Extraído de ff0000">Arquivos I - uma história da intolerância, de Félix Maier:
VAR-Palmares- Vanguarda Armada Revolucionária Palmares: resultou da fusão das organizações terroristas VPR e COLINA, em 1969. No dia 22 de junho de 1969, a VAR-Palmares roubou em assalto à Companhia de Polícia do 10. Batalhão da FPESP (São Caetano do Sul) 94 fuzis, 18 metralhadoras INA, 30 revólveres Taurus cal .38, 300 granadas e cerca de 5.000 cartuchos de diversos calibres, aumentando consideravelmente seu arsenal, já suprido com o assalto à Casa de Armas Diana e ao 4. Regimento de Infantaria (4. RI) - ação empreendida por Carlos Lamarca, da VPR. No Rio de Janeiro, a VAR-Palmares participou do assalto ao Banco Aliança, Agência Muda (1969), quando foi assassinado o motorista de praça Cidelino Palmeiras do Nascimento, que conduzia policiais em perseguição aos assaltantes. A VAR-Palmares participou da "Grande Ação", em 18 Jul 1969, quando foi roubado de um cofre em Santa Teresa, Rio de Janeiro, a quantia aproximada de 2,5 milhões de dólares. O cofre pertencia ao ex-Governador de São Paulo, Adhemar de Barros, e ficava no casarão de sua amante, Anna Capriglione. Parte desse dinheiro (cerca de 1 milhão de dólares) teria sido entregue ao Embaixador da Argélia no Brasil, para aquisição de armas, custear a viagem de terroristas àquele país e auxiliar Miguel Arraes a criar a Frente Brasileira de Informações (FBI). No Rio Grande do Sul, foram assaltados o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Agência Tristeza, 28 Jan 1970) e o Banco do Brasil, Agência Viamão, RS (18 Mar 1970). Em São Paulo, houve tentativa de assalto em um estacionamento, assalto a um supermercado do Sesi, no Cambuci, assalto ao Supermercado Peg-Pag e 3 assaltos a supermercados diferentes do Grupo Pão de Açúcar, todos no ano de 1970. Em 1 Jan 1970, a título de comemoração do aniversário da Revolução Cubana, a VAR-Palmares sequestrou em pleno vôo um avião Caravelle, da Cruzeiro do Sul, que fazia a linha Montevidéu-Porto Alegre-Rio de Janeiro, desviando-o para Cuba. O sequestro foi planejado por James Allen Luz, que o executou com 5 comparsas, dentre os quais Jessie Jane Vieira de Souza, atual diretora do Arquivo do Rio de Janeiro, com sede na antiga dependência do DOPS (!). Uma das integrantes da VAR-Palmares, do setor de Inteligência, foi Elizabeth Mendes de Oliveira, a "Bete Mendes" de novelas como "Beto Rockfeller", que usava o codinome "Rosa" na clandestinidade, talvez querendo ser a "Rosa de Luxemburgo" brasileira. A então Deputada Federal Bete Mendes, em visita ao Uruguai com uma comitiva do Presidente Sarney, acusou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, então adido militar naquele país (1985), de ter sido torturado por ele nas dependências do DOI/CODI do II Exército (São Paulo), onde a terrorista passou 18 dias presa depois de ter sido detida no "aparelho" da Rua General Bagueira, 79, com documentos falsos e roubados para uso do grupo terrorista ("Rosa" ficou presa entre os dias 29 Set e 16 Out 1970). A tortura foi negada pelo coronel Ustra no livro "Rompendo o Silêncio". Antes da denúncia, "Rosa" já havia sido entrevistada pela revista "Afinal" (2 julho 1985) e pelo jornaleco "Pasquim" (17 Fev a 05 Mar 86), ocasiões em que não citou a tortura, indício de que além de boa atriz é também uma boa mentirosa, o que pode ser corroborado, ainda, pelas declarações de "Max" (do Comando Nacional da organização terrorista) no jornal "Zero Hora", de 20 Ago 1985. Após a prisão de "Rosa", a VPR fez ainda as seguintes ações: assalto a um carro de transporte de valores da Transfort S/A, em Madureira, Rio, RJ, junto com o MR-8, em 22 Nov 1971, ocasião em que os terroristas levaram 2 metralhadoras, 2 pistolas calibre 45 e 1 espingarda calibre 12, e assassinaram o suboficial da reserva da Marinha, José Amaral Villela, chefe de segurança do carro de transporte; assalto ao Curso Fischer, Tijuca, Rio, RJ, no dia 14 Jan 1972; assassinato do marinheiro inglês David A. Gutheberg, no Rio de Janeiro, RJ, no dia 05 Fev 1972, numa atuação de "Frente" com a ALN, VPR e PCBR; assalto ao Banco da Bahia e ao Banco de Crédito Territorial, em São Cristóvão, Rio, RJ, no dia 25 Fev 1972; assalto ao Banco Territorial, na Avenida Brasil, Rio, RJ, em "frente" com o MR-8 e PCBR, em abril de 1972; assalto ao Banco Nacional, de Braz de