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Artigos-->Capitão Piementel enfrenta IPM petralha -- 02/07/2012 - 11:24 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


PRESENÇA NA DIVISÃO JURÍDICA DO COMANDO DA 1ª REGIÃO MILITAR



Falar a verdade incomoda!



José Geraldo Pimentel

Cap Ref EB



Pensei que só as ariranhas estavam soltando as tamancas por causa das criticas que venho fazendo sobre a ‘comissão da calúnia’. Este foi só um pretexto para a abertura do Inquérito Policial Militar (IPM).

‘- Já que vamos enquadrar o capitão, esta é a oportunidade!’ E montaram o circo.

Enviaram um ofício em que era convocado a me apresentar à Divisão Jurídica do Comando da 1.ª Região Militar ‘com a finalidade de cumprir diligências necessárias para apuração de fatos...’. Os ‘fatos’ eu tomaria conhecimento ao me apresentar perante a ‘autoridade competente para as apurações’.

Interessante que oficiais generais na reserva e reforma fazem criticas, muitas com mais eloquência e propriedade, por terem mais embasamento dos assuntos, e não são incomodados. Meu site funciona como uma resenha de notícias. Os fatos vão acontecendo, quando eu sinto algum interesse, neste momento escrevo um artigo e faço uma seleção dos textos que melhor abordam o tema. Não crio nada, apenas transcrevo fatos do conhecimento público. Minha verve, muitas vezes está muito aquém de textos, que às vezes deixo de transcrever, por extrapolarem a linha editorial do meu site. Criticar um chefe militar que falta com o zelo com a instituição militar, é bem diferente!

Adentrei exatamente às 10 hs no Palácio Duque de Caxias, centro, Rio de Janeiro. Alguns minutos mais e estava no 3.. andar, diante das autoridades competentes. No caso, o presidente do Inquérito Policial Militar (IPM), major Luiz Felipe de Oliveira Martins Pereira. Não gostei desse ‘Martins’. ‘Será que o homem tem parentesco com o Comandante do Exército, Enzo Martins Peri?’ Fiquei preocupado. Uma jovem milica, 3.ª sargento, escrivã, e duas testemunhas: um capitão e um major. O presidente do IPM foi direto ao assunto:

- Como o senhor quebrou o sigilo do inquérito, noticiando-o em seu site, irá depor, não mais como testemunha, e, sim, como indiciado.

‘- Putz grill!’, pensei comigo. Quis saber qual a diferença entre ser testemunha e ser indiciado. O major educadamente explicou que como ‘testemunha’ poderia falar só a verdade. Como indiciado, poderia ser menos verdadeiro.

Expliquei que ia falar a verdade e que não tinha nada a esconder, pois tudo que escrevia assinava em baixo, muitos textos com o ‘RG’, para não ficar dúvidas no ar.

Diante de um computador o presidente do inquérito foi lendo as questões e perguntando se admitia como sendo de minha autoria e se era o que pensava. Concordei plenamente.

Na minuta do documento que estava no computador, eu era tratado como oficial da reserva. Esclareci que estava na reforma. ‘Passei dos 70 anos!’

Percebi de estalo que as questões que enfureceram uma periguete estrambelhada, da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, - afirmando que chamara a comissão da verdade de ‘comissão da calúnia’, - verdade,- e, supostamente, ter mandado os agentes do estado destruírem provas de seus envolvimentos com a luta armada, - meia verdade,- era só o aperitivo do interrogatório. O presidente do inquérito tinha lido todos os meus textos que falam das autoridades militares, com poucos elogios, diga-se de passagem. Confirmei a autoria dos textos.

‘- Nada tinha a ocultar!’ E nem feria os postulados da lei lembrada pelo presidente do inquérito, ao criticar as autoridades, quer sejam militares ou civis.

A Constituição Federal me faculta a livre manifestação do pensamento!

Observando a fisionomia dos presentes, notei que a escrivã estava mais alheia ao processo de inquisição, do que a vã sabedoria recomenda. ‘Não li os textos, e tenho raiva de quem leu!’, devia estar pensando. O major que testemunhava, pareceu-me sério demais. Não devia estar apreciando as minhas colocações. O capitão demonstrava solidariedade, com o olhar de aprovo. ‘Nada mal!’, comemorei. O presidente do inquérito pareceu-me ser um oficial sério. Só fiquei com pena dele, por perceber que passara noites em claro acessando o meu site. ‘Ser masoquista, assim, só no Japão!’, imaginei. Competência pura, porque desencavou textos que nem mais me lembrava de tê-los escrito. Inclusive o texto em que dei um voto de confiança ao comandante do Exército e sugeria que "uma atitude firme tomada pelo comandante do Exército deve funcionar como um sinal para que as Forças Armadas o apóiem incondicionalmente, colocando-se em prontidão. É preciso reagir!' Sonho meu! Deste mato não sai coelho. Mais fácil ele entregar o Exército aos comunas, do que reagir a uma comunização do país!

A boçal que provocou a abertura desse IPM ficou injuriada quando intitulei de ‘cartilha’ algumas regras que os agentes do estado, na mira dos comunas, devem seguir para não fornecer material que contribua para colocar uma corda no seu pescoço. Cooperar com a ‘comissão da calúnia’ é fazer o jogo dos comunas!, friso sempre. Esses bandidos travestidos de membros de comissões da verdade, sonham rever a Lei da Anistia e levar ao banco dos réus os seus desafetos, aqueles guerreiros que lhes deram uma tremenda surra, derrotando-os na luta armada.

Um atentado à democracia!, gritou a coisa feia. Pior, a bandidona acredita, mesmo, ou finge que acredita, que eu faço parte de um movimento de direita.

- Não, minha querida!

Por que toda comuno-petista é uma criatura indigesta, e vive eternamente amargurada! A maioria é mal amada, feminista e não gosta de homem.

- Por favor, seu general. Não entre no elevador junto comigo. Tenho heresia à milico!

Não faço parte de movimentos. Não participo de reuniões políticas, não compareço a passeatas e nem assino manifestos! Sou como Dom Quixote de La Mancha! Vivo me digladiando com os moinhos de vento! Minha arma é a minha caneta. Com ela faço mais do que com a espada!

No final esclareceu-se a minha posição: Se o Ministério Público Militar aceitar a acusação, abrirá um processo contra mim. Neste caso terei de contratar um advogado.

- Negativo. Não preciso de advogado para defender o meu Exército. Declarei.

Mas será, mesmo, que o Exército ainda é meu, e de todos aqueles que sempre acreditaram na instituição como um paradigma de honestidade e devoção ao país? No primeiro item, sim; embora note-se aqui e acolá meia dúzia de cabras safados que não se intimidam em usar o cargo para surrupiar os cofres da nação. E pegam pesado, afetando a imagem das FFAA! No segundo item, - devoção ao país, - está mais para devoção ao ‘governante legitimamente eleito’, como declarou um insigne comandante militar!

Assinamos as quatro folhas do inquérito e o trabalho foi dado por encerrado.



Rio de Janeiro, 29 de junho de 2012.



NOTA:

Texto atualizado no dia 01/07/2012, às 08:50 hs.



http://www.jgpimentel.com.br

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