup Ready) e ao ataque de insetos, com a tecnologia "Bt" (F s P, 4.11.2008, p. B-16).





DEDINI





A Dedini mantém um projeto que utiliza ácidos em vez de enzimas e se especializou em formas de ganhar mais eficiência na produção de álcool . Criou um novo equipamento , que capta o vapor gerado na fabricação de açúcar e álcool para produzir água .





Na Dedini , a produção de celulósico já foi dominada , mas o projeto foi suspenso no fim de 2007, à espera de ajustes na engenharia dos equipamentos utilizados na hidrólise ácida da celulose . ( Estudo Exame Etanol, 24.03.2010, p. 19) .





Segundo pesquisadores brasileiros que participaram do relatório do IPCC , existe tecnologia que permite armazenar a mais de 700 metros de profundidade o gás carbônico produzido em algumas atividades. No processo de produção do álcool , metade da massa é transformada em combustível e a outra metade vira CO2 que é liberado . É possível capturá-lo e imobilizá-lo por exemplo em lençóis aquíferos salinos que não são explorados para consumo humano . Como o gás emitido é reabsorvido pelo crescimento da cana na safra seguinte a captura de carbono poderia tornar o álcool um combustível de "missão negativa" , contribuindo para o controle do efeito estufa . ( Folha SP. 9.5.2007 , p. A-18) .





No caso do etanol brasileiro o dano ambiental é zero , pois praticamente 100% do gás carbônico emitido pela queima do combustível é absorvido pelas novas plantações de cana de açúcar e o mesmo não ocorre com o milho, trigo ou beterraba , as outras fontes de produção de etanol .





Para se ter uma ideia da diferença, os EUA estão gastando US$ 2 bilhões em tecnologia e pesquisa no setor, incluindo a produção de etanol a partir da celulose e no Brasil os investimentos são de menos de US$ 200 milhões. Desta forma o país jamais vai ter liderança tecnológica no setor. Segundo o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, co-presidente da Comissão Interamericana do Etanol, é necessária "a criação de uma Secretaria Nacional de Agroenergia, que congregue os esforços que estão dispersos por dezenas de organismos públicos federais, estaduais e municipais. Temos centenas de pessoas trabalhando no assunto, sem coordenação. É importante vendermos etanol para o exterior, mas o mais importante é exportar know-how. Temos que vender usinas de álcool, carros flex. e inteligência" (F S P, 20.01.2008, p. B-9).





Três programas científicos anunciados em 3 de julho de 2008 darão R$ 173 milhões para possibilitar aos cientistas brasileiros "desconstruir " geneticamente a cana-de-açúcar , objetivando fazer o genoma completo . O projeto genoma anterior , encerrado em 2003 revelou só as chamadas sequências expressas da planta e pretende conhecer os 13% dos genes da cana que ainda não foram estudados . ( F S P , 4.7.2008 , p. A-22) .





A levedura responsável por 40% de toda a produção de álcool combustível do mundo , usada há décadas de forma empírica , e conhecida como PE-2 ou Pedra -2 , uma variante robusta do fundo microscópico Saccharomyces cerivisiae ,teve o conjunto de seu DNA finalmente "soletrado", por um grupo liderado por Gonçalo Pereira da Unicamp e Juan Argueso , da Unicamp e Universidade de Duke , EUA . A informação não é passível de patenteamento , mas empresas como a BHT e a Braskem patrocinam a pesquisa nacional e terão acesso à plataforma genética que acaba de ser decodificada . Além do álcool , o conhecimento poderá levar a plásticos feitos a partir do etanol ou ainda ao combustível de segunda geração . ( F S P , 11.10.2009 , p. A-19) .





ADITIVO AUMENTANDO A PRODUÇÃO NAS USINAS





Um sistema químico desenvolvido para melhorar a produtividade do milho nos EUA foi adaptado para a cana de açúcar brasileira e promete aumentar em até 8% a produção de etanol sem expandir as lavouras. O sistema desenvolvido pela Triton Chemicals já está sendo utilizado em quatro usinas no Brasil e outras oito estão avaliando os resultados em laboratórios.