Pina, Rio, RJ, em julho de 1972, em "frente" com o PCBR; assalto ao Banco Itaú, em Botafogo, Rio, RJ, em outubro de 1972, em "frente" com o PCBR; assassinato do Dr. Otávio Gonçalves Moreira Júnior, em Copacabana, Rio, RJ, no dia 25 Fev 1973, em "frente" com a ALN e PCR; no Rio Grande do Sul, assalto ao Banco Francês e Brasileiro, em Porto Alegre, RS, no dia 14 Dez 1973, em "frente" com o PCBR; em São Paulo, assaltos à Empresa Paulista de Ônibus (Vila Prudente, Out 1970), ao supermercado Pão de Açúcar (Rua Baturité) e Pão de Açúcar (Barão de Jundiaí), ambos em Nov 1970; ao Supermercado Gigante (Lapa, Fev 1971), em "frente" com o PRT; à Fábrica de Parafusos Mapri (Vila Leopoldina, Mar 1971), em "frente" com o PRT; à firma RCA-Victor (Jaguaré, Mai 1971); à Empresa de Ônibus Tusa (Freguesia do Ó, 10 Mai 1971), ocasião em que foi morto o soldado PM Manoel Silva Neto; tentativa de assalto a uma casa de armas (Av. Rangel Pestana), quando o proprietário foi ferido a tiros, após reagir e evitar o assalto; tentativa de assalto a uma casa de armas (Lapa), evitado por um vigia; tentativa de assalto à residência de um colecionador de quadros, na rua Veríssimo Glória.
Mais ff0000">Arquivos I - Cfr. em http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_8503/artigo_sobre_arquivos_i_-_uma_historia_da_intolerancia
Qui, 14 de Abril de 2011 10:59 Estadão
Armas do grupo guerrilheiro VAR-Palmares
Documentos do grupo guerrilheiro, no qual militou a presidente Dilma, indicam planos para & 39;justiçamento& 39; de oficiais do Exército
BRASÍLIA - Documento da Aeronáutica que foi tornado público nesta quarta-feira, 13, pelo Arquivo Nacional, após ter sido mantido em segredo durante três décadas, revela que a organização guerrilheira VAR-Palmares, que contou em suas fileiras com a hoje presidente Dilma Rousseff, determinou o 'justiçamento', isto é, o assassinato de oficiais do Exército e de agentes de outras forças considerados reacionários nos anos da ditadura militar.
Com cinco páginas, o relatório A Campanha de Propaganda Militar, redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da Aeronáutica.
O arquivo inédito, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública anteontem, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-Palmares. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo.
Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes.
Na primeira página, o relatório de cinco páginas destaca que o grupo não tem 'nenhuma possibilidade' de enfrentar os soldados nas cidades. Sobre o justiçamento de militares observa: 'Deve ser feito em função de escolha cuidadosa (trecho incompreensível) elementos mais reacionários do Exército.'
Extermínio. Na época da redação do texto, entre 1969 e 1970, a ditadura tinha recrudescido o combate aos adversários do regime. Falava-se em setores das forças de completo extermínio dos subversivos. Em dezembro de 1968, o regime havia instituído o AI-5, que suprimia direitos civis e coincidia com o início de uma política de Estado para eliminar grupos de esquerda.
A VAR-Palmares surgiu em 1969 com a fusão do grupo Colina (Comando de Libertação Nacional), em que Dilma militava, com a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), do capitão Carlos Lamarca. Dilma, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, Dilma costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem 'similaridade' com o que pensava durante o tempo de guerrilha.
O documento tornado público classifica as ordens como contraofensiva. Seria uma resposta aos 'crimes' do regime militar contra a esquerda: 'O justiçamento punitivo visa especialmente paralisar o inimigo, eliminando sistematicamente os cdf da repressão, os fascistas ideologicamente motivados que pressionam os outros.'
O texto também dá orientações sobre como definir e vigiar possíveis alvos. A ideia era uma fazer uma lista dos oficiais 'reacionários' e de pessoas ligadas à CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos.
A VAR-Palmares tinha definido como alvos prioritários o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do DOPS, e seu subordinado Raul Careca, acusados de comandarem a máquina da tortura nos porões de São Paulo: 'Careca, Fleury são assassinos diretos de companheiros também. Trata-se de represália clara. Já outros investigados serão eliminados sob condição, conforme vimos acima.'
