Revista Istoé
N° Edição: 2230 03.Ago.12 - 21:00 Atualizado em 04.Ago.12 - 09:21
PASSADO CONTESTADO
José Dirceu, segundo o juiz aposentado Sílvio Mota, seu ex-companheiro no
treinamento de guerrilha em Cuba, levou uma vida mansa, protegido e
privilegiado por amigos de Fidel
Adriana Nicacio
No fim de semana que antecedeu o início do julgamento do mensalão, o ex-ministro
José Dirceu se recusou a participar de uma solenidade destinada a festejar um
período obscuro de seu passado. O ato público, convocado por organizações de
esquerda, pretendia relembrar o Movimento de Libertação Popular (molipo), um
grupo formado por 28 exilados brasileiros que treinavam guerrilha em Cuba nos anos
70. Dirceu, que era um deles, achou mais prudente evitar a aparição pública. Além do
ex-ministro, só há mais dois sobreviventes do molipo: o juiz aposentado Sílvio Mota e
o mestre-de-obras, também aposentado, Otávio Ângelo - todos os demais foram
mortos pela repressão quando retornaram ao Brasil. Sílvio Mota, contemporâneo das
andanças cubanas de Dirceu, acha que o ex-companheiro fez bem em evitar as
homenagens: 'Ele nunca combateu de verdade', diz Mota.
Sílvio Mota sente-se à vontade para desconstruir a imagem combativa do petista em
sua passagem pela ilha de Fidel Castro. Ele guarda na memória a figura de um
militante indisciplinado e cheio de privilégios. Segundo Mota, enquanto os integrantes
do molipo participavam dos exercícios militares pesados, Dirceu levava uma boa
vida, protegido por autoridades cubanas. 'Ele preferia passar seu tempo nas salas de
cinema', conta. José Dirceu refugiou-se em Cuba em 1969, depois de ter sido preso
no Congresso da UNE, em Ibiúna, no interior de São Paulo, e trocado pelo
embaixador americano Charles Elbrick. Em pouco tempo, tornou-se íntimo do então
presidente do Instituto Cubano de Arte e Indústria Cinematográfica, Alfredo Guevara,
amigo de Fidel Castro. De acordo com o relato de Mota, Dirceu passou, então, a se
aproveitar dos poderes de seu protetor para fugir do treinamento guerrilheiro. 'Dirceu
era indisciplinado. Não combateu no molipo, como também não havia combatido na
ALN (Aliança Libertadora Nacional) no Brasil', diz Mota.
Segundo o juiz aposentado, Dirceu logo conseguiu abandonar em definitivo o
treinamento. Alegava dores nas costas. Assim, pôde livrar-se das horas seguidas de
marchas na selva, sem alimentos na mochila e cantis vazios. Em condições
insalubres, os militantes do molipo passavam semanas sem banho, participavam de
cursos de tiros e aprendiam a montar explosivos. Todos, menos o ex-ministro, réu do
mensalão. 'O projeto de Dirceu sempre foi pessoal. E quis o destino que terminasse
aparecendo essa sua verdadeira face oportunista', diz Mota. O juiz voltou ao Brasil
em 1979, quatro anos depois de Dirceu. Depois da temporada em Cuba, os dois se
viram poucas vezes. Mota chegou a se filiar ao PT, mas não seguiu carreira política.
De Dirceu, prefere manter distância.
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