Equipamentos desenvolvidos pela empresa aplicam um produto de origem alimentícia durante o processo de fermentação da cana. O novo aditivo acelera o processo, reduz a geração de vinhaça e a necessidade de aplicação de outros produtos. A quantidade e a frequência de aplicação do aditivo dependem da qualidade da cana, da temperatura e da umidade e a produção pode passar de 85 para 90 litros de etanol por tonelada de cana. ( F S P , 27.10.2012, Mercado2, p. 2).





PRODUÇÃO DE DIESEL E GASOLINA COM ETANOL





Com as pesquisas em andamento uma usina terá a possibilidade de destinar a sacarose para a produção de diesel e gasolina de açúcar ou bioplásticos .





AMYRIS





A Crystalserv anunciou em abril de 2008 , a criação de uma joint venture com a Amyris , companhia de tecnologia do Vale do Silício , com sede em Emeryville nos EUA.





A perspectiva é tão promissora que a Amyris conta com aportes de capital da Votorantim , por meio do grupo Votorantim Novos Negócios , o grupo Cornélio Brennand, com sede em Pernambuco , e alguns investidores de menor porte . Os grupos Cosan, Bunge e Açúcar Guarani, também assinaram em dezembro de 2009, acordos para se beneficiar da biotecnologia.





Com o uso de uma levedura modificada geneticamente , a sacarose pode ser transformada em um novo tipo de combustível, que tem as mesmas propriedades do diesel tradicional e que , portanto, pode ser misturado em proporções de até 80% com o diesel . A empresa já detém o conhecimento da molécula farneseno , que permite esta produção .





Em 2012 a empresa está produzindo o farneseno em uma fábrica alugada da Biomin, do setor de nutrição animal em Piracicaba(SP) e vende o produto para indústrias de combustíveis e cosméticos , mas constrói duas unidades próprias, uma delas em Pradópolis , com a São Martinho e outra em Brotas que devem operar a partir do segundo semestre de 2012 . O preço do farneseno ainda é alto , em média US$ 1 por litro , portanto os custos precisam ser reduzidos . ( F S P , 16.02.2012, p. B-17) .



A tecnologia permite também a produção de gasolina e querosene de aviação com cana-de-açúcar. A Amyristel-Crystalsev pretende produzir o diesel em uma usina da Santelisa Vale , com meta de atingir 4 bilhões de litros do novo diesel a partir de 2011 .





Em vez de passar por uma fermentação tradicional , os organismos geneticamente modificados da Amyris dão origem a produtos que tem as mesmas características dos combustíveis fósseis originais . A nova empresa terá uma produção piloto em Campinas que começará a operar em fevereiro de 2009 . A estimativa é que a primeira safra renda 20 milhões de litros de diesel . Segundo o belga Roel Collier , diretor-geral da Amyris no Brasil, "queremos ser competitivos com o diesel fóssil com o barril de petróleo caindo até 70 dólares . ( Estudo Exame, 24.09.2008 , p. 9) .





A Amyris tem um centro de desenvolvimento nos EUA com 150 biologistas moleculares trabalhando . No Brasil a empresa montou uma unidade em Campinas , próximo da Unicamp, da ESALQ e do CTC - Centro de Tecnologia Canavieira . Tem 60 funcionários que trabalham para fazer com que as leveduras modificadas pelos colegas da Califórnia reproduzam aqui , inicialmente em tanques de médio porte , o mesmo comportamento observado em frascos de 3 litros . Os tanques são de 6 mil e 60 mil litros . Na usina Boa Vista , em Quirinópolis , sudoeste de Goiás do Grupo São Martinho começarão a operar a partir de 2011 , quatro tanques de 600.000 litros cada um .





