O Estado de S. Paulo
10/8/2012
CADERNO2
CARLOS MARIGHELLA, DE FRENTE E DE PERFIL
Documentário sobre o guerrilheiro, dirigido por sua sobrinha, mescla o histórico e
o familiar
Nos anos de chumbo da ditadura brasileira ele chegou a ser considerado o inimigo
público número 1. Carlos Marighella morreu numa emboscada do delegado Sérgio
Paranhos Fleury no dia 4 de novembro de 1969, na Alameda Casa Branca, em São
Paulo. Fim do homem, não da lenda. Enquanto durasse a resistência armada ao
regime, o nome de Marighella seria lembrado como exemplo a seguir. Passada a
ditadura, permanece como ícone.
Marighella foi objeto de um filme do diretor francês Chris Marker, há pouco falecido. É
tema da biografia escrita pelo jornalista Mario Magalhães, a ser lançada este ano. Do
livro deve sair um retrato inteiro, vendo o guerrilheiro em sua complexidade e
contradições. Magalhães foi consultor do filme de Isa Grispum, sobre seu tio Carlos
Marighella, Mas é como retrato de família, em primeiro lugar, que esse belo
documentário deve ser visto.
Ele parte das lembranças de Isa sobre esse tio misterioso, que aparecia e sumia de sua
casa da maneira mais inesperada. Lembra de como era carinhoso e atento, embora
sempre cercado de uma aura de mistério (claro, era o homem mais procurado do País)
e de como uma noite, durante a transmissão do jogo entre Corinthians e Santos, a
família soube, pela televisão, que ele havia sido morto.
A essas recordações pessoais, mescla-se a parte propriamente histórica do
documentário. Lembra a trajetória do quadro histórico do Partido Comunista Brasileiro,
que rompe com suas origens. Marighella sai do Partidão porque considerava pífia a
resistência passiva diante do governo militar. Opta pela luta direta, cria a ALN e
combate as armas com armas. Falha. Nessa reconstrução de trajetória, a diretora ouve
o filho do guerrilheiro, Carlos Augusto Marighella, sua viúva, Clara Charf, além de
personalidades como o professor Antonio Candido, que o define como 'herói do povo
brasileiro'. Por outro lado, Isa usa recurso original - o ator Lázaro Ramos narra em off
poemas escritos pelo guerrilheiro. Sim, Marighella era também escritor e poeta, faceta
que poucos conhecem. Para terminar, um rap lisérgico, composto e interpretado por
Mano Brown, saúda o guerrilheiro. O filme termina lá em cima.
Esse é o tom, emocional, talvez pouco analítico e nada 'jornalístico'. Não se preocupa
em ouvir o outro lado, como manda o manual básico do jornalismo, porque tanto na
época como hoje, haverá quem considere a trajetória do guerrilheiro sob outras luzes.
Cinema não é jornalismo. Essa imparcialidade ficará por conta da biografia a ser
lançada. O que temos em Marighella, o filme, é um ponto de vista. Ele não deixa de
lembrar que, fossem quais fossem suas ideias, Marighella morreu ao defendê-las, sem
recuar um passo. Quantos fariam o mesmo?
ff0000;">Mensalão no STF: Faltam Lula, Lulinha e o BMG
ff0000;">Provas do envolvimento de Lula, Lulinha e o BMG no Mensalão:
O Chefe, de Ivo Patarra
Planalto fez gestão para poupar Lulinha
Lula, o BMG e o tenebroso decreto de sexta-feira, 13
ff0000;">Leia os textos de Félix Maier acessando os blogs e sites abaixo:
Mídia Sem Máscara
Tags
América Latina Argentina Bolívia Brasil Castro Che Guevara Chávez Colômbia Colômbia. Farc Cuba Dilma Rousseff Direito Estados Unidos Europa FARC FHC Farc Fidel Castro Folha de S. Paulo Foro de S. Paulo Foro de São Paulo Hitler Honduras Hugo Chávez Igreja Católica Islamismo Israel Jihad Lula MST Marx O Estado de São Paulo O Globo ONU Obama Oriente Médio Rede Globo Venezuela aborto ahmadinejad ambientalismo antissemitismo brasil capitalismo cinema ciência comunismo conservadorismo cristianismo cultura cultural denúncia desinformação direito ditadura doutrinação economia editorial educação eleições esquerdismo globalismo governo do PT história holocausto homeschooling ideologia islamismo liberalismo marxismo media watch movimento gay movimento revolucionário nazismo notícias falantes notícias faltantes oriente médio perseguição anticristã politicamente correto racismo religião revolução socialismo terrorismo tortura totalitarismo 2012 |