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Artigos-->Dou-me o direito de discordar (Comissão da Verdade) -- 23/05/2012 - 16:36 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Dou-me o direito de discordar (Comissão da 'Verdade')



Paulo R. de Almeida - 16 de maio de 2012





Sobre isto:



A presidente Dilma Rousseff empossou nesta quarta-feira, em Brasília, os sete integrantes da Comissão Nacional da Verdade, grupo de trabalho que irá apurar violações de direitos humanos durante a ditadura militar, entre os anos de 1946 e 1988. Com voz embargada, a presidente negou que o colegiado busque "revanchismo" ou a possibilidade de "reescrever a história". Ex-integrante da organização clandestina VAR-Palmares, a presidente se emocionou ao relembrar os "sacrifícios humanos irreparáveis" daqueles que lutaram pela redemocratização do país...



peço licença para discordar.



Como ex-integrante de dois desses grupos que alinharam contra o regime militar, no final dos anos 1960 e início dos 1970, posso dizer, com pleno conhecimento de causa, que NENHUM de nós estava lutando para trazer o Brasil de volta para uma 'democracia burguesa', que desprezávamos.



O que queríamos, mesmo, era uma democracia 'popular', ou proletária, mas poucos na linha da URSS, por nós julgada muito 'burocrática' e já um tantinho esclerosada.



O que queríamos mesmo, a maioria, era um regime à la cubana, no Brasil, embora alguns preferissem o modelo maoista, ainda mais revolucionário.



Os soviéticos -- e seus servidores no Brasil, o pessoal do Partidão -- eram considerados reformistas incuráveis, e nós pretendíamos um regime revolucionário, que, inevitavelmente, começaria fuzilando burgueses e latifundiários. Éramos consequentes com os nossos propósitos.



Sinto muito contradizer quem de direito, mas sendo absolutamente sincero, era isso mesmo que TODOS os desses movimentos, queríamos.



Essa conversa de democracia é para não ficar muito mal no julgamento da história.



Estávamos equivocados, e eu reconheço isso. Posso até dar o direito a outros de não reconhecerem e não fazerem autocrítica, por exemplo, dizer que nós provocamos, sim PROVOCAMOS, o endurecimento do regime militar, quando os ataques da guerrilha urbana começaram. Isso é um fato.



Enfim, tem gente que pode até querer esconder isso.



Mas eles não têm o direito de deformar a história ou mentir...



Paulo Roberto de Almeida



=================



Addendum em 21/05/2012



A revista Veja, em sua edição do sábado 19 (data de capa 23/05/2012), reproduziu trecho desta postagem, desta forma:



O sociólogo Paulo Roberto de Almeida, que pertenceu a grupos de insurreição armada contra o regime militar brasileiro, colocou a questão com muita clareza:



'Como ex-integrante de dois desses grupos que se alinharam contra o regime militar, posso dizer, com pleno conhecimento de causa, que nenhum de nós estava lutando para trazer o Brasil de volta para uma &
39;democracia burguesa&
39;, que desprezávamos. Nós pretendíamos um regime revolucionário, que, inevitavelmente, começaria fuzilando burgueses e latifundiários.'



Essa é a verdade. É uma afronta à história tentar romantizar ou edulcorar as ações, os métodos, as intenções e as ligações com potências estrangeiras dos terroristas que agiram no Brasil durante o período militar.



Paulo R. de Almeida





Paulo Roberto de Almeida é sociólogo e diplomata



http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2012/05/dou-me-o-direito-de-discordar-comissao.html

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