Correio Braziliense
6/6/2012
CARTILHA MILITAR PREGA A DESTRUIÇÃO DE ARQUIVOS
Capitão da reserva publica texto em que convoca os colegas a se mobilizarem contra os trabalhos da Comissão da Verdade. Ministério Público cobra
investigação e punição ao autor
GUILHERME AMADO
O Ministério Público Militar (MPM) pediu que o Exército instale Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar a criação de uma cartilha por um capitão da Frente Nacional contra a Comissão da Verdade, na qual ele orienta colegas a boicotarem a atuação do colegiado. O texto a que o Correio teve acesso pede que os documentos relacionados à ditadura sejam ocultados e não sejam informados os locais em que foram enterrados os corpos de vítimas da repressão política.
Segundo a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, que teve conhecimento do texto e informou a Procuradoria-Geral da República, o autor é o capitão da reserva José Geraldo Pimentel. O militar chama a Comissão da Verdade de 'comissão da calúnia' e convoca os quartéis a ficarem de prontidão para qualquer sinalização do comandante do Exército. 'Se vocês tiverem em seu poder registros dos acontecimentos da luta travada contra os comunistas, desfaçam-se dos documentos, ou guardem-nos em lugar seguro. Não cooperem com o inimigo!', propõe a cartilha (veja quadro).
Em seu site na internet, Pimentel defende o golpe militar de 1964 e diz que a Comissão da Verdade é dominada por revanchismo. A cartilha alega que o
colegiado é o primeiro passo para a revisão da Lei da Anistia. 'Os covardes não irão imitar o justiçamento que está sendo praticado contra os militares na Argentina, no Chile, no Paraguai e no Uruguai. Não conseguirão transformá-los em gados fardados, caminhando passivos para o matadouro', diz o texto.
O capitão explicou ao Correio que a cartilha tem o objetivo de orientar os militares, função que, segundo ele, não é exercida pelos superiores. 'Dezenas de outras comissões estão sendo criadas nos estados com um único propósito: expor ao público e desmoralizar os agentes do Estado que foram encarregados para pôr fim à baderna que se instalava no país.'Procuradora federal dos Direitos do Cidadão até maio passado, Gilda Pereira de Carvalho oficiou o Ministério da Defesa, cobrando providências. 'Tal manifestação poderá vir a ser enquadrada pela autoridade competente como crime contra a paz pública, incorrendo seu subscritor, em tese, por incitação ao crime, por convocar outros militares à prática dos crimes de supressão de
documentos, de desobediência e de falso testemunho', defendeu.
'Inimigos da pátria'
Segundo Gilda, o texto preocupa ao conclamar os quartéis à prontidão, citando a existência de ''inimigos' da pátria'. 'Em que pese as críticas naturais e salutares à democracia, nos preocupa o tom pejorativo do documento, ao classificá-la como 'comissão da calúnia'', explicou. A procuradora cobrou que esse tipo de manifestação seja repelida no âmbito institucional.
Responsável pelo caso no Ministério Público Militar, o procurador Antônio Antero dos Santos decidiu esperar o IPM para comentar o caso. Informado pelo procurador-geral, Roberto Gurgel, sobre o fato, o ministro da Defesa, Celso Amorim, não quis comentar o conteúdo da cartilha. No entanto, no Ofício n° 2.933, seu chefe de gabinete, Antônio Thomaz Júnior, afirma à PGR que Celso Amorim orientou o Comando do Exército a apurar eventuais responsabilidades disciplinares ou criminais. O Exército afirmou que não responderia ao Correio ontem.
A resistência dos militares à Comissão da Verdade é antiga. Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff orientou o ministro da Defesa a coibir manifestações contrárias ao grupo, referindo-se a uma nota em que os clubes Militar, Naval e da Aeronáutica fizeram críticas, dizendo que Dilma se afastava de seu papel de estadista ao não 'expressar desacordo' sobre declarações de ministros e integrantes do PT contra a ditadura. Após a intervenção do Planalto e dos comandantes das Forças Armadas, os clubes retiraram o texto da internet.
