CAVALO DE TRÓIA NA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL
Tribuno Fernando Collor de Melo, quem diria, o ex-presidente da
república, um dos principais responsáveis pelos crimes de lesa-pátria
contra a soberania nacional, favorecido pela sorte da não existência
de uma legislação penal, invocável, que criminalize suas ações
absolutamente tíbias, comprometedoras de um porvir altaneiro para
nossos filhos e netos, agora quer dar uma de paladino da defesa do
país. Vamos e convenhamos, quanta "cara de pau", vossa excelência
presidindo a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do
Senado!
Para que os que não se lembram e para aqueles que ainda não se deram
conta, é bom que se diga: este cidadão, entre os vários desserviços
prestados ao nosso país, legou em longo prazo para a "presidenta" uma
herança maligna sem precedentes. O senador alguma vez na vida já se
deteve pensando, assim de leve, nos problemas a menos que teria Dona
Dilma se não fossem os seus estranhos devaneios entreguistas? A grande
realidade é que por causa deles, "nobre parlamentar", se criou corpo
no País um complexo de tirânica subserviência aos desígnios dos que
mandam porque podem, coisa jamais vivida pela nacionalidade até então.
Veja bem, senador, em seu governo se passou a consentir o desarmamento
e controle de armas nucleares, apesar de todo o aconselhamento
contrário da assessoria militar. Eu lhe pergunto: não fosse isso,
estaria o País hoje, no afogadilho, correndo atrás para gastar suas
divisas em compra de armamentos nos mesmos "mercadores da morte
homiziados no "Conselho de Segurança da ONU"? Mas sua
irresponsabilidade não parou por aí, é de pasmar, até armas
químico-biológicas entraram na negociação". Parlamentar, que desatino,
nunca passou pela sua cabeça que este devaneio transformou sua Pátria
em verdadeira "casa da mãe Joana", que se submete porque precisa.
A seguir, o seu governo, em completo desatino, manifestou disposição
de aceitar diretrizes do Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis,
reconhecendo que esta decisão não implicaria em restrições de qualquer
tipo ao programa espacial brasileiro e tampouco prejudicaria a
cooperação internacional pertinente a tais programas. Senador Collor,
por Deus, que reconhecimento mais patético esse! Em verdade, com estes
mísseis, que já poderiam estar em estágios bem mais avançados de
desenvolvimento pela indústria nacional, a compra de caças e a
construção de submarinos nucleares se faria até em condições de melhor
barganha.
Senador Fernando Collor, gerador do "KOZOVO YANOMAMY", vossa
excelência tem idéia do que seja um adestramento diuturno em combate
na selva? Pois o senhor, assim como FHC mais adiante, que aderiu ao
TNP, condenou a juventude amazonense, que incorpora anualmente no
Exército Brasileiro, a este sacrifício desumano. Que se diga, a mais
miserável opção estratégica que nos sobrou, graças a uma lamentável
falta de visão prospectiva. Não tenha dúvida o "preclaro" político, os
brasileiros até hoje se quedam a conjeturar sobre as motivações
existentes àquela época para que no seu governo se renunciasse ao
domínio de tecnologias de ponta que iriam poupar o soldado brasileiro
do confronto, substituindo-o pela dissuasão.
Ao colegiado de mentecaptos que o alçou à Presidência da Comissão de
Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, portanto, mais uma
vez, os pêsames da nação brasileira, posto que sua nomeação lamentável
para cargo de tamanha envergadura estratégica só veio a corroborar
novamente para o descrédito de uma já decadente classe política. Por
isso mesmo, diante dos fatos e por coerência, tome um "chazinho de
simancol’ e renuncie ao cargo na investidura senatorial que preside.
Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de Infantaria e Estado-Maior |