No caso do diesel verde , uma mistura de 20% dele ao diesel convencional já foi aprovada pela EPA americana . No Brasil deverá ser testado pela ANP . Em fevereiro , seis ônibus da cidade de São Paulo , testarão nas ruas o desempenho da mistura de uma parte do diesel de açúcar e nove partes do diesel comum .Não há necessidade de modificação dos motores . ( Exame, 10.02.2010 , p. 118-120) .





A petrolífera francesa Total, adquiriu 17% da Amyris , se tornando mais uma das gigantes do setor a investir no segmento .( F S P , 24.07.2010, p. B-9) .





BAGAÇO DE CANA E FIBRA DE CARBONO





Um grupo da Universidade Federal do Rio de Janeiro desenvolveu um método que extrai a lignina do bagaço de cana. A lignina é uma importante molécula "estrutural" dos vegetais, responsável, entre outras coisas, pelo suporte estrutural das células da cana. O "xarope" de lignina é processado e recebe aditivos químicos especiais que conseguem alterar sua estrutura, resultando em novas composições aumentando o teor de carbono e no fim, obtêm-se a fibra de carbono que é laminada e pode ser vendida para as mais diversas aplicações. Dez vezes mais forte que o aço e com elevada resistência à temperatura, a fibra de carbono vale entre US$ 25 a US$ 120 por quilo. O trabalho ainda está restrito aos laboratórios, mas a técnica já se mostrou funcional e será patenteada. (F S P, 30.07.2012, p. C-7).





BIOPLÁSTICOS DE AÇÚCAR





Segundo Sebastião Henrique Gomes , diretor administrativo da Santelisa Vale " o foco do setor sucroalcooleiro está se modificando . O que era um negócio de commodities está virando um negócio de energia renovável , em suas diversas formas".





A Crystalserv tem uma parceria com o conglomerado químico Dow Chemical para abrir uma unidade de produção de bioplásticos de açúcar, o primeiro polo alcoolquímico integrado do mundo na região do Triângulo Mineiro, com investimentos estimados em R$ 1,5 bilhão. A produção de cana estará lado a lado com a fábrica de bioplásticos .O polo deverá começar a operar em 2009 produzindo etanol e , a partir de 2011 , fabricando 350.000 toneladas de polietileno. (Exame , Estudo Energia , 24.09.2008, p. 10) .





Em uma unidade piloto no Rio Grande do Sul, a Braskem está produzindo polietileno de etanol .A maior parte da produção anual de 200.000 toneladas , prevista para 2010 , porém deve ser comprada por empresas estrangeiras . O plástico está sendo posicionado como produto Premium por ser de fonte renovável e com balanço positivo em termos de carbono .





A PHB Industrial ( Pedra Agroindustrial e Grupo Balbo) , fabricante de bioplásticos em Serrana- SP, também está produzindo plásticos biodegradáveis de cana que podem ser usados em lugar do polipropileno em canetas , potes de cosméticos , aparelhos eletrônicos e até peças de automóveis .Em condições normais esses plásticos duram muito, mas em contato com bactérias , se desintegram em 180 dias . Uma unidade piloto está produzindo cinco toneladas em 2012 . A empresa negocia uma aliança estratégica com um parceiro para distribuir 10.000 toneladas do Biocycle a partir de 2015. ( F s P , 22.03.2012, p. B-7) .





Os bioplásticos são 30% mais caros que os plásticos convencionais , mas mesmo assim estima-se que possam representar 10% do total do mercado brasileiro em 2012 . (Estudo Exame, 24.09.2008 , p. 10) .





A Belgo-argentina Solvay Indupa assinou um contrato com a cooperativa de produtores de álcool e açúcar Copersucar para o fornecimento de etanol que será usado na fabricação de PVC.





A Braskem anunciou em 14 de dezembro de 2009 parceria com a dinamarquesa Novozymes para o início de pesquisas para a produção de polipropileno , a partir da cana-de-açúcar . A Novozymes é a maior fabricante de enzimas industriais do mundo . Já há plástico verde, mas o objetivo é desenvolver uma tecnologia diferente e mais eficiente do que a atual . ( F S P , 15.12.2009 , p. B-2) .