MANIFESTO
Confira trechos da polêmica cartilha
'Se vocês tiverem em seu poder registros dos acontecimentos da luta travada contra
os comunistas, desfaçam-se dos documentos, ou guardem-nos em lugar seguro. Não
cooperem com o inimigo!'
'Nenhuma informação deve ser prestada que leve aos locais onde foram enterrados
ou deixados ao relento os corpos dos terroristas e guerrilheiros mortos. Prestar estes
esclarecimentos é formular uma peça acusatória contra si próprios'
'Não atendam a quaisquer tipos de intimações para comparecer diante de um tribunal
de exceção em que se transformará esta Comissão Nacional da Verdade'
'Uma atitude firme tomada pelo comandante do Exército deve funcionar como um
sinal para que as Forças Armadas o apoiem incondicionalmente, colocando-se em
prontidão. É preciso reagir!'
0000cd;">Comentário:
0000cd;">Eu não pregaria a destruição de arquivos militares, pois fazem parte da História. Destruir arquivos militares brasileiros, além de crime, só favorece aos próprios terroristas que infernizaram o Brasil nas décadas de 1960 e 70, quando pretendiam transformar nosso País numa Cuba continental. Os arquivos deveriam servir exatamente para isso: desmascarar muito bandido de ontem, que promovia assassinatos, assaltava bancos, caixas-fortes, supermercados, quartéis e pedreiras para 'expropriar' dinheiro, armas, munição e dinamite, e que hoje se faz passar por cândido anginho que queria a volta da democracia.
Se eu tivesse alguma cópia de documento oficial em meu poder - o que seria uma ilegalidade -, provavelmente o mandaria para algum arquivo público dos EUA ou da Europa, jamais entregaria aos petralhas e simpatizantes que hoje controlam toda a vida do País, em um sistema político-social que eu já classifiquei como 'fascismo gay' (*). Por quê? Ora, eu não confiaria entregar o que quer que fosse a esquerdistas, pois sei muito bem como eles iriam utilizar esses arquivos - aliás, já estão utilizando: colocar uma tarja preta sobre o nome dos terroristas, de modo a preservar suas santas biografias ('hagiografias'), e amplificar as letras e as fotos dos agentes de Segurança que combateram os terroristas, para execração pública.
0000cd;">Quanto ao Petistério Público pedir punição ao capitão Pimentel, isso é uma besteira, porque esse militar apenas expôs uma ideia, não destruiu documento algum. O militar inativo (da reserva remunerada ou reformado) tem prerrogativa legal em manifestar sua opinião, quer os petralhas gostem ou não, o que não ocorre com os militares da ativa.
0000cd;">Eu sugiro aos militares que porventura forem convocados para comparecer ao tribunal revanchista chamado de Comissão da Verdade (CV), que eu apelidei de Comando Vermelho (CV) de Dilma Rousseff, para que se comportem como prisioneiros de guerra: digam apenas seu posto ou graduação, nome completo, identidade e Organização Militar onde estiverem servindo (os da ativa) ou Seção de Inativos e Pensionistas das Regiões Militares a que estiverem subordinados (os inativos). E que fiquem calados, como ficaram os denunciados e testemunhas da CPI do Cachoeira, o qual tem laços íntimos com a Delta da madrasta do PAC, Dilma Rousseff, que toca obras públicas em todo o País, inclusive no Maracanã. A propósito, na campanha de 2010, Dilminha Bang Bang recebeu R$ 1.150.000,00 daquela empresa - cfr http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=64487&cat=Artigos&vinda=S
E PT saudações!
0000cd;">Félix Maier
0000cd;">Capitão reformado do Exército
(*) Leia, de minha autoria 'Fascismo gay em implatação no Brasil'
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