--- A cultura literária, que é fundamental pilar das outras diversas culturas, para que estas se exprimam e entendam entre os humanos, é deveras um item que prezo, que me apaixona e cada vez mais rebusco, não submetido ao peso elitista, que até deploro pelo snobismo e altar em que se coloca, mas sobretudo pela esplendorosa sensação que me provoca a qualificação do acto na palavra e daí a capacidade de exumar a coisa, expondo-a quanto possível exacta em texto.
--- Subir ou descer à compreensão e execução médias da literatura é sem dúvida a dificuldade maior que se põe e constitui de resto o busílis do complexo problema: os sabedores apartam-se, os ignorantes marginalizam-se e os intermediários exploram, sabe o Deus deles com quanto extremo pecado.
--- Abordo este assunto porque me interesso a fundo pela minha Língua, e agora digam-me lá se o "L" maiúsculo que aqui mesmo atrás apliquei é ou não é necessário, neste período, para distinguir sem equívoco aquilo porque me interesso?! É exactamente nos milhares de pormenorzinhos idênticos a este, que coloquei, que a dificuldade avassala o candidato comum a eficiente aprendiz da língua portuguesa que, neste caso, já não carece de "L" maiúsculo para que bem se distinga o que quero dizer.
--- Amigos brasileiros têm-me alertado e explicado que a maioria dos Escritores e Leitores da Usina têm dificuldade em entenderem o português tal e qual é. Se em prosa corrente o panorama for esse, qual será deveras o seu grau de entendimento em poesia aonde o vate correcto intente atirar o estro mais além?
--- No mundo, o português de todos os tons é falado por cerca de 220 milhões de pessoas, não considerando os cidadãos de outras línguas que também o sabem falar e usar. Esta gesta mereceria atento e profundo estudo dos responsáveis para encontrarem no mais curto prazo de tempo trampolins de interacção que determinassem estreito calibre à fusão do meu e do Vosso tão belo idioma, aonde pelos vistos e até na Usina de Letras, Babel grassa e ninguém acode à desgraça.
--- Em face desta questão que exponho não me importo nada que irónicamente venham alguns habituais reaccionários a tudo - os M/W - chamarem-me irónicamente professor, que não sou. Mas nunca é tarde para aprender e também para ensinar. E, sinceramente, como a população do Brasil constitui uma enorme maioria de falantes, a mim nada importaria que se passasse a designar por língua brasileira, desde que isso produzisse a harmonização globalmente correcta.