ESPECIALIDADES QUIMICAS





A brasileira São Martinho e a norte-americana Amyris Biothechnologies se uniram para a construção de uma nova fábrica para a elaboração de especialidades químicas, utilizadas em produtos cosméticos, realçadores de flagrância, detergente para sabão e lubrificantes sintéticos de última geração para veículos, feitos a partir da cana-de-açúcar. ( F S P , 4.12.2009, p. B-16) .



Bunge, Dow Chemical e ETH Energia também querem a cana-de-açúcar para fabricar óleos para as indústrias química, petroquímica, de cosméticos, alimentos e polímeros , produtos mais rentáveis que açúcar e álcool . A holandesa Bunge vai formar em 2012 uma joint venture com a norte-americana Solazyme para produzir anualmente cem toneladas de óleo a partir da cana com investimentos de R$ 200 milhões . A Dow Chemical desenvolve no Brasil projeto em cana para fazer ácidos orgânicos, tintas e aditivos a partir do açúcar . A ETH pretende aplicar R$ 250 milhões em cinco projetos de inovação - três deles para a fabricação de polímeros e resinas que servem para fabricar plásticos . Outras 14 empresas conseguiram financiamento do BNDES para desenvolver pesquisas e fabricar novos produtos a partir da cana-de-açúcar .( F S P, 16.02.2012, p. B-17 ) .





ETANOL CELULÓSICO





O bagaço já pode ser queimado para a geração de eletricidade ou poderá servir de alimento para microrganismos geneticamente modificados que vão digerir os restos da moagem para gerar ainda mais combustível, o chamado etanol de celulose. ( Exame , 7.5.2008 , p. 139) .





A chamada segunda geração do biocombustível , em pesquisa tem o objetivo de retirar a energia ( açúcar) da celulose que forma as paredes das células vegetais , por meio de enzimas e fungos . Na terceira geração, enzimas e fungos melhorados geneticamente poderão conseguir transformar ainda mais energia, aumentando o rendimento do processo e na quarta geração irá se transformar tanto a cana, para produzir mais açúcar e auto amolecer as paredes celulares, quanto os fungos, que vão produzir o açúcar.





Os EUA são o maior produtor mundial em 2007 com 20 bilhões de litros de etanol. Os EUA apostam em várias fontes de material celulósico como palha de milho, trigo ou lascas de madeira , que se transformam em etanol por processo termoquímico , pela ação de ácidos ou de bactérias geneticamente modificadas e estão investindo US$ 1,5 bilhão em pesquisas com as empresas Abengoa, Logen e Verenium . Por sua vez o Brasil centra o esforço no bagaço de cana , com investimentos de apenas US$ 400 milhões com as empresas Biocell/Votorantim, Dedini e Petrobrás .





A Biocell no Brasil vai investir R$ 50 milhões na construção da primeira usina de etanol celulósico , que deverá ficar pronta até 2011 . A tecnologia está patenteada nos EUA e se for bem sucedida permitirá triplicar a produção brasileira .





A Dedini também está construindo uma unidade experimental em Pirassununga e a Petrobrás construiu uma usina piloto em seu centro de pesquisas no Rio de Janeiro . O processo da empresa de hidrólise rápida é muito mais ágil do que o testado em outros países , segundo Sérgio Leme dos Santos , vice-presidente executivo da Dedini, " mas ainda precisamos torná-lo mais competitivo ." ( Estudo Exame Energia, 24.09.2008, p. 12)





O presidente George Bush anunciou em 2007 a meta de alcançar uma produção de 130 bilhões de litros de biocombustível até 2017. ( Exame, Anuário 2007/2008, p. 31. ) .