Fonte: http://www.oriobranco.net/mundo/13350-var-palmares-planejou-execucao-de-militares.html
JORNAL "O ESTADO DE S. PAULO" - 14 ABR 2011
VAR-PALMARES PLANEJOU MATAR CHEFES MILITARES
Documento da Aeronáutica colocado à disposição ontem pelo Arquivo Nacional mostra que o grupo guerrilheiro VAR-PALMARES, ao qual pertenceu a hoje Presidente DILMA ROUSSEFF durante o regime militar, quis assassinar oficiais do Exército. O texto, feito pelo grupo, diz que o "justiçamento punitivo" desses agentes seria "contra-ofensiva" para sair do "isolamento".
VAR-PALMARES PLANEJOU EXECUÇÃO DE MILITARES(Felipe Recondo e Leonencio Nossa/BRASÍLIA)
Documentos do grupo guerrilheiro, no qual militou a presidente DILMA ROUSSEFF, indicam planos para 'justiçamento'de oficiais do Exército.
Documento da Aeronáutica tornado público ontem pelo Arquivo Nacional, após ter sido mantido em segredo durante três décadas, revela que a organização guerrilheira VAR-PALMARES, que contou em suas fileiras com a hoje presidente DILMA ROUSSEFF, determinou o 'justiçamento' - o assassinato - de oficiais do Exército e de agentes de outras forças considerados reacionários nos anos da ditadura militar.
Com cinco páginas, o relatório "A CAMPANHA DE PROPAGANDA MILITAR", redigido por líderes do grupo, avalia que a eliminação de agentes da repressão seria uma forma de sair do isolamento. O texto foi apreendido em um esconderijo da organização, o chamado aparelho, e encaminhado em caráter confidencial ao então Ministério da Aeronáutica.
O arquivo, revelado pelo Estado no ano passado e aberto à consulta pública anteontem, faz parte do acervo do Centro de Segurança e Informação da Aeronáutica (CISA). No Arquivo Nacional, em Brasília, novo endereço do acervo que estava em poder do serviço de inteligência da Aeronáutica, há um conjunto de documentos que tratam da VAR-PALMARES. Mostram, entre outras coisas, a participação de militares da ativa e a queda de líderes do grupo em MG, RJ, ES e SP.
Os nomes dos integrantes do grupo receberam uma tarja preta, o que impede estabelecer relações diretas entre eles e as ações relatadas. É possível saber, por exemplo, que militantes de Belo Horizonte receberam em certa ocasião dez revólveres calibre 38 e munição, mas não os nomes desses militantes.
Na primeira página, o relatório de cinco páginas destaca que o grupo não tem 'nenhuma possibilidade' de enfrentar os soldados nas cidades. Sobre o justiçamento de militares observa: 'Deve ser feito em função de escolha cuidadosa (trecho incompreensível) elementos mais reacionários do Exército'.
EXTERMÍNIO -Na época da redação do texto, entre 1969 e 1970, a ditadura tinha recrudescido o combate aos adversários do regime. Falava-se em setores das forças de completo extermínio dos subversivos. Em dezembro de 1968, o regime havia instituído o AI-5, que suprimia direitos civis e coincidia com o início de uma política de Estado para eliminar grupos de esquerda.
A VAR-PALMARES surgiu em 1969 com a fusão do grupo COLINA (COMANDO DE LIBERTAÇÃO NACIONAL), em que DILMA militava, com a VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR), do Capitão CARLOS LAMARCA. DILMA, à época com 22 anos, foi presa em janeiro de 1970 em São Paulo. Ela só foi libertada em 1972, após passar por uma série de sessões de tortura. Sempre que fala sobre seu envolvimento com a resistência ao regime militar, DILMA costuma ressaltar que sua visão atual da vida não tem 'similaridade' com o que pensava durante o tempo de guerrilha.
O documento tornado público classifica as ordens como contra-ofensiva. Seria uma resposta aos 'crimes' do regime militar contra a esquerda: 'O justiçamento punitivo visa especialmente paralisar o inimigo, eliminando sistematicamente os CDF DA REPRESSÃO, os fascistas ideologicamente motivados que pressionam os outros.' O texto também dá orientações sobre como definir e vigiar possíveis alvos.
A idéia era uma fazer uma lista dos oficiais 'reacionários' e de pessoas ligadas à CIA, a agência central de inteligência dos Estados Unidos.
A VAR-PALMARES tinha definido como alvos prioritários o delegado Sérgio Paranhos Fleury, do dops, e seu subordinado Raul Careca, acusados de comandar a máquina da tortura nos porões de São Paulo: 'Careca, Fleury são assassinos diretos de companheiros também. Trata-se de represália clara. Já outros investigados serão eliminados sob condição, conforme vimos acima.'
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