Depois de respondida a entrevista caiu-me no computador uma bomba: o Juramento de Hipócrates foi deturpado na ‘modernidade’ para eliminar o seguinte parágrafo:
A ninguém darei nem remédio mortal nem um conselho que induza à morte. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher um pessário que cause aborto.(Pessário é um instrumento intravaginal com usos médicos legítimos, mas que se introduzido na vagina de mulher grávida causa o aborto). É de se notar que este parágrafo proíbe não apenas o aborto, mas também a eutanásia. No livro 'Á sombra do plátano' pela Editora UNIFESP, segundo o site 0000ff" face="Verdana" size="2">usuários cultura (que recomendo para todos os leitores) há uma interessante discussão sobre estes dois termos: Phármakon, em grego, expressa qualquer substância capaz de atuar no organismo, seja no sentido benéfico ou maléfico, ou seja como remédio ou como veneno. Nas dez versões em português deparamos com as seguintes traduções: remédio mortal (4), venenos (2), e medicamento mortal, droga mortal, venenos mortais (1 para cada). A proibição da prática do aborto no texto original refere-se ao uso de pessário, naturalmente o recurso existente na época de Hipócrates, que poderia ser empregado pelos médicos. Nas versões modernas, a tradução por vezes foge ao original, com a intenção de abranger outros métodos abortivos atualmente disponíveis: pessário abortivo (6), medicação abortiva, remédio abortivo, substância abortiva (1 para cada).
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