Pronunciamento à noite trará detalhes do programa de renda mínima familiar destinado à primeira infância

ADRIANA CAITANO

Em pronunciamento a ser transmitido em cadeia nacional de rádio e tevê, a presidente Dilma Rousseff anuncia hoje detalhes de um pacote do governo voltado para a primeira infância. O programa Ação Brasil Carinhoso vai reforçar o Bolsa Família e ampliar o atendimento às crianças de até 6 anos, atingindo 4 milhões de famílias. A medida, porém, é vista com desconfiança pela oposição, por ser anunciada a cinco meses das eleições municipais.

Os investimentos previstos para o Brasil Carinhoso serão feitos em parceria entre os governos federal, estaduais e municipais. O programa deverá ter três eixos. O primeiro é o reforço ao Bolsa Família, garantindo renda mínima de R$ 70 para cada membro de famílias extremamente pobres, desde que tenham ao menos uma criança menor de 6 anos. Essa medida terá como foco famílias do Norte e do Nordeste, regiões em que Dilma teve quase 12 milhões de votos a mais do que José Serra (PSDB) nas eleições de 2010.

A outra frente da ação ampliará programas de saúde para essas crianças— com controle de anemia e de suplementação de vitamina A —, além da inserção de remédios gratuitos para asma em unidades do Farmácia Popular. Por último, haverá o aumento do acesso de crianças de famílias extremamente pobres a creches.

A construção de 6 mil novas creches e pré-escolas até 2014, ao custo previsto de R$ 7,6 bilhões, já havia sido anunciada pela presidente no Dia da Mulher, também em pronunciamento na tevê. Na ocasião, Dilma disse que as mulheres passariam a ter direito de ficar com o imóvel do programa Minha Casa, Minha Vida em caso de divórcio ou fim de união estável.

Representantes da oposição caracterizam a ação governista como 'eleitoreira', principalmente pelo fato de beneficiar as regiões em que o PT tem mais espaço. Já o vice-líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP), considera positivas as medidas sociais, mas critica a grande quantidade de programas criados por Dilma. 'Não acho que o governo tenha que ficar parado em ano de eleição, só que, se formos verificar os nomes de marketing dos diferentes programas do PT, entramos num emaranhado de iniciativas, algumas superpostas a outras, sem que haja uma avaliação minimamente objetiva dos resultados', afirma.

'Entramos num emaranhado de iniciativas, algumas superpostas a outras, sem que haja uma avaliação minimamente objetiva dos resultados'

Aloysio Nunes (PSDB-SP), senador