A USP de Piracicaba apontou a viabilidade da produção de etanol a partir das cascas de eucalipto descartadas pelas fábricas de papel e celulose . Uma tonelada de resíduos gera 200 kg de açucares , que por sua vez, produzem cem litros de etanol . ( F S P , 16.02.2011, p. C-7) .



A Novozymes trabalhando em parceria com o Centro de Tecnologia Canavieira promete apresentar ao mercado em 2012 uma nova enzima a custos viáveis permitindo dobrar a produção de combustível em uma mesma área agrícola segundo Alfred Szwarc, consulta da Única. Embrapa, Coope/UFRJ e outras universidades apoiadas pela FAPESP também se dedicam a pesquisas envolvendo o processo de hidrólise . ( F S P , 4.10.2011, p. B-5). A Novozymes já produz em Araucária (PR) enzimas para vários setores, como ração animal e bebidas e deve erguer uma unidade dedicada exclusivamente à produção de enzimas para biocombustíveis , sua segunda no mundo , sendo a primeira em Nebraska (EUA), inaugurada em 30 de maio de 2012 . ( F S P , 30.05.2012, p. B-7)



A primeira usina brasileira de etanol celulósico de segunda geração, produzido a partir da biomassa de cana de açúcar deve começar a produzir até dezembro de 2013 em Alagoas em projeto de R$ 300 milhões da família Gradim, em parceria com o grupo italiano Mossi&Ghisolfi que em setembro de 2012, inaugura na Itália a primeira fábrica de etanol celulósico do mundo. A tecnologia permite converter qualquer biomassa em etanol . O projeto prevê ainda a construção , em Campinas , de um centro de pesquisa e desenvolvimento e de uma usina-piloto para o aprimoramento de tecnologias de etanol e bioquímicos . A Graalbio pretende construir outras quatro usinas em investimento que pode chegar a R$ 1 bilhão e a ideia é exportar para os EUA que pagam sobre preço para o etanol celulósico para estimular a produção. O BNDES irá financiar o projeto pelo Paiss. ( F S P , 24.05.2012, p. B-5) .



Segundo Sebastian Soderberg, da Novozymes , o custo de produção do etanol a partir de celulose encontrada no bagaço e na palha de cana no Brasil é de R$ 1,25 por litro no Brasil , com o uso da terceira geração de enzimas da empresa. Comparado com o custo aproximado de US$ 0,50 por litro de etanol de milho nos EUA, o que daria próximo de R$ 1 por litro , o etanol de segunda geração começa a se tornar viável comercialmente . Os custos devem cair ainda mais à medida que a produção ganhe escala e eficiência . ( F S P , 30.05.2012, p. B-7) .





CENTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO BIOETANOL





Em janeiro de 2.010 deve começar a funcionar em Campinas o Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol , um instituto dedicado a pesquisar formas de obter o máximo de energia da celulose das plantas . O Ministério da Ciência e Tecnologia deve investir R$ 69 milhões no projeto , contra US$ 1 bilhão que os americanos estão investindo em nove refinarias do tipo entre 2008 e 2013 . Em janeiro de 2010 começará a ser testada uma planta piloto totalmente voltada para a segunda geração . O CTBR terá 42 cientistas que terão o desafio de quebrar a parede celular sem o uso de solventes caros e sem a produção colateral de muitos resíduos . ( F S P , 11.06.2009, p. A-17).





O Laboratório firmou acordo com o Imperial College de Londres para o desenvolvimento de pesquisas conjuntas nas áreas de produção de etanol e de outros produtos a partir do bagaço de cana de açúcar .





Outro acordo será assinado com a Universidade de Lund ( Suécia), para experimentos com o desenvolvimento de tecnologias de produção de biocombustível a partir da biomassa , com foco para a produção do chamado etanol de 2ª geração - a decomposição do bagaço e da palha de cana em açúcar e o uso desse produto na produção de etanol.





O Laboratório também assinará um acordo com a Embrapa , para estudar estratégias agrícolas de produtividade e sustentabilidade da cana . ( F S P , 22.01.2010 , p. A-17) .

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