---- O careta que à entrada da Usina, tão só por eu ser tripeiro e português, me recebeu com palavras à pedrada, preconceituosamente feroz, não é decerto o outro cara que costuma escrever na Usina com natural enlevação sobre as pessoas e as coisas do Brasil.
---- Todos nós, sem excepção, estamos possuídos de sentimentos paradôxais que às vezes exprimimos sem reflexão, sem mesmo dar por isso e em consequência atingimos alguém, ofendendo seu nome e sensibilidade, o que com verdade e boa fé se pode sempre desculpar. As reacções duras a atitudes tais são pois também sempre de esperar, e, pelas que me cabem, desde já expresso e apresento aqui as minhas sinceras desculpas. Reconheço que deveria ter abordado o busílis por via mais suave, correcta e educada.
---- Ao reconhecer o exposto e matutado o desiderato, põe-se uma questão: Porquê e para quê serve criar estas situações de lana caprina?
---- A resposta é óbvia e clara: Para nada, o que apenas obsta a que se criem laços e relações que poderiam levar, neste caso, a frutuosos e excelentes convívios literários.
---- Pelo estranho e muito pouco civilizado diferendo, a um dos dois desentendidos competirá içar a bandeira branca em nome do entendimento pacífico e nobre entre dois cidadãos, um Brasileiro e outro português.
---- Eis pois aqui estendida, Senhor JOSÉ PEDRO ANTUNES, a minha teclada mão para selarmos com dignidade a concórdia e esquecer de vez a nossa absoleta questãozinha.