Nas minhas incursões pelo mundo da espiritualidade, tenho confirmado a intuição de que os laços de amor verdadeiro são indissolúveis, mesmo entre seres de evoluções aparentemente diferentes como Anjos, homens e animais. Tive um Labrador branco, mestiço, chamado Buda, a quem inclusive dediquei uma de minhas novelas, “O Tigre De Deus Em Seu Jardim”. Perdi-o num dia primeiro de Abril , depois de um tosse misteriosa e uma agonia que ele resistiu três dias, sem uma queixa, como ser fino e superior que era, fazendo justiça ao nome que tinha. Desde então, tenho percebido que ele defende certa parte do meu território espiritual como um guardião, o que é bom
e penso que escrevendo aqui poupa-me ter que escrever “cuidado, cão bravo” com as coisas do andar de cima. Buda deverá ser um dos primeiros que verei no paraíso.
Texto de “CARISMA”, Livro Inédito.
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Uma das lições que aprendi nas minhas observações da espiritualidade é que devemos fazer a força e o trabalho sobre o caráter, sempre.Sem termos, porém, a ilusão de que o esforço por si só , sem a graça divina, seja eficaz. Não somos criaturas autonomas,
independentes da Força Maiot. Na vida espiritual, o amor e a oração são mais potentes que a vontade.
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Algumas pessoas parecem ter problemas com a pluraridade das manifestações
espirituais. Costumo dizer que Deus é igual um pavão: exuberante.
Quem não compreende a exuberância, ignora um doa mais óbvios
atributos divinos.
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Para termos qualidade de vida, temos que ser seletivos.
A experiência mostrou-me que quando parecemos pobres ou desprotegidos,
a grande maioria das pessoas nos ignoram. Se estivermos vulneráveis
dependendo delas, nos escorraçam.
Somente as pessoas que amam o amor (rarísimas)
conseguem partilhar o mais sagrado que temos: nossa vida.
Quem ama vê e cria tesouros em toda parte.
Os grandes exemplos dos que compreenderam
a filosofia do amor revelada por Jesus , como irmã Dulce, que fez surgir um hospital
de um galinheir,o ainda permanecem para muitos um mistério.
SERENADE Marcelino Rodriguez > > Por que certas canções mexem tanto com nossa estrutura emocional? Nos > sacodem? Aos tempos primeiros que ouvia essa melodia, eu era um menino > e aquilo tudo do mundo parecia-me ao mesmo tempo novidade e saudade > indefinida. Lembro-me que a melodia levava-me a algum lugar entre o > céu e a terra, entre a vida que eu começava a viver e ao mesmo tempo a > canção parecia-me vir de outra fonte mais funda, mais antiga. Ao > ouvi-la agora, quase tenho que parar o que estou fazendo, o que estou > pensando, para sentir-me. São sensações que me sufocam como se todos > os mistérios estivessem a uma asa de borboleta de mim e eu não > conseguisse tocá-los com o pensamento. Apenas consigo senti-los e sucumbo no > que corre de mim para mim, adentro. > JANEIRO,
2011.
Considere sua vida um trabalho para o Senhor. Quando ele ensinou a política do lava pés
para o caminho da salvação, ele quis dizer que é o serviço ao próximo
que leva nossa alma para a salvação. Essa é a grande conversão humana:
amar seu semelhante e abrir mão do egoismo e da animalidade.
Quer retornar a simplicidade? Pare de pensar, limpe a mente de espectativas de qualquer certeza ou espectativa e deixe que a vida se revele. Apenas aceite os frutos como são. O que traz iluminação não são pensamentos, mas contemplação e reverência.
Do livro "Carisma", inédito.
O BRASILEIRO E O LIVRO / Marcelino Rodriguez Dentre tantas as constatações que já fiz sobre a deficiência da educação no Brasil, a mais dramática é que o brasileiro não tem noção alguma da essência do livro. Ele sabe apenas que o livro é um objeto. Ele não vê o livro como uma parte do espírito da vida, e uma das mais importantes, sem dúvida.
O homem sem conhecimento e sem uma mínima cultura sabe pouco, ´pensa pouco, produz pouco e desperdiça muito. O livro na verdade é a escova de dente do espírito, se me permitem a metáfora inusitada. Como escritor, evidente que essa ignorância consentida e essa indiferença em relação ao livro, dói mais. Pude sentir na pele o desconhecimento da importância do livro por parte da população.
Para o brasileiro médio, um livro não é algo diferente de um artesanato de madeira ou que um porta CD. È apenas um objeto sem substância viva de vida, para ele. Algo descartável. Quem conhece pouco, valoriza pouco. O que está contido nos livros não são apenas palavras, mas espírito. O que deve ser feito para se mudar essa cegueira absurda, que muito me estranha que mesmo muitos intelectuais não tocam no assunto?
Em primeiro lugar, denunciar o crime. O país é um dos mais atrasados do mundo no quesito leitura, que bem poderia passar a ser uma matéria escolar. Por que não? Se isso é barato e necessário? Com investimento na leitura na base educacional garanto que em duas décadas a economia do país e a qualidade de vida vão melhorar em no mínimo, trinta por cento. Teremos uma gente mais qualificada, com senso crítico, consciência, imaginação, maior empatia humana, mais responsabilidade e menos preguiça mental.
Com uma população nutrida de livros, a vida aqui deixará de ser uma mera luta pela sobrevivência para passar a ser alguma coisa mais interessante para todos. Como dizia tantos sábios, só há um bem, o conhecimento; só há um mal, a ignorância. Uma população que não lê é uma população de ignorantes. Uma das caracterisitcas de uma pessoa espiritualizada é o verdadeiro comprometimento. Na vida comum, ou tempo comum , as pessoas vivem em geral numa verdadeira pobreza e ausência maior significação. Isso conta também as pessoas que possuem religião apenas de fachada. A porta é estreita e muitos tentarão entrar e não conseguirão. Nós que buscamos a vida autêntica, somos os modernos cruzados atravessando a floresta de egos. Em nosso interior está a verdad POEMA EM BRANCO E PRETO Que seria de mim na madrugadas solitária, se não fosse filho de Deus e essa mariposa não acolhesse minha luz? Essa gente do mundo não me ama como deveria, nem me tem grandes fidelidades. Não os entendo a falta de amor, nem a indiferença, nem a maldade. Breve é o dia de meus anos. De presente antecipado, ganhei uma lembrança em preto e branco que tem ficado em minha mente... Minha mãe era costureira e costumava levar-me ás fábricas e confecções, onde trabalhava para trazer-me o pão sem lágrimas. Eu, debaixo das máquinas, ficava brincando com o volante das mesmas, ganhando mundos imaginários. Quanto tempo faz isso? Que amigos eu tinha nos meus sonhos? Por onde andará minha mãe agora? Que me diz essa mariposa na noite? Ás vezes, em nossas vidas, lembramos um poema. Ás vezes, em nossas vidas, temos saudades. Do livro Carisma - (Inédito) 05.08.2012
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